TEXTO PRINCIPAL
“Sonda-me, ó Deus, e conhece o
meu coração; prova-me e conhece os meus pensamentos.” (Sl 139.23)
RESUMO DA LIÇÃO
Davi foi escolhido e ungido por
Deus para uma grande missão que incluía preservar o povo escolhido e a linhagem
real do Messias.
LEITURA SEMANAL
SEGUNDA – Deus nos
conhece por completo.
¹ SENHOR, tu me sondaste, e me conheces.
² Tu sabes o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento.
³ Cercas o meu andar, e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos.
⁴ Não havendo ainda palavra alguma na minha língua, eis que logo, ó Senhor, tudo conheces.
⁵ Tu me cercaste por detrás e por diante, e puseste sobre mim a tua mão.
⁶ Tal ciência é para mim maravilhosíssima; tão alta que não a posso atingir.
⁷ Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face?
⁸ Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás também.
⁹ Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar,
¹⁰ Até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá.
¹¹ Se disser: Decerto que as trevas me encobrirão; então a noite será luz à roda de mim.
¹² Nem ainda as trevas me encobrem de ti; mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para ti a mesma coisa;
¹³ Pois possuíste os meus rins; cobriste-me no ventre de minha mãe.
¹⁴ Eu te louvarei, porque de um modo assombroso, e tão maravilhoso fui feito; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem.
¹⁵ Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui feito, e entretecido nas profundezas da terra.
¹⁶ Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe; e no teu livro todas estas coisas foram escritas; as quais em continuação foram formadas, quando nem ainda uma delas havia.
¹⁷ E quão preciosos me são, ó Deus, os teus pensamentos! Quão grandes são as somas deles!
¹⁸ Se as contasse, seriam em maior número do que a areia; quando acordo ainda estou contigo.
¹⁹ Ó Deus, tu matarás decerto o ímpio; apartai-vos portanto de mim, homens de sangue.
²⁰ Pois falam malvadamente contra ti; e os teus inimigos tomam o teu nome em vão.
²¹ Não odeio eu, ó Senhor, aqueles que te odeiam, e não me aflijo por causa dos que se levantam contra ti?
²² Odeio-os com ódio perfeito; tenho-os por inimigos.
²³ Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos.
²⁴ E vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno.
Salmos 139.1-24
TERÇA – Chamados para
uma santa vocação.
¹⁹ Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniqüidade.
2 Timóteo 2.19
QUARTA – A soberania
de Deus.
²⁹ Não se vendem dois passarinhos por um ceitil? e nenhum deles cairá em terra sem a vontade de vosso Pai.
³⁰ E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados.
³¹ Não temais, pois; mais valeis vós do que muitos passarinhos.
Mateus 10.29-31
QUINTA – Poucos são os
escolhidos.
¹⁴ Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos.
Mateus 22.14
SEXTA – Servir, um
privilégio.
³⁵ E ele, assentando-se, chamou os doze, e disse-lhes: Se alguém quiser ser o primeiro, será o derradeiro de todos e o servo de todos.
Marcos 9.35
SÁBADO – Grandes
coisas fez o Senhor.
²⁴ Tão-somente temei ao Senhor, e servi-o fielmente com todo o vosso coração; porque vede quão grandiosas coisas vos fez.
1 Samuel 12.24
OBJETIVOS
Apresentar como se deu o chamado
de Davi;
Entender a relação entre a
soberania de Deus e a vocação divina;
Enfatizar que o Senhor conhece o
nosso coração.
INTERAÇÃO
Professor(a), estamos iniciando
mais um trimestre e desta vez estudaremos a vida, a história, a mensagem e os
principais desafios enfrentados por Davi. O comentarista das lições é o pastor
Marcos Tedesco, graduado em Teologia, Psicopedagogo e Mestre em Educação. Atua
como pastor auxiliar na Assembleia de Deus em Joinville – SC. Que o estudo de
cada lição possa trazer a certeza de que Davi foi chamado para uma grande
missão, escolhido por Deus e ungido rei para preservar o povo escolhido e a
linhagem real do Messias. Compreendemos que a soberania de Deus e a vocação
divina são conceitos que se relacionam na vida daquele que busca seguir pelo
bom caminho e ser canal da bênção do Senhor na sociedade.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Vamos fazer uma “tempestade de
ideias”? Como funciona? Reúna os seus alunos em um grande círculo e explique
que cada um deve escrever, em uma folha previamente entregue por você, de 3 a 5
informações conhecidas acerca de Davi. Após todos anotarem, peça aos alunos
que, um após outro, apresentem suas anotações. Ao ouvir a fala do seu aluno,
anote-a em um quadro, sempre agrupando informações repetidas e destacando as
diferentes. Ao final, todas essas anotações devem ser colocadas em uma espécie
de “esquema”. Esse deverá ser apresentado aos alunos. É importante que essa
atividade seja feita antes de qualquer fala acerca de Davi. Essa é uma
oportunidade para que todos expressem aquilo que já sabem a respeito do
personagem bíblico que será estudado no trimestre.
