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LIÇÃO 03 - A ENCARNAÇÃO DO VERBO

TEXTO ÁUREO
“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14)
 
VERDADE PRÁTICA
A vinda do Filho de Deus em forma humana é um fato presenciado por muitas testemunhas, por isso a negação da sua historicidade não se sustenta.
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda - O desenvolvimento físico, intelectual e espiritual de Jesus.
⁴⁰ E o menino crescia, e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele.
⁵² E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens.
Lucas 2.40,52

Terça - O Filho de Deus nasceu da descendência de Davi segundo a carne.
³ Acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de Davi segundo a carne,
Romanos 1.3

Quarta - Deus enviou o seu Filho em semelhança da carne.
³ Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne;
Romanos 8.3

Quinta - Jesus se fez semelhante aos homens.
⁵ De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,
⁶ Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,
⁷ Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; 
⁸ E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.
Filipenses 2.5-8

Sexta -  O próprio Deus se manifestou em carne.
¹⁶ E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória.
1 Timóteo 3.16

Sábado - Jesus participou da natureza humana, mas viveu sem pecado entre os homens.
¹⁵ Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.
Hebreus 4.15
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 João 1.1-3
¹ O que era desde o princípio, o que vimos com os nossos olhos,  que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida 
² (porque a vida foi manifestada, e nós a vimos, e testificamos dela, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada), 
³ O que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo. 

João 4 .1- 3
¹ Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. 
² Nisto conhecereis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; 
³ e todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que está já no mundo. 

2 João 7.1
¹ Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é o enganador e o anticristo.
 
HINOS DA HARPA CRISTà
Neweb Harpa Cristã - Compromisso com o louvor cristão
Hedwig Elisabeth Nordlund
1 Livres de pecado vós quereis ficar?
Olhai p'ra o Cordeiro de Deus!
Ele morto foi na cruz, p'ra vos salvar;
Olhai p'ra o Cordeiro de Deus!

Olhai p’ra o Cordeiro de Deus,
Olhai p’ra o cordeiro de Deus,
Porque só Ele vos pode salvar.
Olhai p’ra o Cordeiro de Deus!

2 Se estais tentados, em hesitação,
Olhai p'ra o Cordeiro de Deus!
Ele encherá o vosso coração.
Olhai p'ra o Cordeiro de Deus!

3 Se estais cansados e sem mais vigor,
Olhai pra o Cordeiro de Deus!
Ele vos quer dar Seu divina! amor,
Olhai p’ra o Cordeiro de Deus!

4 Se na vossa senda sombras vêm cair,
Olhai pra o Cordeiro de Deus!
Ele, com Sua graça, tudo quer suprir.
Olhai p’ra o Cordeiro de Deus!

139 - Jesus, Meu Eterno Redentor
Paulo Leivas Macalão
Já o Filho de Deus é descido do céu;
A obra perfeita na cruz consumou;
E ali Sua carne, rasgada qual véu,
Vivo caminho para o céu nos consagrou.

Jesus é meu eterno Redentor!
Por Seu sangue lá remido estou;
Deu-me paz, poder consolador;
Vivo contente, pois Ele me amou.

Por Adão, o pecado no mundo entrou;
Ninguém dessa lei se podia libertar;
Mas o Filho do homem por nós triunfou,
NEle podemos do mal ressuscitar.

Do inferno, que paga aos maus, há de dar,
Do medo da morte, esse dardo cruel,
Do abismo eterno te pode salvar,
Só Jesus Cristo, o bom Emanuel.

Bem alegres buscamos a pátria de amor,
A qual Deus no céu para nós preparou,
Onde sempre veremos o nosso Senhor,
Cristo Jesus, que do mal nos libertou.

F.V Frida Vingren
Na cruz morrendo meu redentor;
Minhas maldades todas levou;
Se O recebes, tens Seu amor,
Pois teus pecados, Jesus perdoou.

Quando Deus, o Sangue vir,
Que Jesus já verteu,
Passará sem te ferir,
No Egito assim sucedeu.

