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Lição 07: A Promessa que não pode ser revogada

 
TEXTO PRINCIPAL
“Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus.” (Gl 3.26).
RESUMO DA LIÇÃO
A promessa de Deus não pode ser revogada pela Lei, pois Deus não se contradiz.
LEITURA DA SEMANA
 SEGUNDA — Gl 3.17A aliança não é invalidada pela Lei
TERÇA — Gn 12.3Todas as famílias da terra
QUARTA — Jo 1.17A graça veio por Jesus Cristo
QUINTA — Gl 3.19A Lei existe por causa das transgressões
SEXTA — Gl 3.25Não precisamos de aio
SÁBADO — Gl 3.21A Lei não é contra as promessas de Deus
OBJETIVOS
EXPLICAR que o pacto de Deus era anterior à Lei;
COMPREENDER que a Lei não invalida as promessas de Deus;
APRESENTAR os verdadeiros filhos de Deus.
 INTERAÇÃO
 Prezado(a) professor(a), na lição deste domingo, veremos que Paulo se refere à importância da promessa em detrimento da Lei. Os judaizantes criam que eram a semente de Abraão, e somente eles. Contudo Paulo mostra que a semente de Abraão, para Deus, é mais abrangente, e alcança todos os que creram e creem em Jesus pela fé, judeus e gentios. No decorrer da lição, procure enfatizar aos alunos que a Lei, que é o pacto moisaico, não tem o poder de anular a promessa de Deus feita ao patriarca 400 anos antes, pois Deus não voltou atrás em sua promessa.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), converse com seus alunos explicando que “Jesus Cristo nos resgatou da maldição do pecado e suas consequências, ou seja, a morte espiritual, a punição eterna e a separação permanente de Deus. Ele fez isso, tomando sobre si mesmo a total punição pela nossa rebelião e nossas ofensas contra Deus (veja 2Co 5.21) e por suportar a maldição pela nossa incapacidade de viver em conformidade com a lei de Deus (cf. Rm 8.3). No grego clássico, a referência a estar pendurado no madeiro seria as toras e postes em que os corpos eram empalados (isto é, perfurados e suspensos). Nesta passagem, a expressão se refere à cruz em que Cristo morreu (veja Mt 27.35, nota; cf. At 5.30; 10.39; 1Pe 2.24). Enfatize que o conteúdo da promessa de Deus a Abraão (v.8) é definido como ‘a promessa do Espírito’ (cf. Lc 24.49; At 1.4,5). Receber o Espírito de Deus é ter justiça, a vida renovada e todas as outras bênçãos espirituais que resultam de um relacionamento correto com Deus (veja Gl 3.5, nota; 4.6).” (Adaptado de Bíblia de Estudo Pentecostal para Jovens. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.1627).
TEXTO BÍBLICO
Gálatas 3.17-24.
17 — Mas digo isto: que tendo sido o testamento anteriormente confirmado por Deus, a lei, que veio quatrocentos e trinta anos depois, não o invalida, de forma a abolir a promessa.
18 — Porque, se a herança provém da lei, já não provém da promessa; mas Deus, pela promessa, a deu gratuitamente a Abraão.
19 — Logo, para que é a lei? Foi ordenada por causa das transgressões, até que viesse a posteridade a quem a promessa tinha sido feita, e foi posta pelos anjos na mão de um medianeiro.
20 — Ora, o medianeiro não o é de um só, mas Deus é um.
21 — Logo, a lei é contra as promessas de Deus? De nenhuma sorte; porque, se dada fosse uma lei que pudesse vivificar, a justiça, na verdade, teria sido pela lei.
22 — Mas a Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, para que a promessa pela fé em Jesus Cristo fosse dada aos crentes.
23 — Mas, antes que a fé viesse, estávamos guardados debaixo da lei e encerrados para aquela fé que se havia de manifestar.
 
24 — De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que, pela fé, fôssemos justificados.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos que Paulo se refere à importância da promessa em detrimento da Lei. Os judaizantes criam que eram a semente de Abraão, e somente eles. Mas Paulo mostra que a semente de Abraão, para Deus, é mais abrangente, e alcança todos os que creram e creem em Jesus pela fé, judeus e gentios. A Lei, que é o pacto moisaico, não tem o poder de anular a promessa de Deus feita ao patriarca 400 anos antes, pois Deus não voltou atrás em sua promessa.
