TEXTO PRINCIPAL
“E disse o rei a
Aspenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, e
da linhagem real, e dos nobres.” (Dn 1.3)
RESUMO DA LIÇÃO
Daniel é um exemplo
inspirador de fidelidade em uma cultura hostil.
LEITURA SEMANAL
SEGUNDA – Mt 24.15
Jesus testifica de Daniel.
Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, entenda;
Mateus 24.15
TERÇA – Jr 46.2
Nabucodonosor vence o Egito.
Acerca do Egito, contra o exército de Faraó-Neco, rei do Egito, que estava junto ao rio Eufrates em Carquemis, ao qual feriu Nabucodonosor, rei de babilônia, no ano quarto de Jeoiaquim, filho de Josias, rei de Judá.
Jeremias 46.2
QUARTA – Jr 36.20-26 A
impiedade do rei.
²⁰ E foram ter com o rei ao átrio: mas depositaram o rolo na câmara de Elisama, o escriba, e anunciaram aos ouvidos do rei todas aquelas palavras.
²¹ Então enviou o rei a Jeudi, para que tomasse o rolo; e Jeudi tomou-o da câmara de Elisama, o escriba, e leu-o aos ouvidos do rei e aos ouvidos de todos os príncipes que estavam em torno do rei.
²² Ora, o rei estava assentado na casa de inverno, pelo nono mês; e diante dele estava um braseiro aceso.
²³ E sucedeu que, tendo Jeudi lido três ou quatro folhas, cortou-as com um canivete de escrivão, e lançou-as no fogo que havia no braseiro, até que todo o rolo se consumiu no fogo que estava sobre o braseiro.
²⁴ E não temeram, nem rasgaram as suas vestes, nem o rei, nem nenhum dos seus servos que ouviram todas aquelas palavras.
²⁵ E, posto que Elnatã, e Delaías, e Gemarias tivessem rogado ao rei que não queimasse o rolo, ele não lhes deu ouvidos.
²⁶ Antes deu ordem o rei a Jerameel, filho de Hamaleque, e a Seraías, filho de Azriel, e a Selemias, filho de Abdeel, que prendessem a Baruque, o escrivão, e a Jeremias, o profeta; mas o Senhor os escondera.
Jeremias 36.20-26
QUINTA – 2 Cr 36.14 Um
povo infiel.
¹⁴ Também todos os chefes dos sacerdotes e o povo aumentavam de mais em mais as transgressões, segundo todas as abominações dos gentios; e contaminaram a casa do Senhor, que ele tinha santificado em Jerusalém.
2 Crônicas 36.14
SEXTA – Hb 12.6 O
Senhor corrige quem Ele ama.
⁶ Porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho.
Hebreus 12.6
SÁBADO – 2 Co 10.5
Destruindo os conselhos contrários.
⁵ Destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo;
2 Coríntios 10.5
OBJETIVOS
ENTENDER o panorama
geral do livro de Daniel;
COMPREENDER o contexto
histórico da vida do profeta;
REFLETIR a respeito da
chegada dos jovens hebreus na Babilônia.