2 Deus quer salvar ao vil malfeitor,
como promete, sempre fará
NEle confia, ó pecador,
E pela fé vida nova terás.

3 Breve se finda a tua luz,
E no juízo tu vais entrar;
Não te detenhas, vem a Jesus,
Que teus pecados deseja apagar.

4 Que maravilha, que grande amor!
Se hoje creres, salvo serás!
Cristo te chama, vem pecador,
E gozo eterno no Céu fruirás.

PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO

A lição desta semana tem como finalidade apresentar a doutrina bíblica sobre a humanidade de Jesus. Desde o início da Igreja houve tentativas de negar a deidade absoluta de Cristo, bem como a sua ressurreição. Esses grupos céticos tinham a pretensão de desconstruir o testemunho e a autoridade apostólica acerca de Jesus. Nesta lição, veremos como essas heresias se revelam atualmente. Perceberemos que os movimentos heréticos não são novidades. Por isso, importa que a igreja destes dias prossiga firme em seu compromisso de reafirmar a verdade sobre Cristo.
 
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:

I) ELENCAR as heresias que negam a corporeidade de Cristo;
II) DESCREVER a afirmação apostólica da corporeidade de Jesus;
III) RELACIONAR como as heresias que negam a humanidade e deidade de Cristo se revelam atualmente.

 
B) Motivação:
É muito importante que a Igreja saiba discernir quais são os objetivos e as implicações desses grupos heréticos ao tentarem negar a verdade sobre Jesus. Não podemos contestá-los se não soubermos o que eles, de fato, pensam e argumentam. Conhecer o que os inimigos da fé pensam sobre nós é muito importante para o exercício da defesa da fé.
 
C) Sugestão de Método:

Desde os tempos da Igreja Primitiva, muitos grupos ou pessoas surgiram com visões distorcidas a respeito da deidade ou da encarnação de Cristo. Atualmente, as heresias continuam surgindo como forma de negar a fé em Cristo ou enganar a muitos que não conhecem as Escrituras Sagradas. Aproveite a ocasião e pergunte à classe em quais seitas ou religiões de nossos dias podemos encontrar esses falsos ensinamentos.
 
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação:

Deus convida seus servos em todas as épocas a assumir o compromisso com a verdade bíblica que atesta a realidade da divindade de Cristo. Desse modo, como Igreja de Cristo, que preza pela verdade do Evangelho, devemos reafirmar com afinco a declaração de Cristo de que Ele e o Pai, juntamente com o Espírito Santo, constituem uma unidade perfeita.
 
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão.

Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 100, p.37, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
 
B) Auxílios Especiais:
Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “A União Hipostática”, localizado depois do segundo tópico, ressalta a união entre as naturezas humana e divina na Pessoa única de Jesus.; 2) O texto “A Teologia Liberal e a Bíblia”, ao final do terceiro tópico, destaca o contraste entre a Teologia Liberal e a Teologia Bíblica Tradicional

INTRODUÇÃO

Vamos começar a apologética cristológica ( A defesa que se faz da fé cristã mostrando a validade da biblia e da fé em Jesus Cristo, ou seja, ela é o ramo da teologia que defende o cristianismo contra os argumentos contrários e suas objeções. ) no presente trimestre com o tema “A Encarnação de Jesus”, (Encarnação é um termo usado pelos teólogos para indicar que Jesus, o Filho de Deus, assumiu a carne humana. Isso é semelhante a união hipostática de Cristo - União entre a humanidade e divindade de Cristo,  explicando como isso acontece. A Encarnação fala somente sobre a humanidade de Cristo,  como Ele se fez carne, tornou homem, se humanizou. Encarnação significa " o ato de se fazer carne".) uma doutrina sobre a humanidade de Cristo. O mesmo apóstolo João que se empenha em mostrar a deidade ( Termo teológico que explica a divindade de Jesus. Ao afirmar a deidade de Cristo estamos afirmando a sua divindade, logo dizemos que Ele é Deus,  é  Criador, merece adoração. O Cristianismo só é verdadeiro porque Cristo é Deus!) absoluta de Jesus se preocupa também em enfatizar que Jesus viveu entre nós, participou da natureza humana e teve corpo físico humano. A presente lição é uma apologia ( Defesa, justificação) da sua humanidade plena.
 