TEXTO BÍBLICO
1 Samuel 16.1-13
¹ Então, disse o Senhor a Samuel:
Até quando terás dó de Saul, havendo-o eu rejeitado, para que não reine sobre
Israel? Enche o teu vaso de azeite e vem; enviar-te-ei a Jessé, o belemita;
porque dentre os seus filhos me tenho provido de um rei.
² Porém disse Samuel: Como irei
eu? Pois, ouvindo-o Saul, me matará. Então, disse o Senhor: Toma uma bezerra
das vacas em tuas mãos e dize: Vim para sacrificar ao Senhor.
³ E convidarás Jessé ao
sacrifício; e eu te farei saber o que hás de fazer, e ungir-me-ás a quem eu te
disser.
⁴ Fez, pois, Samuel o que dissera
o Senhor e veio a Belém. Então, os anciãos da cidade saíram ao encontro,
tremendo, e disseram: De paz é a tua vinda?
⁵ E disse ele: É de paz; vim
sacrificar ao Senhor. Santificai-vos e vinde comigo ao sacrifício. E santificou
ele a Jessé e os seus filhos e os convidou ao sacrifício.
⁶ E sucedeu que, entrando eles,
viu a Eliabe e disse: Certamente, está perante o Senhor o seu ungido.
⁷ Porém o Senhor disse a Samuel:
Não atentes para a sua aparência, nem para a altura da sua estatura, porque o
tenho rejeitado; porque o Senhor não vê como vê o homem. Pois o homem vê o que
está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração.
⁸ Então, chamou Jessé a Abinadabe
e o fez passar diante de Samuel, o qual disse: Nem a este tem escolhido o
Senhor.
⁹ Então, Jessé fez passar a Samá,
porém disse: Tampouco a este tem escolhido o Senhor.
¹⁰ Assim, fez passar Jessé os
seus sete filhos diante de Samuel; porém Samuel disse a Jessé: O Senhor não tem
escolhido estes.
¹¹ Disse mais Samuel a Jessé:
Acabaram-se os jovens? E disse: Ainda falta o menor, e eis que apascenta as
ovelhas. Disse, pois, Samuel a Jessé: Envia e manda-o chamar, porquanto não nos
assentaremos em roda da mesa até que ele venha aqui.
¹² Então, mandou em busca dele e
o trouxe (e era ruivo, e formoso de semblante, e de boa presença). E disse o
Senhor: Levanta-te e unge-o, porquê este mesmo é.
¹³ Então, Samuel tomou o vaso do
azeite e ungiu-o no meio dos seus irmãos; e, desde aquele dia em diante, o
Espírito do Senhor se apoderou de Davi. Então, Samuel se levantou e se tornou a
Ramá.
INTRODUÇÃO
Ao enumerarmos os principais
estadistas da história, ou os reis mais célebres, ou ainda os personagens
bíblicos mais admirados, provavelmente Davi fará parte da imensa maioria das
listas. Sem dúvida, temos no jovem vindo de Belém, uma das personalidades mais
conhecidas da humanidade. Nessa primeira lição, falaremos sobre o chamado de
Davi, a soberania de Deus e a vocação divina para nossas vidas.
I – O CHAMADO DE DAVI
1- Tempos difíceis.