INTERAÇÃO
Prezado(a)
professor(a), é com grande alegria e com a graça de Deus que damos início a um
novo trimestre. Neste período, teremos a oportunidade de estudar treze lições
do livro do profeta Daniel, cujo exemplo de fé, coragem e fidelidade ao Senhor
em meio a uma cultura secularista e relativista serve de inspiração para todos
nós, que vivemos como estrangeiros nesta Terra. O comentarista é o Pr. Valmir
Nascimento, jurista, mestre em Teologia e doutorando em Filosofia. Ele é pastor
auxiliar na Assembléia de Deus em Cuiabá, MT, onde preside o Conselho de
Educação e Cultura local e do estado. Autor de várias obras publicadas pela
CPAD. Nossa oração é para que este trimestre seja repleto de bênçãos e
crescimento espiritual.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), ao
iniciar um novo trimestre, é fundamental ressaltar a importância e a atualidade
do tema que será estudado. Isso não apenas demonstra a relevância da lição, mas
também desperta o interesse dos jovens e incentiva sua participação ativa. Para
isso, comece a aula solicitando que os alunos compartilhem suas expectativas em
relação ao estudo do livro de Daniel. Isso permite que eles expressem suas
ideias e se envolvam desde o início. Aproveite para apresentar o esboço de todo
o livro, conforme esquema abaixo:
I- A HISTÓRIA DO EXÍLIO
DE DANIEL, 1.1-21
Prelúdio Histórico,
1.1-2
Jovens Provados, 1.3-16
Integridade vindicada,
1.17-21
II- APOCALIPSE CALDEU,
2.1 – 7.28
O Sonho de
Nabucodonosor, 2.1-29
A Estátua Colossal de
Nabucodonosor, 3.1-30
O Julgamento Pessoal de
Nabucodonosor, 4.1-37
A Queda do Império
Caldeu, 5.1-31
O Reinado de Dario, o
Medo, 6.1-28
Impérios Ascendem e
Minguam até a Consumação, 7.1-28
III- O APOCALIPSE
HEBRAICO, 8.1 – 12,13
A Visão de Daniel de
Impérios em Guerra, 8.1-27
A Intercessão de Daniel
por Israel, 9.1-27
(Extraído de Comentário
Bíblico Beacon. Vol. 4. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p. 501.)
TEXTO BÍBLICO
Daniel 1.5-14
⁵ E o rei lhes
determinou a ração de cada dia, da porção do manjar do rei e do vinho que ele
bebia, e que assim fossem criados por três anos, para que no fim deles pudessem
estar diante do rei.
⁶ E entre eles se
achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Hananias, Misael e Azarias.
⁷ E o chefe dos eunucos
lhes pôs outros nomes, a saber: a Daniel pôs o de Beltessazar, e a Hananias o
de Sadraque, e a Misael, o de Mesaque, e a Azarias
o de Abednego.
⁸ E Daniel assentou no
seu coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, nem com o vinho
que ele bebia; portanto, pediu ao chefe dos eunucos que lhe concedesse não se
contaminar.
⁹ Ora, deu Deus a
Daniel graça e misericórdia diante do chefe dos eunucos.
¹⁰ E disse o chefe dos
eunucos a Daniel: Tenho medo do meu senhor, o rei, que determinou a vossa
comida e a vossa bebida; por que veria ele os vossos rostos mais tristes do que
os jovens que são vosso iguais? Assim, arriscareis a minha cabeça para com o rei.
¹¹ Então, disse Daniel
ao despenseiro a quem o chefe dos eunucos havia constituído sobre Daniel,
Hananias, Misael e Azarias:
¹² Experimenta,
peço-te, os teus servos dez dias, fazendo que se nos dê em legumes a comer e
água a beber.
¹³ Então, se examine
diante de ti a nossa aparência e a aparência dos jovens que comem a porção do
manjar do rei, e, conforme vires, te hajas com os teus servos.
¹⁴ E ele conveio nisso
e os experimentou dez dias.
INTRODUÇÃO
Neste trimestre,
teremos o privilégio e nos aprofundar nos estudos do Livro de Daniel.
Considerado o “Apocalipse do Antigo Testamento”, em virtude das revelações e
visões escatológicas que o Senhor deu ao profeta, Daniel é um livro histórico e
profético. Ele abrange o período no qual os israelitas estiveram exilados na
Babilônia, destacando as experiências marcantes e desafiadoras de Daniel e seus
amigos em terra estrangeira. Ao percorrermos os seus 12 capítulos, seremos
conduzidos a uma compreensão mais profunda da relevância e urgência da mensagem
de Daniel para os nossos dias. Daniel é um exemplo inspirador para os cristãos
em geral e os jovens em particular. Seu testemunho de vida nos encoraja a
enfrentar as adversidades e a cultura secularizada, pluralista e neopagã que
predomina na sociedade ocidental contemporânea. É um modelo de líder levantado
por Deus numa cultura hostil. Na primeira lição, teremos uma visão panorâmica
do livro e do seu contexto, e o início da vida dos jovens hebreus no cativeiro
babilônico.
