TEXTO ÁUREO
“E, tendo orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a palavra de Deus.” (At 4.31).
VERDADE PRÁTICA
Uma igreja cheia do Espírito Santo suporta aflições, ora com poder e ousa no testemunho cristão.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Mt 10.19,23Suportando as provações
Terça — Ef 5.18,19Adorando no Espírito
Quarta — At 13.9,10Autoridade espiritual
Quinta — Rm 8.11,12Poder sobre o pecado
Sexta — Rm 5.5Capacidade de amar
Sábado — At 4.31Orando com poder
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Atos 4.24-31.
24 — E, ouvindo eles isto, unânimes levantaram a voz a Deus, e disseram: Senhor, tu és o Deus que fizeste o céu, e a terra, e o mar e tudo o que neles há;
25 — Que disseste pela boca de Davi, teu servo: Por que bramaram os gentios, e os povos pensaram coisas vãs?
26 — Levantaram-se os reis da terra, e os príncipes se ajuntaram à uma, contra o Senhor e contra o seu Ungido.
27 — Porque verdadeiramente contra o teu santo Filho Jesus, que tu ungiste, se ajuntaram, não só Herodes, mas Pôncio Pilatos, com os gentios e os povos de Israel;
28 — Para fazerem tudo o que a tua mão e o teu conselho tinham anteriormente determinado que se havia de fazer.
29 — Agora, pois, ó Senhor, olha para as suas ameaças, e concede aos teus servos que falem com toda a ousadia a tua palavra;
30 — Enquanto estendes a tua mão para curar, e para que se façam sinais e prodígios pelo nome de teu santo Filho Jesus.
31 — E, tendo orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com ousadia a palavra de Deus.
HINOS SUGERIDOS
126, 224 e 387
PLANO DE AULA
1. INTRODUÇÃO
A Igreja de Jerusalém, cheia do Espírito Santo, enfrentava desafios com perseverança, oração e ousadia. Diante da perseguição, os primeiros cristãos não recuaram, mas buscaram ainda mais a presença de Deus, fortalecendo-se na comunhão e na oração. O Espírito Santo capacitou a igreja a suportar aflições, permanecer firme na fé e proclamar o Evangelho com coragem. Assim, aprenderemos que uma igreja cheia do Espírito não se intimida diante das dificuldades, mas avança em sua missão com poder e autoridade.
2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição: I) Identificar as características de uma igreja cheia do Espírito Santo, destacando sua perseverança em meio às provações; II) Analisar a importância da oração com poder na vida da igreja; III) Demonstrar como a ousadia espiritual fortalece a pregação do Evangelho.
B) Motivação: Diante dos desafios da vida cristã, muitas vezes nos perguntamos: como a igreja pode permanecer firme e influente em um mundo hostil? A resposta está na plenitude do Espírito Santo. Uma igreja cheia do Espírito não se abala diante das adversidades, mas persevera, ora com fervor e anuncia o Evangelho com ousadia. Ao estudarmos esta lição, reflitamos sobre nosso papel como igreja e sobre como podemos buscar essa mesma capacitação para impactar o mundo ao nosso redor.
C) Sugestão de Método: Você pode iniciar a aula promovendo uma reflexão, perguntando: “Como a igreja deve reagir diante das dificuldades e perseguições?”. Após ouvir as respostas, conduza a leitura de Atos e leve os alunos a identificarem as características de uma igreja cheia do Espírito Santo. Em seguida, guie-os na análise da importância da oração e, por fim, desafie-os a demonstrar como podem agir com ousadia em sua caminhada cristã. Faça essa atividade de acordo com a exposição da lição. Ela incentiva a participação ativa e leva os alunos a aplicarem os princípios bíblicos à sua própria realidade.
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: Assim como a igreja primitiva enfrentou desafios com oração, ousadia e fé no Espírito Santo, somos chamados a viver da mesma forma hoje. Diante das adversidades, devemos buscar a Deus com fervor, permanecer firmes na fé e proclamar o Evangelho com coragem.