PALAVRA-CHAVE: Docentismo
 

I - HERESIAS QUE NEGAM A CORPOREIDADE DE CRISTO

1. O que é Docetismo?
O termo vem do grego dokeo, que significa “ter aparência”. O Docetismo ( Doutrina considerada herética pela igreja primitiva na qual negava a existência do corpo e do sangue de Cristo, e que tambem afirmava que a crucificação foi apenas uma ilusão. O docetismo foi a princípio defendido por um filósofo e pensador cristão,  Marcião, um estudioso dos escritos do apóstolo Paulo.) é a mais antiga heresia da história da igreja e consiste em negar que Jesus tivesse tido corpo físico humano, sua humanidade era simplesmente uma aparência, como um fantasma.
 
2. O que os docetas ensinavam sobre Jesus? 
Os seguidores dessa heresia ensinavam muitas coisas fora das Escrituras e contrárias à Palavra de Deus. O nosso enfoque destaca a humanidade de Jesus, como o verdadeiro homem. Lucas descreve um começo muito humano. Jesus teve parentes e amigos, Zacarias e Isabel (Lc 1.5 - ⁵ Existiu, no tempo de Herodes, rei da Judéia, um sacerdote chamado Zacarias, da ordem de Abias, e cuja mulher era das filhas de Arão; e o seu nome era Isabel.), José e Maria (Lc 2.4,5  - ⁴ E subiu também José da Galiléia, da cidade de Nazaré, à Judéia, à cidade de Davi, chamada Belém (porque era da casa e família de Davi), ⁵ A fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida.), vizinhos e primos (Lc 1.36,58 - ³⁶ E eis que também Isabel, tua prima, concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês para aquela que era chamada estéril; ⁵⁸ E os seus vizinhos e parentes ouviram que tinha Deus usado para com ela de grande misericórdia, e alegraram-se com ela.), pastores (Lc 2.8 - ⁸ Ora, havia naquela mesma comarca pastores que estavam no campo, e guardavam, durante as vigílias da noite, o seu rebanho.), Simeão, Ana (Lc 2.25,37 - ²⁵ Havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; e este homem era justo e temente a Deus, esperando a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. ³⁷ E era viúva, de quase oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus em jejuns e orações, de noite e de dia.). Isso sem contar o relato sagrado de sua infância, que enfoca o seu desenvolvimento físico, intelectual e espiritual (Lc 2.40,52 - ⁴⁰ E o menino crescia, e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele. ⁵² E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens.).
 
3. O que os principais docetas diziam sobre Jesus? 
Três dos principais heresiarcas negavam que Jesus Cristo tivesse vindo em carne. Cerinto ( Século 1, teólogo e filósofo negava que o Deus supremo tinha feito o mundo físico e negava a divindade de Jesus.) negava o nascimento virginal de Jesus Cristo e ensinava o Docetismo. Ele foi contemporâneo do apóstolo João em Éfeso. Saturnino, ( Século 2, de Antioquia, teólogo e propagador do Gnosticismo) o principal representante do Gnosticismo sírio, ( Gnosticismo - Uma corrente filosófica e religiosa que defendia a salvação não pela fé, mas pela sabedoria e conhecimento humano. Negando a divindade de Jesus como Salvador e Redentor.) ensinava que Jesus Cristo não nasceu, não teve forma e nem corpo, foi simplesmente visto de forma humana em mera aparência. Marcião ( Um dos mais terriveis heresiarcas da igreja primitiva. Negava a existência de Deus,  a humanidade de Jesus,  pra ele o corpo de Cristo era apenas uma imitação de um corpo material.) é outro heresiarca que negava ser Cristo verdadeiramente humano, mas quanto ao seu corpo, não se sabe se na opinião dele era apenas uma aparência ou de substância etérea ( Etérea - Quer dizer celeste, divino, celestial, espiritual, imaterial, impalpável, incorpóreo, intangível. O sentido poético e figurado da palavra é utilizado para qualificar algo considerado divinal ou que é tão puro, que não pode ser material ou de origem terrena.) No entanto, a Bíblia declara de maneira direta que Jesus nasceu, mencionando até mesmo local, em Belém da Judeia (Mt 2.1 - ¹ E, tendo nascido Jesus em Belém de Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do oriente a Jerusalém,; Lc 2.11 - ¹¹ Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor.), e época, no reinado de César Augusto, imperador romano (Lc 2.1 - ¹ E aconteceu naqueles dias que saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo se alistasse). A Bíblia fala também do corpo físico de Jesus (Jo 2.21 - ²¹ Mas ele falava do templo do seu corpo.).
 