I – O LIVRO DE DANIEL
1- Panorama geral.
Os
12 capítulos do Livro de Daniel percorrem um longo período histórico que começa
com a primeira invasão babilônica ao Reino de Judá ( O reino unificado compunha as 12 tribos de Israel, após a morte de Salomão, em 930 a.C. quando Roboão filho de Salomão ascenseu ao trono, não querendo ouvir os apelos do povo, ao invés disso impondo um jugo ainda mais pesado, o reino foi divido em dois; o reino do norte chamado de reino de Israel e o reino do sul chamado de reino de Judá. O reino do norte com 10 tribos e o reino do sul com 2 tribos. O reino do norte tendo como primeira capital Tirza e depois vindo a ser Samaria. O reino do sul teve como capital Jerusalém. O reino do norte durou apenas 2 séculos, em 721 a.C. ele foi i vadido pelos assirios, resultando no cativeiro asssirio. Depois de 1 seculo e meio depois da queda do norte em 586 a.C. ele foi invadido pela Babilônia, Nabucodonosor, resultando no cativeiro babilônico. O cativeiro babilônicose deu em 3 invasões: primeira em 695 a.C. a segunda em 597 a.C. e a terceira invasão e mais cruel em 586 a.C. quando foi levado todo o povo, tendo a cidade, os muros e o templo destruidos.) (605 a.C.), até a queda da
Babilônia diante de Ciro da Pérsia (Ciro foi o rei da Pérsia que governou aproximadamente entre 559 e 530 a.C. A história do rei Ciro ficou conhecida na Bíblia por ele ter sido o instrumento que Deus usou para libertar o povo judeu do cativeiro babilônico. Na história, Ciro é conhecido como Ciro, o Grande, e como Ciro II. Então é importante não confundi-lo com Ciro I que reinou na região da Pérsia antes dele. Na verdade Ciro I foi o pai de Cambises I e, portanto, avô de Ciro II.) (536 a.C.). O livro narra a trajetória de
Daniel e de seus amigos, destacando os desafios culturais, políticos, morais e
espirituais que eles suportaram em terra estrangeira. Ao longo de todo esse
tempo, o profeta viveu e serviu com fidelidade a Deus perante as cortes
imperiais, desde a juventude até a sua velhice. Também registra as mensagens
proféticas que o Senhor lhe revelou, inclusive interpretações de sonhos, visões
de animais simbólicos e uma visão detalhada dos eventos escatológicos. Por
isso, o livro é chamado de “Apocalipse do Antigo Testamento”.
2- Autoria e mensagem.
É dominante entre estudiosos judeus e cristãos que o autor deste livro é o
próprio Daniel, conforme atestam as evidências internas (Dn 8.15 - E aconteceu que, havendo eu, Daniel, tido a visão, procurei o significado, e eis que se apresentou diante de mim como que uma semelhança de homem.; 27 - E eu, Daniel, enfraqueci, e estive enfermo alguns dias; então levantei-me e tratei do negócio do rei. E espantei-me acerca da visão, e não havia quem a entendesse.; 9.2 - No primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número dos anos, de que falara o Senhor ao profeta Jeremias, em que haviam de cumprir-se as desolações de Jerusalém, era de setenta anos.;
10.2 - Naqueles dias eu, Daniel, estive triste por três semanas.) e a referência de Jesus ao profeta (Mt 24.15 - Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, entenda;). Os seus registros
históricos revelam um período crucial e angustiante para os israelitas, no qual
viveram exilados em meio a uma cultura diferente e hostil. O seu conteúdo
vibrante compõe uma mensagem repleta de significados e ensinamentos. Destaca a
necessidade de o crente manter a fé inabalável em momentos de adversidades e
nos recorda de que podemos ser íntegros em qualquer ambiente. Mostra que Deus é
soberano e o Senhor da história, pois o reino, o domínio e a majestade dos
reinos lhe pertencem (Dn 7.27 - E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão.).