I. O PACTO DE DEUS ANTERIOR À LEI
1. A Lei não invalida o testamento. Paulo se vale de uma linguagem jurídica para mostrar aos gálatas a importância das promessas de Deus. Aqui, ele apresenta uma contraposição entre a promessa e uma lei. Deus fez promessas a Abraão, e destacamos a de que ele seria pai de uma grande nação. Pelo que vemos ao longo da revelação divina, com base em Gênesis 12.3: “em ti serão benditas todas as famílias da terra”, o alcance da promessa divina a Abraão ia além da sua semente física. Deus fez um pacto com Abraão, e esse pacto não seria revogado pela lei de Moisés. Na língua grega há duas expressões para a palavra “aliança”. A primeira é syntheke, “colocar junto”, onde um pacto é feito entre partes iguais, com direitos iguais de discutir o acordo a ser proposto. A segunda palavra é diatheke, “colocar por”, e traz a ideia de um acordo em que as partes são desiguais, quando uma parte coloca os termos e a outra aceita ou rejeita. Esse é o termo que Paulo usa para explicar o pacto de Deus com Abraão. O patriarca, como ser humano, era limitado no que poderia oferecer a Deus, exceto pela fé que tinha no Eterno. Deus, por sua vez, prometeu bênçãos a Abraão, e uma vez feito o pacto acerca dessa promessa, não voltaria atrás. Em sua presciência, Deus sabia que os gentios seriam alcançados e experimentariam a oportunidade de viver pela fé.
2. A herança vem pela promessa. Por mais que a herança possa ser regulamentada por uma lei, ou seja, por mais que uma lei defina as regras para que uma herança possa ser dada e recebida, a lei não tem o poder de modificar a vontade do testador, nem de alterar o testamento depois de o testador ter falecido. A lei pode regulamentar, mas não invalidar o testamento, ainda mais se essa lei veio muito tempo depois de o testamento ter sido acertado entre o doador e o herdeiro. A promessa de Deus a Abraão não poderia ser revogada pela Lei que Deus deu ao seu povo. A herança não viria através da Lei, mas da promessa baseada e ratificada pelo testamento entre Deus e Abraão.
3. A Lei existe por causa das transgressões. Paulo explica o motivo da Lei existir, pois se não o fizesse, certamente os gálatas manteriam a percepção de que seguir os preceitos mosaicos, sendo gentios, era a forma correta de viver o Evangelho. De certa forma, a Lei de Moisés pode ser comparada a um objeto que tem a capacidade de refletir a imagem de uma pessoa, mas não de limpá-la. A Lei mostrava quem a pessoa era, mas não podia mudá-la. Espelhos não mudam a aparência das pessoas que se colocam diante deles. A Lei tinha por objetivo regular as relações entre o homem e Deus, entre o homem e o seu próximo e o homem consigo mesmo. Era um código de suma importância para os hebreus. Ela existia porque a natureza pecaminosa dos filhos de Abraão era a mesma natureza pecaminosa dos demais seres humanos, e os hebreus pelo menos teriam um referencial escrito para não pecar contra Deus. Como já sabemos, a Lei apontava o pecado. Ela, de certa forma, restringia a maldade, e nos é dito que ela existia por conta das transgressões. Como sabemos, é da natureza pecaminosa do ser humano tentar burlar regras (Rm 7.7). A Lei mostrava o pecado, e os homens testavam os limites do alcance dela pecando contra Deus.
SUBSÍDIO I
Professor(a), inicie o primeiro tópico da lição com a seguinte pergunta: “Qual era o propósito da Lei?”. Incentive a participação dos alunos e ouça-os com atenção. Depois, enfatize a nossa fragilidade para cumpri-la. Diga que ao escrever aos Romanos, Paulo mostra que a função da Lei era revelar o pecado. Paulo afirma: “porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás” (Rm 7.7). A Lei mostrava o pecado, e que os homens por seus próprios esforços não poderiam cumpri-la. Explique que a Lei tinha por objetivo regular as relações entre o homem e Deus, entre o homem e o seu próximo e o homem consigo mesmo.
II. A LEI NÃO INVALIDA AS PROMESSAS DE DEUS
1. A Lei não é contra as promessas de Deus. É estranho imaginar que Deus tenha feito um pacto com Abraão e, quatrocentos anos depois, tenha mudado as regras, fazendo uma Lei para os descendentes de Abraão e mudando os termos antes acertados. Em sua fidelidade, o Eterno mantém o que foi ajustado com Abraão ao longo dos séculos. Paulo pergunta: “Logo, a Lei é contra as promessas de Deus? De nenhuma sorte; porque, se dada fosse uma Lei que pudesse vivificar, a justiça, na verdade, teria sido pela Lei” (Gl 3.21). O que os judaizantes não compreendiam é que a Lei e a promessa de Deus não eram opostas. Deus não criou a Lei para se opor à promessa que havia feito a Abraão, mas para conduzir os hebreus à fé em Cristo. Ela era um aio, como veremos.