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 102, p.38, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “A Corajosa Declaração”, localizado depois do primeiro tópico, traz uma reflexão a respeito da perseverança cristã diante das perseguições; 2) No final do segundo tópico, o texto “A Busca de Poder” traz uma reflexão da relação entre oração e o poder do Espírito Santo.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos como uma igreja cheia do Espírito Santo se comporta. A partir do capítulo 4.24-31 do livro de Atos dos Apóstolos, encontramos uma das principais marcas que caracterizam a igreja de Jerusalém: a perseverança. Uma igreja perseverante é capacitada para dar testemunho de sua fé mesmo que em meio ao fogo da provação (1Pe 4.12). Essa igreja suporta as provações porque é cheia do Espírito. Por causa do Evangelho, ela renuncia seu próprio bem-estar e não aceita ficar na “zona de conforto”. Na verdade, sem a capacitação do Espírito, o Corpo de Cristo não suporta as provas para cumprir sua missão no mundo. Outra marca uma igreja cheia do Espírito Santo é a sua capacidade de orar com poder e, por isso, impactar o mundo ao seu redor. Essa oração fortalece a igreja, capacita-a a testemunhar de maneira eficaz. Da mesma forma, uma igreja cheia do Espírito Santo é marcada pela ousadia para proclamar o Evangelho com poder. E, por isso, se tornar relevante para o mundo.
Palavras-Chave:ESPÍRITO SANTO
I. UMA IGREJA PERSEVERANTE
1. Suporta o sofrimento. Após sua pregação junto à Porta Formosa, Pedro e João são levados presos (At 4.3) e, posteriormente, ameaçados por pregarem o nome de Jesus (At 4.17). Foi dito a eles que não falassem nem ensinassem no nome do Senhor (At 4.18). A ordem era clara, mas os apóstolos estavam dispostos a pagarem o preço de não segui-la. Eles suportariam tudo por amor a Jesus. Agiam com perseverança. Isso só foi possível porque Pedro, que falava por si e pelos demais apóstolos, havia sido cheio do Espírito Santo (At 4.8). O tempo verbal do grego usado no versículo 8 (tendo sido cheio) demonstra que o apóstolo, que já havia sido batizado no Espírito Santo, no Pentecostes (At 2.4), foi revestido novamente do poder do alto. Uma igreja continuamente cheia do Espírito suporta as provas e o sofrimento.
2. Não negocia seus valores. Quando a classe sacerdotal intimou os apóstolos e lhes deram ordem expressa para que eles não falassem nem ensinassem no nome de Jesus, a resposta dos apóstolos foi: “Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir-vos antes a vós do que a Deus” (At 4.19). Em outras palavras, os apóstolos afirmaram que não negociariam a sua fé. Não abririam mão dos valores da fé que haviam recebido, pois eles são inegociáveis. Uma das marcas de uma igreja que perdeu ou está perdendo o poder do Espírito é a sua aceitação de princípios e práticas que afrontam as Escrituras.
3. Está convicta de sua fé. Uma igreja cheia do Espírito Santo está convicta de sua fé. Não se apoia em suposições, mas em fatos (At 4.20). Os primeiros cristãos não apenas ouviram sobre Deus, mas também testemunharam suas obras. Quando Filipe pregou em Samaria, os samaritanos se convenceram porque “ouviam” e “viam” os sinais que Filipe fazia (At 8.6). Alguém já disse que Deus é plenamente obedecido no céu porque lá Ele é visto, enquanto na terra, muitas vezes, é desobedecido por ser apenas ouvido. No entanto, a igreja cheia do Espírito não apenas proclama a Palavra, mas também manifesta a obra de Deus (Rm 15.18,19). Jesus foi poderoso tanto em palavras quanto em obras (Lc 24.19).
SINOPSE I
A igreja primitiva enfrentou perseguições, mas permaneceu firme na fé e na missão.