O livro de Daniel foi escrito pelo profeta Daniel por volta do ano 530 a.C.
3- Estrutura e
peculiaridades.
Por se tratar de um documento histórico, e ao mesmo tempo,
profético, é possível dividir o livro em duas seções que formam um todo
perfeito. Na primeira parte (capítulos 1 a 6), são narrados os fatos e as
experiências importantes na vida de Daniel dentro da Babilônia. Na segunda
(capítulos 7 a 12), estão as visões e as mensagens proféticas, que revelam
acontecimentos dos séculos seguintes e até o tempo do fim. Uma das
peculiaridades do Livro de Daniel é que, embora seja considerado um profeta,
Daniel não profetizou diretamente ao povo, como outros profetas do Antigo
Testamento. Em vez disso, ele serviu como um conselheiro e intérprete de sonhos
e visões para reis e governantes da Babilônia. Outra característica notável
deste livro é o uso de duas línguas diferentes. A maior parte, do capítulo 2 ao
capítulo 7, está escrita em aramaico. Os capítulos 1 e 8 até o final do livro
são escritos em hebraico. Essa mudança de língua reflete a natureza do livro,
que abrange eventos ocorridos na Babilônia e profecias relacionadas a Israel.
Um dos poucos livros da Bíblia que contém ou que foram escritos em dual línguas, o aramaico e o hebraico.
No aramai o temos do capítulo 2. 4 ao capítulo 7. 28. Demais texto em hebraico.
SUBSÍDIO 1
“A história de Daniel é
uma história de fé extraordinária depositada em Deus e vivida no auge do poder
executivo no pleno resplendor da vida pública. Relata os acontecimentos
cruciais da vida de quatro amigos – Daniel, Hananias, Misael e Azarias – que nasceram
no pequeno estado de Judá, no Oriente Médio, em torno de dois mil e quinhentos
anos atrás. Como jovens membros da nobreza, ainda adolescentes, foram levados
cativos pelo imperador Nabucodonosor e transportados para a capital Babilônia,
a fim de serem educados na administração babilônica. Daniel conta que eles
subiram aos altos escalões do poder não só do império mundial da Babilônia, mas
também do Império Medo-Persa que o sucedeu. […] O que torna notável a história
de fé desses jovens é que eles não só continuaram a devoção particular prestada
a Deus que desenvolveram na terra natal, mas também mantiveram um notório
testemunho público em uma sociedade pluralista que se tornava cada vez mais
antagônica à fé deles. É por isso que sua história tem uma mensagem tão
poderosa para nós hoje. As fortes correntezas do pluralismo e do secularismo na
sociedade ocidental contemporânea, reforçadas pela correção politicamente
paralisante, jogam cada mais para escanteio a expressão da fé em Deus,
confinando-a, se possível, à esfera particular.” (LENNOX, John. Contra a
Correnteza: A inspiração de Daniel para uma época de Relativismo. Rio de
Janeiro: CPAD, 2017, pp. 15,16.)
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II – COMPREENDENDO O
CONTEXTO
1- O contexto
histórico.
No pano de fundo histórico dos primeiros capítulos do Livro de
Daniel, há um cenário de agitação e instabilidade decorrente da disputa pelo
predomínio político na região. Em 605 a.C., após derrotar o Faraó Neco do
Egito, na Batalha de Carquemis (Jr 46.2 - ² Acerca do Egito, contra o exército de Faraó-Neco, rei do Egito, que estava junto ao rio Eufrates em Carquemis, ao qual feriu Nabucodonosor, rei de babilônia, no ano quarto de Jeoiaquim, filho de Josias, rei de Judá.), a Babilônia estava se consolidando
como grande potência mundial. Liderada por Nabucodonosor, o exército babilônico
invadiu e sitiou Jerusalém no terceiro ano do reinado de Jeoaquim (2 Rs
24.1-6). Era o início das invasões babilônicas ao Reino de Judá e sua capital.