Nos dias de
Davi, Israel passava por uma série de situações que despertava certa
preocupação. Em uma região bastante disputada por povos vizinhos, os hebreus
mantinham uma vigilância frequente contra os invasores. Essas disputas territoriais
eram constantes e motivadas pela busca de água, de pastagens, de terras
cultiváveis e por incompatibilidade religiosa e cultural. É necessário
enfatizar que muitos desses problemas vieram em decorrência de um constante
esquecimento do povo acerca do que Deus fizera por ele. O Senhor orientou os
israelitas sobre como deveriam buscá-lo e como deveriam ensinar às novas
gerações acerca dos livramentos recebidos e vitórias conquistadas (Dt 11.26-32;
Js 1.7-8). O povo que saiu do Egito tinha um perfil sofrido e pouco preparo
para as batalhas. No deserto, Israel foi pastoreado e conduzido pelo Senhor. A
partir desse cuidado, o povo que estava prestes a cruzar o Jordão era forte e
reconhecido pela sua bravura e postura vitoriosa (Js 2.8-14). No entanto, nos
anos seguintes, os israelitas negligenciaram as orientações divinas a ponto de
se levantar uma geração que não conhecia ao Senhor (Jz 2.10 - 10 E foi também congregada toda aquela geração a seus pais, e outra geração após ela se levantou, que não conhecia ao Senhor, nem tampouco a obra que ele fizera a Israel.). Tem início uma
sequência lamentável de fatos (que pode ser acompanhada ao longo do livro de
Juízes): sem Deus, o sofrimento é inevitável; a força e orientação que vinha do
Senhor já não é mais constante; o povo cai nas mãos dos inimigos (os filisteus,
por exemplo), o povo se arrepende e clama, Deus manda juízes, a libertação é
alcançada; o povo se alegra, porém logo esquece e volta aos maus hábitos. E o
ciclo se repete algumas vezes.
2- Samuel: um profeta em Israel.
Samuel entra em cena envolto em uma história inspiradora. Um verdadeiro
presente de Deus, fruto de uma oração impressionante de Ana (1 Sm 1.9-19).
Cresceu servindo ao Senhor e, ao longo de sua vida, teve uma destacada importância
à frente do povo de Israel. O último líder do período dos juízes, aos poucos
foi sendo visto pelo povo como insuficiente. Com o passar do tempo, os
israelitas começaram a desejar um rei, nos moldes das nações ao seu redor. E
Saul foi escolhido (1 Sm 8.20 - 20 E nós também seremos como todas as outras nações; e o nosso rei nos julgará, e sairá adiante de nós, e fará as nossas guerras.). Ao contrário do que muitos pensam, Saul também
foi escolhido por Deus e ungido pelo profeta para essa grande missão. Assim
como foi com Davi, Deus escolhe os seus. Porém, não basta sermos escolhidos,
precisamos fielmente obedecer ao Senhor e estar sempre no centro da sua
vontade. Deus escolheu Saul, mas Saul aos poucos deixou de escolher e ouvir
Deus. Assim como no tempo dos juízes, com o esfriamento do coração de Saul, o
povo também começou a sofrer e as consequências estavam tomando grandes proporções.
Enfim, chegou o dia em que o Senhor rejeitou Saul e ordenou a Samuel que fosse
à casa do belemita (1 Sm 16.1 - 1 Então disse o SENHOR a Samuel: Até quando terás dó de Saul, havendo-o eu rejeitado, para que não reine sobre Israel? Enche um chifre de azeite, e vem, enviar-te-ei a Jessé o belemita; porque dentre os seus filhos me tenho provido de um rei.).
3- Deus chama Davi.
O chamado de
Davi nos traz importantes oportunidades de aprendizado. Primeiramente, ele
atendeu a um propósito divino duplo: preservar o povo escolhido e a linhagem
real do Messias. Deus fala claramente com o profeta Samuel e ordena que ele vá
até a casa de Jessé, o belemita, para ungir o novo rei (1 Sm 16.1). Como
veremos mais para frente, Saul estava muito distante dos propósitos divinos. Já
não ouvia mais o Senhor e estava envolto em uma sucessão de erros e fracassos.
Samuel então, mesmo receoso de que Saul descobrisse sobre sua missão em Belém,
foi até à casa de Jessé. Ao chegar, revela sua intenção e começa a buscar a
quem deveria ungir conforme suas próprias referências, alguém que pudesse se
enquadrar nas características desejadas de um rei. Por isso, o velho profeta
procurava alguém apto aos olhos humanos, mas o Senhor já havia escolhido alguém
segundo o seu coração (At 13.22 - 22 E, quando este foi retirado, levantou-lhes como rei a Davi, ao qual também deu testemunho, e disse: Achei a Davi, filho de Jessé, homem conforme o meu coração, que executará toda a minha vontade.). Samuel esperava ungir o primeiro, mas Deus
escolhera o último.