SINOPSE I
Jesus, mesmo sendo Deus, tornou-se homem e desenvolveu-se física, intelectual e espiritualmente.
 

AUXÍLIO TEOLÓGICO

A UNIÃO HIPOSTÁTICA
“A união hipostática descreve a união entre as naturezas humana e divina na Pessoa única de Jesus. Entender adequadamente esta doutrina depende da completa compreensão de cada uma das naturezas e de como se constituem na única Pessoa. O ensino bíblico acerca da humanidade de Jesus revela-nos que, na encarnação, Ele tornou-se plenamente humano em todas as áreas da vida, menos na prática de um eventual pecado. Uma das maneiras de nos convencermos da completa humanidade de Jesus é esta: os mesmos termos que descrevem aspectos diferentes da humanidade também descrevem o próprio Jesus. Por exemplo, o Novo Testamento frequentemente usa a palavra grega pneuma (espírito) para descrever o espírito do homem; e a mesma palavra é empregada para Jesus. Ele mesmo aplicou a si o pneuma, quando, na cruz, entregou o seu espírito ao Pai e expirou (Lc 23.46)” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, PP- 324, 325)

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II - A AFIRMAÇÃO APOSTÓLICA DA CORPOREIDADE DE JESUS

1. “O que era desde o princípio” (Jo 1.1). 
Os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, denominados de Evangelhos Sinóticos, ( São chamados de Sinóticos por serem semelhantes, narrarem as histórias e acontecimentos da vida de Jesus de forma bem parecida.) apresentam Jesus, ressaltando seus aspectos humanos, ao passo que João reforça o aspecto divino. Os três Evangelhos expõem Jesus exteriormente, ao passo que João o revela interiormente. Pode-se dizer que o Evangelho de João é uma interpretação de Jesus. A expressão “O que era desde o princípio” é uma reiteração daquilo que o apóstolo afirma na introdução do Evangelho que leva o seu nome: “No princípio era o Verbo” (Jo 1.1), isso significa que o Verbo já existia mesmo antes da criação (Gn 1.1 - ¹ No princípio criou Deus o céu e a terra. ). Mas João nunca perde de vista que “O Verbo se fez carne”. Não se contenta apenas com isso, mas apresenta detalhes importantes, é que o Verbo não somente se fez carne, para não deixar dúvida alguma, “e habitou entre nós”, mas também foi visto pelas pessoas (Jo 1.14 - ¹⁴ E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.).

Apesar de João apresentar Jesus como Deus e sua divindade como não foi apresentado pelos outros Evangelhos,  ele não deixou de apresentar o Verbo encarnado e habitando entre os homens, ou seja, ele apresentou Jesus como homem carnal, de corpo e sangue. O homem que  chorou, teve fome, sede, foi tocado, comeu, bebeu, se alegrou, derramou sangue, angustiou-se, e morreu.
 
2. A reafirmação apostólica (v.lb). 
O apóstolo reitera o que afirma na introdução do seu Evangelho: “o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida”. Isso pode parecer até uma redundância, “vimos com os nossos olhos”, mas o propósito é mostrar com muita ênfase, sem deixar dúvida alguma, que o Senhor Jesus veio em carne ao mundo, e que pôde ser tocado pelos que com Ele conviveram (Jo 20.27 - ²⁷ Depois disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente.). Veja que a presença do nome de Pilatos no Credo dos Apóstolos o posiciona nos acontecimentos passados. Ele “sofreu sob Pôncio Pilatos”, ou seja, padeceu nas mãos de um personagem da história, logo, o Senhor Jesus só pode também ser alguém da história (Rm 1.3 - ³ Acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de Davi segundo a carne,).
 