AUXÍLIO BÍBLICO—TEOLÓGICO
“A CORAJOSA DECLARAÇÃO. A situação era difícil, porque Pedro e João eram cidadãos leais. Eles deviam obedecer às autoridades constituídas, especialmente em se tratando de autoridade religiosa. [...] Pedro estabeleceu, para sempre, o princípio fundamental entre os limites da obediência cívica e do dever cristão de testemunhar. Quando existe clara contradição entre os mandamentos dos homens e os de Deus, de tal forma que obedecer a uns é desobedecer aos outros, não sobra mais nenhuma dúvida quanto ao que o crente deve fazer. Juízes justos têm de optar entre o caminho de punir e o de declarar inocente. Estes sacerdotes, no entanto, não eram justos. Irritados contra os apóstolos não ousavam fazer nada contra eles, ‘por causa do povo’. Medo do povo, e não o senso de justiça, levou-os a soltar os apóstolos”. (PEARLMAN, Myer. Atos: Estudo do Livro de Atos e o Crescimento da Igreja Primitiva. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.52).
II. UMA IGREJA QUE ORA COM PODER
1. Orando com propósito. Observamos na oração do capítulo 4.24-30 de Atos dos Apóstolos que os crentes oram para que Deus seja glorificado por meio de um evangelismo de poder. Eles oraram com um propósito e, por isso, foram específicos. Não foi, portanto, uma oração vaga. Nela, eles oraram para que Deus exercesse a sua soberania e agisse por meio deles, dando-lhes poder para testemunhar do Senhor Jesus. Nesse sentido, o propósito da oração foi para que Deus fosse glorificado na resposta.
2. Orando em unidade. “E, ouvindo eles isto, unânimes levantaram a voz a Deus” (At 4.24). A Concordância de Strong explica que a palavra “unânimes” vem do termo grego homothymadon, que significa um grupo de pessoas agindo com o mesmo propósito e em total harmonia. Isso mostra que havia unidade e concordância na oração. Uma igreja cheia do Espírito Santo é unida. Ela sabe respeitar as diferenças e entende que unidade não significa que todos são iguais. No meio da igreja, há crentes mais experientes e outros que ainda estão aprendendo; há aqueles que são maduros na fé e há os que ainda estão amadurecendo na caminhada cristã. Mas nada disso impede que a igreja se una em oração, buscando a Deus com o mesmo propósito.
3. Orando fundamentada na Palavra de Deus. Ao orarem, os crentes citaram o Salmos 2.1,2: “que disseste pela boca de Davi, teu servo: Por que bramaram as gentes, e os povos pensaram coisas vãs?” (At 4.25). Não basta orar. É preciso orar tomando por base a Palavra de Deus. Orar fundamentado na Palavra é orar crendo e afirmando as suas verdades. Uma oração feita fora da Palavra de Deus não terá nenhuma garantia de ser respondida porque Ele vela pela sua Palavra para a cumprir (Jr 1.12). Não há dúvidas de que a falta de fundamentação bíblica pode estar por trás do fracasso na vida de oração.
SINOPSE II
A oração foi e é a base espiritual da igreja, trazendo direção, coragem e poder de Deus.
AUXÍLIO BÍBLICO—TEOLÓGICO
“A BUSCA DO PODER. Quais foram as emoções dos discípulos? Não tinham medo, senão pediriam proteção. Não tinham ódio, por isso não pediram vingança contra seus inimigos. Foi a corajosa resolução de cumprir a vontade de Deus que os levou a orar: ‘Concede aos teus servos que falem com toda a ousadia a tua palavra’. Foi a cura do coxo que deu ocasião à perseguição. Mas, ao invés de dar menos ênfase às curas, pediam: ‘Estendes a tua mão para curar, e para que se façam sinais e prodígios pelo nome do teu santo Filho Jesus’. A resposta veio tão rápida como o trovão depois do raio. Enquanto oravam, recebiam conforme suas petições. Caiu o poder divino e houve grandes movimentos. Primeiro um tremor de terra — ‘... moveu-se o lugar em que estavam reunidos...’. Depois, um tremor de almas — ‘... todos foram cheios do Espírito Santo...’. E, finalmente, um tremor de línguas — ‘... e anunciavam com ousadia a palavra de Deus’.” (PEARLMAN, Myer. Atos: Estudo do Livro de Atos e o Crescimento da Igreja Primitiva. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.53).