SUBSÍDIO 1
“As ovelhas precisavam de
constante proteção porque nos tempos bíblicos havia muitos perigos para o
rebanho. Leões e ursos eram comuns (Jz 14.8; 2 Rs 2.25), e as aventuras de Davi
para proteger os seus rebanhos também eram comuns (1 Sm 17.34-36). Amós descreve
um pastor que tentou tirar uma ovelha da boca de um leão (Am 3.12). Hienas e
chacais também abundavam. Não foi acidentalmente que Jesus afirmou que o bom
pastor tinha de dar a vida pelas ovelhas (Jo 10.11). O pastor tinha de lutar,
porque era seu dever pagar os proprietários por quaisquer perdas incorridas (Gn
31.39; Êx 22.10-13). Qualquer empregado que o pastor arranjasse não teria a
mesma dedicação (Jo 10.12,13).” (GOWER, Ralph. Novo Manual dos Usos &
Costumes dos Tempos Bíblicos. Rio de Janeiro: CPAD, 2012. p. 126.)
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II – A SOBERANIA DE DEUS E A VOCAÇÃO DIVINA
1- Deus é soberano.
Um dos
princípios da vocação divina é a soberania de Deus. Ela consiste no total poder
e domínio de Deus sobre todas as coisas. Tudo que existe, desde as forças da
natureza e todos os seres vivos, estão subordinados a Deus e a Ele devem
obediência. Como servos de Deus, nos conforta saber que nada acontece sem que
haja a permissão divina. Confiemos no Senhor, pois nada tem força ou poder para
frustrar os seus planos (Jó 42.2 - 2 Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido.). Ele é soberano e todas as coisas foram
criadas conforme a sua permissão (Sl 33.10-11 - 10 O Senhor desfaz o conselho dos gentios, quebranta os intentos dos povos. 11 O conselho do Senhor permanece para sempre; os intentos do seu coração de geração em geração.). É Deus que estabelece a forma
como o mundo funciona e também tem o poder para aplicar a sua justiça e
interferir em todas as coisas da forma que quiser. Algo que precisa ser bem
compreendido é a relação entre a soberania divina e o nosso livre- arbítrio.
Essa é uma condição permitida por Deus, ou seja, em acordo com a sua soberania.
Porém, destacamos que as nossas ações trazem consequências sobre nossas vidas
(Rm 2.6-8 - 6 O qual recompensará cada um segundo as suas obras; a saber: 7 A vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção;8 Mas a indignação e a ira aos que são contenciosos, desobedientes à verdade e obedientes à iniqüidade;). Embora tenhamos o livre-arbítrio, destacamos que Deus já sabe tudo
o que acontecerá, por isso devemos sempre estar debaixo de sua orientação.
2- O que é vocação divina?
A
busca pela vocação divina deve fazer parte das nossas vidas. É Deus que nos
escolhe, nos chama e nos direciona para que possamos viver os seus propósitos
no mundo criado por Ele. A nossa vocação pode não ser nos moldes de alguns
personagens bíblicos como Abraão (Gn 12.1-3 - 1 Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.2 E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção. 3 E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.), Moisés (Êx 3.11-14 - 11 Então Moisés disse a Deus: Quem sou eu, que vá a Faraó e tire do Egito os filhos de Israel? 12 E disse: Certamente eu serei contigo; e isto te será por sinal de que eu te enviei: Quando houveres tirado este povo do Egito, servireis a Deus neste monte. 13 Então disse Moisés a Deus: Eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi?14 E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós. ), Davi (Sl
78.70 - 70 Também elegeu a Davi seu servo, e o tirou dos apriscos das ovelhas;) e Jeremias (Jr 1.4-10). Talvez não sejamos ungidos por um velho profeta,
surpreendidos por uma sarça ardente, tenhamos nossos lábios tocados ou ainda
ouçamos uma ordem clara nos enviando para longe. Mas, uma coisa é certa: Deus
tem uma vocação para cada um de nós. Esse chamado pode acontecer em nossos
corações, de forma discreta, porém muito clara. Que as nossas ações para com a
nossa vocação estejam sempre de acordo com as diretrizes divinas e para que
possamos ser usados por Deus e assim, sermos canal de bênção na vida de muitos.
Ao analisarmos a história de Davi, aprendemos que nem sempre Deus nos dá as
informações completas acerca de uma vocação a ser desenvolvida, no entanto, a
seu tempo, os frutos serão percebidos se nos permitirmos cumprir totalmente as
orientações recebidas do Senhor.
3- Buscando a nossa vocação.