Posteriormente, em duas outras oportunidades, a cidade voltou a ser invadida:
em 597 a.C. (2 Rs 24.10-14), e a terceira, a maior de todas elas, em 586 a.C.,
ocasião em que a cidade foi arrasada e o Templo, destruído.
Os assirios já tinham levado cativo o reino de Israel e agora estava em conflito com os babilônios, para ajudar os assirios a conquistar as guerras Faraó Neco do Egito se alia, porém Josias numa atitude impensada foi morto por Neco. O filho de Josias reina apenas 3 meses, e Neco coloca seu irmão Jeoaquim no lugar de Jeoacaz, porém 3 anos depois, Babilônia invade o reino de Judá e leva cativeiro o reino do sul.
2- Um rei ímpio.
Jeoaquim era filho de Josias e sucedeu seu pai como rei de Judá aos vinte e
cinco anos de idade (2 Rs 23.36 - ³⁶ Tinha Jeoiaquim vinte e cinco anos de idade quando começou a reinar, e reinou onze anos em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Zebida, filha de Pedaías, de Ruma.). Foi um rei ímpio que não andou nos caminhos
do Senhor. O profeta Jeremias proclamou a mensagem de Deus, alertando Jeoaquim
e o povo de Judá sobre a vinda do juízo divino devido à idolatria e à
injustiça. Ele exortou o rei e o povo a se arrependerem e a se voltarem para
Deus. Jeoaquim não apenas rejeitou as palavras do profeta, mas também queimou o
rolo no qual a Palavra de Deus estava escrita (Jr 36.20-26).
3- Deus castiga seu
povo.
Israel havia virado as costas para Deus. Em vez de arrependimento, os
líderes e a nação endureceram o coração para não seguirem os seus estatutos (2
Cr 36.14 - ¹⁴ Também todos os chefes dos sacerdotes e o povo aumentavam de mais em mais as transgressões, segundo todas as abominações dos gentios; e contaminaram a casa do Senhor, que ele tinha santificado em Jerusalém. ). Por essa razão, o Senhor estava disciplinando o povo da promessa, ao
permitir o seu cativeiro e a destruição da cidade. O profeta Daniel é enfático
ao escrever que foi o Senhor que entregou o rei de Judá nas mãos de
Nabucodonosor e permitiu que os utensílios do Templo fossem saqueados e
profanados. O Senhor corrige quem Ele ama (Hb 12.6 - ⁶ Porque o Senhor corrige o que ama,E açoita a qualquer que recebe por filho.) e toda a história está sob
o seu controle. Ele é soberano sobre todas as coisas e até mesmo os ímpios
podem ser usados para cumprir a sua vontade!
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III – A RELEVÂNCIA DO
LIVRO DE DANIEL PARA OS NOSSOS DIAS
1- Um livro para todas
as épocas.
Olhando para a jornada íntegra deste jovem hebreu até a sua velhice,
chegamos à conclusão de que o Livro de Daniel é para todas as épocas. Retirado
à força de sua casa, quando ainda tinha cerca de quatorze anos, Daniel foi
conduzido até uma terra estrangeira. Dentro de uma cultura hostil, cercado por
inimigos, enfrentou diversos ataques e desafios ao longo de sua trajetória.
Esteve exilado por mais de setenta anos até o fim da vida. Enfrentou
conspirações, mudanças culturais e políticas, sendo pressionado de diversas
formas, mas não negando a sua fé. Embora centenas de anos tenham se passado
desde a sua época, sua trajetória é um exemplo inspirador para os dias em que
estamos vivendo. O Livro de Daniel, por ser a Palavra de Deus, continua atual e
a sua mensagem urge para esse tempo. A história de Daniel pode ser a nossa
história!
2- Um mundo
transtornado.