III. UMA IGREJA OUSADA NO SEU TESTEMUNHO
1. Ousadia para enfrentar oposição ao Evangelho. Os crentes oraram conscientes dos obstáculos que estavam enfrentando: “Olha para suas ameaças” (v.29). Já foi dito que uma igreja cheia do Espírito é uma igreja perseverante. Ela suporta a oposição e o sofrimento por causa do Evangelho. Deve ser destacado ainda que uma igreja verdadeiramente bíblica sofrerá rejeição e oposição: “E na verdade todos os que querem viver piamente em Cristo Jesus padecerão perseguições” (2Tm 3.12). Uma igreja que procura se ajustar à agenda do Estado perdeu a sua autoridade espiritual e sua legitimidade bíblica.
2. Ousadia no exercício dos dons espirituais. O evangelista nos informa que, tendo eles orado, todos “foram cheios do Espírito Santo” (At 4.31). No ensino de Lucas (como em Paulo, cf. 1Co 14.12; Ef 5.18), o enchimento do Espírito está diretamente relacionado à prática dos dons espirituais na igreja cristã. Não se trata, portanto, apenas do uso de uma frase de efeito. No livro de Atos dos Apóstolos, é o Espírito Santo quem dá o crescimento da Igreja e opera milagres extraordinários, não somente por meio dos apóstolos, mas também pelos demais cristãos. É a ação do Espírito de Deus entre eles que realiza essas obras (At 6.3,5; At 8.5-7; 13.9). Devemos, portanto, nos encher do Espírito Santo para que seus dons tragam edificação à Igreja.
3. Ousadia na exposição da Palavra. As Escrituras dizem que, após a oração da igreja, “todos foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a palavra de Deus” (At 4.31). É interessante observarmos o uso da palavra “ousadia” nesse texto. Ela aparece, por exemplo, em Atos 4.13 para se referir à coragem de Pedro e João quando foram interrogados pelos anciãos e escribas. O cristão cheio do Espírito se torna corajoso em sua vida cristã. Ele prega a Palavra de Deus com poder.
SINOPSE III
Movida pelo Espírito Santo, a igreja anunciava o Evangelho com ousadia, sem temer oposição.
CONCLUSÃO
Nesta lição, vimos o que caracteriza, de fato, uma igreja pentecostal. Suas características se tornam visíveis e estão diretamente associadas à plenitude do Espírito Santo. A Primeira Igreja não foi perfeita, como o livro de Atos deixa bem claro. Contudo, suas limitações eram superadas por um viver diário sob a capacitação do Espírito Santo. Se queremos, de fato, ser uma igreja relevante, devemos nos deixar encher do Espírito Santo.
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Suportar provas e sofrimento é uma marca de que tipo de igreja?
De uma igreja perseverante, que permanece firme na fé mesmo diante das adversidades.
2. Cite uma das marcas da igreja que perdeu ou está perdendo o poder do Espírito.
Uma dessas marcas é a aceitação de princípios e práticas que afrontam as Escrituras.
3. O que podemos observar em Atos 4.24-30?
A igreja reunida clamando para que Deus seja glorificado por meio de um evangelismo de poder.
4. No ensino de Lucas, de acordo com a lição, a que o enchimento do Espírito está relacionado?
Está relacionado à prática dos dons espirituais na igreja cristã.
5. A palavra “ousadia” se refere a quê em relação a Pedro e João?
Refere-se à coragem de Pedro e João quando foram interrogados pelos anciãos e escribas.
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