Quando atendemos ao chamado de Deus e aceitamos a vocação divina,
experimentamos uma profunda alegria e satisfação. Dessa forma, podemos perceber
que as nossas vidas estão nas mãos do nosso Amado Deus. A Palavra do Senhor convida-nos
a estar atentos à sua voz e prontamente dizermos “sim” ao seu chamado. Também é
importante frisar que a nossa vocação divina pode não ser o “pregar para
multidões”, “pastorear grandes igrejas” ou ainda “ser um famoso ministro de
louvor”. Salomão edificou o templo, mas quem assentou os tijolos? Neemias
reconstruiu os muros (Ne 2.17 - 17 Então lhes disse: Bem vedes vós a miséria em que estamos, que Jerusalém está assolada, e que as suas portas têm sido queimadas a fogo; vinde, pois, e reedifiquemos o muro de Jerusalém, e não sejamos mais um opróbrio.), mas quais eram as pessoas que estavam ao seu
lado? Busquemos, com sabedoria, a direção do Senhor para as nossas vidas. Nossa
vocação divina pode ser nas mais diversas áreas onde, dirigidos pelo Espírito
Santo, poderemos ser canais de bênção na vida de muitos. Vejamos um exemplo no
Novo Testamento. Tabita, também conhecida como Dorcas, dedicava-se ao cuidado
dos pobres de sua cidade, inclusive costurando túnicas e vestidos para as
viúvas necessitadas. Ela era uma seguidora de Jesus Cristo que se dedicava com
alegria atendendo (Mt 20.27 - 27 E, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo;), especialmente, as mulheres desfavorecidas de sua
sociedade (At 9.36-42). Ore com convicção para que o Senhor revele qual a
vocação divina para a sua vida e, sem medo, diga “sim” ao seu chamado.
SUBSÍDIO 2
“As 4 marcas do Bom Pastor:
1) O Bom Pastor conhece suas
ovelhas e as chama por seus nomes.
2) O Bom Pastor vai adiante do
seu rebanho.
3) O Bom Pastor guarda
seguramente, na sua mão, as ovelhas.
4) Dá a sua vida pelas ovelhas:
Pode-se dizer isto de todos os pastores que, como Davi, feriram o leão e o
urso, em defesa das ovelhas. Quantos bispos da Igreja, durante os primeiros
séculos da sua existência, enfrentaram a fúria da perseguição para salvar as
ovelhas entregues ao seu cuidado? Contudo, parece que Jesus, aqui, se referia à
luta, na qual, para salvar suas ovelhas, ia render a sua vida.” (BOYER,
Orlando. Espada Cortante. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2011. pp. 300-302.)
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III – O SENHOR VÊ O CORAÇÃO
1- O que o homem vê?
O ser humano
tem uma inclinação natural de julgar os seus semelhantes a partir daquilo que
pode ser percebido externamente. A aparência física, as palavras bem colocadas,
um gestual coerente com a ocasião, as roupas bem escolhidas, a eloquência na
argumentação, as causas defendidas, a seleção de fotos e a edição escolhidas
para as redes sociais, tudo é levado em conta na hora de atribuir o juízo de
valor sobre alguém que estamos conhecendo. Se alguém se destaca nesses
critérios, facilmente será admirado, desejado e seguido. O contrário também se
aplica: quantos são rejeitados e alvos de preconceito por conta de sua
aparência? As consequências desse comportamento são bem conhecidas. A aparência
externa não pode determinar o caráter da pessoa que a possui. Podemos, muitas
vezes, olhando para uma pessoa, fazer uma leitura de como achamos que está o
coração dela, mas dessa forma, provavelmente seremos induzidos ao erro. As
palavras bem escolhidas, o porte físico ou os hábitos finos não conseguem
atribuir a alguém o caráter, a integridade e a fidelidade de uma pessoa que
serve ao Senhor. As qualidades externas são, por definição, superficiais. O que
realmente determina se uma pessoa é ou não é alguém que busca estar no centro
da vontade do Senhor são as qualidades espirituais que trazemos em nossos
corações. Lembremos sempre: do nosso coração procedem as saídas da vida (Pv
4.23 - 23 Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.). O nosso exterior é reflexo do interior, e não o contrário.
2- O que Deus vê?