O período do profeta foi um dos mais turbulentos em termos de
mudanças geopolíticas na região do Oriente Médio e no Mundo Antigo. Ele viveu
em um mundo cujas características se repetem hoje:
a) Mundo frágil e cheio
de incertezas. Estudiosos têm caracterizado o período recente, principalmente
pós-pandemia, como um mundo frágil, ansioso, não-linear e incompreensível. A
Babilônia era palco das transformações e agitações globais da sua época. Daniel
viu impérios desmoronarem e reis caírem, enquanto as pessoas sobreviviam com
expectativas aterrorizantes. A sua trajetória irá nos ensinar a encontrar
resistência e coragem em dias ruins além de esperança numa época de desespero.
b) Mundo com constante
transição de poder. Daniel serviu nos impérios babilônico e medo-persa com a
mesma fé e fidelidade. Nenhum soberano o fez mudar suas convicções, tampouco o
poder o seduziu. Com ele, somos lembrados de que os reis, presidentes e governantes
desta terra passam, mas o Senhor permanece para sempre. Não importa quem esteja
no poder político, o cristão mantém sua esperança sempre em Deus.
c) Mundo de conflitos e
violência. Daniel viu de perto os horrores da destruição provocada pelas
guerras entre nações e sentiu na pele o sofrimento decorrente do exílio.
Semelhantemente, o mundo contemporâneo continua a ser palco de conflitos
internos e internacionais, ações terroristas e violências de todas as formas,
provocando dor e migração forçada. Isso nos faz recordar das pessoas que se
encontram nessas situações, que precisam da nossa oração, apoio e busca por
soluções.
d) Mundo hostil aos
valores judaico-cristãos. É possível traçar um paralelo da época de Daniel com
o panorama da cultura contemporânea, essencialmente hostil à visão de mundo
judaico-cristã. Da mesma forma que aquele jovem hebreu foi pressionado a abandonar
sua crença em razão das pressões culturais e religiosas dentro da Babilônia, os
cristãos de hoje estão enfrentando ataques severos da cultura anticristã, a
exemplo do Relativismo e do Secularismo, dentre outras correntes filosóficas.
Como veremos no decorrer do trimestre, o Livro de Daniel nos ensinará a ter
sabedoria e inteligência espiritual para combater as estratégias do inimigo no
tempo presente.
3- Devoção e testemunho
público.
A inspiração do Livro de Daniel vai além da devoção pessoal. O seu
testemunho nos mostra que a sua convicção não estava confinada ao ambiente
privado, preferindo enfrentar os leões a renunciar uma confissão pública da fé.
Ele é um grande exemplo bíblico de como podemos usar a sabedoria e o
conhecimento de Deus para testificar em diversos lugares da sociedade.
CONCLUSÃO
O livro de Daniel
possui uma mensagem singular para a Igreja na atualidade. A sua vida na
Babilônia é um exemplo de coragem, fé e integridade diante de circunstâncias
adversas. Ele nos ensina a confiar em Deus em todas as situações e a buscar a
sua vontade para a nossa vida.
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HORA DA REVISÃO
1- Por que o Livro de
Daniel é considerado o “Apocalipse do Antigo Testamento”?
Porque registra as
mensagens proféticas que o Senhor revelou a Daniel, inclusive interpretações de
sonhos, visões de animais simbólicos e uma visão detalhada dos eventos
escatológicos.
2- Em quantas partes
podemos dividir o Livro de Daniel?
Em duas. Na primeira
parte (capítulos 1 a 6), são narrados os fatos e as experiências importantes na
vida de Daniel dentro da Babilônia. Na segunda parte (capítulos 7 a 12), estão
as visões e as mensagens proféticas.
3- Quem entregou
Jeoaquim, rei de Judá, nas mãos de Nabucodonosor?
O Senhor (Dn. 1.2).
4- O que Daniel
enfrentou ao longo da sua vida?
Enfrentou conspirações,
mudanças culturais e políticas.
5- O que o testemunho
de Daniel nos mostra?
O seu testemunho nos
mostra que a sua convicção não estava confinada ao ambiente privado, preferindo
enfrentar os leões a renunciar uma confissão pública da fé.
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Pb. Rogério Faustino
Escola Bíblica ︱3º Trimestre de 2024︱
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