3. Uma crença herética (1 Jo 4.2,3). 
João viveu seus últimos dias na cidade de Éfeso, que era a cidade de Cerinto, o doceta. Os escritos do apóstolo João, o Evangelho, as três Epístolas e o Livro de Apocalipse, foram produzidos na última década do primeiro século. Nessa época, o docetismo já se difundia entre os cristãos. Por isso, o apóstolo esclarece, e de maneira direta, que todo aquele que nega que Jesus veio em carne não é de Deus (1 Jo 4.3 - ³ E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já agora está no mundo.). Veja a gravidade dessa heresia, pois se Jesus não teve corpo físico real, Ele também não morreu, e se não morreu, também não ressuscitou, se não ressuscitou, logo não há esperança de salvação (1 Co 15.1-3,17,18 - ¹ Também vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos tenho anunciado; o qual também recebestes, e no qual também permaneceis. ² Pelo qual também sois salvos se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado; se não é que crestes em vão. ³ Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras,  ¹⁷ E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. ¹⁸ E também os que dormiram em Cristo estão perdidos. ). Por essa razão, o apóstolo João foi contundente contra os docetas. Os expoentes de tal crença são chamados de “enganadores” (2 Jo 7 - ⁷ Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é o enganador e o anticristo.).
 
SINOPSE II
Os Evangelhos Sinóticos apresentam Jesus ressaltando os seus aspectos hum anos, ao passo que o Evangelho de João revela o seu aspecto divino.
 

AUXÍLIO TEOLÓGICO 

A TEOLOGIA LIBERAL E A BÍBLIA
“Em palavras simples, a doutrina cristã ortodoxa da Bíblia postula que ela é sobrenaturalmente inspirada por Deus e infalível e normativa em todas as questões que dizem respeito à salvação — de modo geral, definida como o relacionamento de uma pessoa com Deus e o seu cumprimento a nível pessoal. Ela é singular dentre os livros por ser a Palavra escrita de Deus, diferente em espécie, não somente em grau, de outros livros importantes. Essa crença no status especial da Bíblia é encontrada na própria Bíblia (e.g., 2 Tm 3.16, 17; 2 Pe 1.20, 21) e ao longo da História da Igreja, desde os Pais Eclesiásticos até o pensamento ocidental da era moderna, quando os deístas, por exemplo, começaram a questionar a inspiração e a autoridade da Bíblia. Comparado ao consenso cristão ortodoxo de que a Bíblia é a revelação que nos foi sobrenaturalmente dada por Deus, o Cristianismo liberal trata a Bíblia como um livro humano de grande percepção e sabedoria espiritual, mas que não é divinamente inspirado, nem singularmente normativo. [...] Os cristãos liberais são, no entanto, extremamente relutantes em falar sobre a autoridade da Bíblia, e isso os deixa sem uma fonte ou norma objetiva para as crenças e as doutrinas cristãs” (OLSON, Roger. Contra a Teologia Liberal: Uma defesa cristã bíblica tradicional. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, PP- 54, 55).

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III - COMO ESSAS HERESIAS SE REVELAM HOJE

1. Quanto ao nascimento virginal de Jesus.
Há movimentos que negam o nascimento virginal de Jesus, como os mórmons, a Igreja da Unificação, e ensinam que Ele não foi gerado pelo Espírito Santo. Negar a concepção e o nascimento virginal de Jesus é uma das marcas desses movimentos. É o ensino moderno de Cerinto e seus seguidores. A Bíblia anuncia de antemão a concepção e nascimento virginal de Jesus desde o Antigo Testamento (Is 7.14 - ¹⁴ Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel. ) e seu cumprimento histórico no Novo Testamento. Jesus foi gerado pelo Espírito Santo (Mt 1.18,20 - ¹⁸ Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Que estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo. ¹⁹
 Então José, seu marido, como era justo, e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente. ²⁰ E, projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo;); o anjo Gabriel disse a Maria: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra” (Lc 1.35).
 