Deus nos
conhece por completo: nosso caráter, nossas intenções, nossa visão de mundo e a
forma como nos dedicamos a buscar intimidade com Ele. Tanto o profeta quanto o
pai do jovem percebiam e viam as coisas com limitações (1 Sm 16.7 - 7 Porém o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração.). No entanto,
Deus tinha planos surpreendentes para aquela ocasião e um jovem pastor de
ovelhas seria ungido como o novo rei de Israel. Deus buscava um homem segundo o
seu coração (1 Sm 13.14 - 14 Porém agora não subsistirá o teu reino; já tem buscado o Senhor para si um homem segundo o seu coração, e já lhe tem ordenado o Senhor, que seja capitão sobre o seu povo, porquanto não guardaste o que o Senhor te ordenou.). A escolha do Senhor foi a de um jovem imperfeito, mas
fiel. Davi não se destacava pelo porte físico. Era bem jovem, ainda em formação
e estava muito aquém da forma física dos soldados de Saul. Mas o coração de
Davi agradava ao Senhor. Nós não somos capazes de ver como o Senhor vê, e assim
como Samuel, somos limitados. Por isso mesmo, devemos confiar em Deus para
obter o discernimento correto que vem do alto. Devemos confiar no Senhor
sabendo que quando Deus olha para os nossos corações, Ele consegue ver a nossa
fidelidade, os nossos valores e as nossas intenções.
3- Como somos vistos?
Somos
sempre vistos por Deus. O texto sagrado diz que os olhos do Senhor estão
continuamente passando sobre a terra para fortalecer aqueles que têm o coração
voltado para Ele (2 Cr 16.9 - 9 Porque, quanto ao Senhor, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com ele; nisto, pois, procedeste loucamente porque desde agora haverá guerras contra ti.). Também aprendemos que o Senhor examina nossos
corações e nos conhece profundamente. Aos que seguem a Deus, essas são duas
verdades maravilhosas no cumprimento de sua vontade: somos cuidados,
fortalecidos e conhecidos pelo nosso Senhor. Também somos vistos pelas pessoas
que encontramos no nosso dia a dia. Quando elas nos veem, conseguem ver um
seguidor de Jesus? Elas sabem que quando estamos presentes, somos canal das
bênçãos do Senhor? É importante termos em mente que o nosso coração deve
irradiar a presença divina em nossas vidas refletindo em nossos atos, palavras
e pensamentos. Que possamos, com as nossas vidas, anunciar o amor de Deus a
todas as pessoas e assim cumprir o maior propósito de nossas vidas.
PENSE!
Devemos sempre buscar em
Deus as condições para que as nossas vidas reflitam a presença divina onde
estivermos. Somos vistos por muitos, uma grande responsabilidade!
PONTO IMPORTANTE!
Como cristãos,
somos os seguidores de Jesus. É muito importante que as pessoas que convivem
conosco vejam em nós atitudes que remetem ao exemplo de Jesus.
CONCLUSÃO
Chamado para uma grande missão,
Davi foi escolhido por Deus e ungido rei para preservar o povo escolhido e a
linhagem real do Messias. Compreendemos que a soberania de Deus e a vocação
divina são conceitos que se relacionam na vida daquele que busca seguir pelo
bom caminho e ser canal da bênção do Senhor na sociedade. Vamos alegremente
obedecer ao Senhor e colocar em prática a vocação divina delegada a cada um de
nós, buscando para nossas vidas as posturas desejadas em alguém segundo o
coração de Deus.
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HORA DA REVISÃO
1- Se Saul também foi escolhido e
ungido por Deus, por que foi rejeitado?
Saul começou a desobedecer às
ordens divinas, a ter atitudes que desagradavam ao Senhor e desenvolveu um duro
coração.
2- Em Belém, por que os filhos
mais velhos de Jessé não foram escolhidos?
O Senhor já havia escolhido
alguém segundo o seu coração. Samuel olhou para a aparência, Deus conhecia o
interior.
3- Como devemos agir diante da
vocação divina?
Prontamente aceitá-la
confiando na soberania divina para ser usados por Deus como canal de bênçãos na
vida de muitos.
4- A vocação divina refere-se a
que áreas da vida?
A vocação divina pode nos
direcionar desde atividades a serem desenvolvidas na igreja (como pregar ou
liderar grupos) até as mais diversas atividades cotidianas, desde que sejam
desenvolvidas com o foco em fazer a vontade do Senhor em nossa sociedade.
5- Qual a postura do cristão no
dia a dia?
Devemos ter em mente que o
nosso coração deve irradiar a presença divina em nossas vidas refletindo em
nossos atos, palavras e pensamentos.
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Pb. Rogério Faustino ︱Escola Bíblica ︱2º Trimestre de 2025︱ Compromisso com a Palavra
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