2. Quanto à morte e à ressurreição de Cristo. 
O heresiarca gnóstico do Egito, Basilides, ( Século 2, Alexandria,  Egito. Negou ferozmente a humanidade de Jesus com seus ensinos gnósticos) negava a crucificação de Cristo, dizia que Simão, o cirineu, transfigurou-se e foi equivocadamente crucificado, e que o populachoClasse social mais inferior de uma sociedade; classe menos favorecida de uma comunidade.) o tomou por Jesus. Assim sendo, Cristo apenas presenciou a crucificação de Simão, seu suposto sósia. O Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos e sua principal fonte de autoridade espiritual, declara que o Senhor Jesus não foi crucificado, que tudo não passou de uma simulação (Alcorão 4.1,5,7). Nas notas explicativas de rodapé nas edições do Alcorão, eles afirmam que um sósia de Jesus foi levado à cruz. Isso se parece com a ideia de Basilides. Essa doutrina contraria todo o pensamento bíblico e os fatos históricos. A Bíblia ensina que Jesus morreu e ressuscitou dentre os mortos (1 Co 15.3,4 - ³ Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, ⁴ E que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.).
 
3. Confirmação histórica. 
A confirmação bíblica e histórica da morte de Jesus é fato incontestável. Historiadores não cristãos, judeus e romanos, atestaram a morte de Jesus. Flávio Josefo, historiador judeu (37-100 d.C.), disse: “acusaram-no perante Pilatos, e este ordenou que o crucificassem. Os que o haviam amado durante a sua vida não o abandonaram depois da morte”. O historiador romano Tácito (55-117 d.C.) escreveu: “Aquele de quem levavam o nome, Cristo, foi executado no reinado de Tibério pelo procurador Pôncio Pilatos”. A Bíblia declara que Jesus “depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas” (At 1.3).
 
SINOPSE III
A confirmação bíblica e histórica da morte de Jesus é fato incontestável.
 

CONCLUSÃO

As expressões “o Verbo se fez carne” e “Jesus Cristo veio em carne” significam uma resposta aos docetas. Os Evangelhos revelam vários atributos característicos do Jesus ser humano. Ele foi revestido do corpo físico porque o pecado entrou no mundo por um homem, e pela justiça de Deus tinha de ser vencido por um ser humano. Jesus se encarnou. Fez-se homem sujeito ao pecado, embora nunca houvesse pecado, e venceu o pecado como homem.

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REVISANDO O CONTEÚDO

1. Como o Docetismo pode ser definido?
O Docetismo é a mais antiga heresia da história da igreja e consiste em negar que Jesus tivesse tido corpo físico humano, sua humanidade era simplesmente uma aparência, como um fantasma.
 
2. Quais os três principais heresiarcas docetas?
Cerinto, Saturnino e Marcião.
 
3. Qual a gravidade do Docetismo?
A gravidade dessa heresia está em afirmar que Jesus não teve corpo físico real. Então, Ele também não morreu, e se não morreu, também não ressuscitou, se não ressuscitou, logo não há esperança de salvação (1 Co 15.1-3,17,18).
 
4. O que o apóstolo reitera na introdução do Evangelho de João?
O apóstolo reitera o que afirma na introdução do seu Evangelho: “ o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida” .
 
5. Quem, na antiguidade e atualidade, nega a crucificação do Senhor Jesus?
O heresiarca gnóstico do Egito, Basilides, negava a crucificação de Cristo, dizia que Simão, o cirineu, transfigurou-se e foi equivocadamente crucificado, e que o populacho o tomou por Jesus. Atualmente, o Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos e sua principal fonte de autoridade espiritual, de[1]clara que o Senhor Jesus não foi crucificado, que tudo não passou de uma simulação (Alcorão 4.157).

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Pb. Rogério Faustino
Escola Bíblica ︱1º Trimestre de 2025︱
Compromisso com a Palavra

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