2. Tudo está debaixo do pecado. Antes de falar sobre a Lei como um tutor, Paulo fala que “a Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, para que a promessa pela fé em Jesus Cristo fosse dada aos crentes” (Gl 3.22). A salvação é uma dádiva, não uma dívida que tenha de ser paga pelo esforço humano. Aqui entra o fator graça de Deus. Com todos colocados no mesmo padrão, ou seja, debaixo do pecado, há uma “padronização”, ou seja, ninguém é melhor ou superior a ninguém quando se trata de receber a salvação. Ou é pela fé ou não é por caminho nenhum.
3. A lei como “aio”. A Lei agia como um tutor. Ela ensinava, conduzia no caminho, mas também tolhia a liberdade. Como um batedor militar, que conduz uma autoridade até o seu destino, o aio assim agia. Ele direciona o comboio, faz a proteção, mas não os deixa em liberdade até que tenham chegado ao destino esperado. A Lei de Moisés deve guiar os seus seguidores até Cristo. Da mesma forma que um aio deveria conduzir uma criança até o destino proposto, assim a Lei deveria fazer. A Lei de Moisés não é adversária da graça de Deus. Na prática, a Lei conduz os hebreus até a graça de Deus, pois as ordenanças mosaicas apontam para uma impossibilidade de se agradar a Deus pelas obras: “Porque a lei foi dada por Moisés: a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo” (Jo 1.17). A Lei nos prende ao pecado mostrando o que é o pecado. A liberdade dessa prisão só pode vir por Cristo.
SUBSÍDIO II
“A palavra para ‘lei’ (gr. nomos; heb. torah) significa ‘ensinamento’ ou ‘orientação’. A lei pode ser uma referência aos Dez Mandamentos, o Pentateuco, ou qualquer mandamento no Antigo Testamento. O uso que Paulo faz da lei aqui inclui o sistema de sacrifícios que fazia parte do concerto de Deus no Antigo Testamento, feito com Israel, e dado a Moisés (O concerto era o ‘acordo de vida’ de Deus com Israel com base nas suas leis e promessas a eles e na sua fidelidade e obediência a Ele). A respeito da lei, Paulo declara várias coisas: (1) Ela foi dada por Deus ‘por causa das transgressões’, o que quer dizer que ela (a) definia ofensas a Deus e expunha o pecado como a violação da vontade de Deus (isto é, os seus propósitos, padrões, desejos e intenções com base no seu perfeito caráter e nos seus planos) e (b) despertava na humanidade a sensação de necessidade da misericórdia de Deus, da sua graça e salvação por intermédio de Cristo (cf. Rm 5.20; 8.2). (2) Embora a lei de Deus fosse santa, boa e justa (Rm 7.12), era inadequada, porque não podia dar ao povo a vida espiritual ou a força moral (v.21; Rm 8.5-32). Nenhuma forma de obediência a regras - até mesmo às regras de Deus — pode nos colocar em um relacionamento correto com Deus. (3) A lei agia como um tutor temporário, ou guia de instrução para o povo de Deus, protegendo-os e colocando-os na direção correta até que a salvação espiritual fosse revelada e se tornasse disponível, por meio da fé em Jesus Cristo (vv.22-26). Até então, a lei revelava a vontade de Deus e os seus padrões para o comportamento do seu povo, e também permitia que os sacrifícios de sangue compensassem os pecados das pessoas (veja Lv 1.5; 16.33) e apontava, de uma maneira profética, para a morte de Cristo, que expiou os pecados e trouxe o perdão absoluto e final (Hb 9.14; 10.12-14) (4) A lei foi dada ‘para nos conduzir a Cristo, para que, pela fé, fôssemos justificados’ (v.24). Mas agora que Cristo veio, a função de supervisão da lei havia terminado (v.25). Embora a lei de Deus ainda sirva para revelar o padrão perfeito de Deus e para revelar a nossa necessidade de Cristo, não mais podemos tentar manter um relacionamento correto com Deus por intermédio das provisões da lei do Antigo Testamento, incluindo o sistema de sacrifícios. A salvação agora se baseia nas provisões do novo concerto (isto é, o ‘acordo de vida’ de Deus com as pessoas com base na vida, morte e ressurreição de seu Filho, Jesus Cristo). A principal provisão é a morte expiatória de Jesus Cristo (isto é, a sua morte que cobre e perdoa os pecados, e a sua milagrosa ressurreição, que selou o novo concerto de Deus e propiciou o perdão e a nova vida para aqueles que entregam a vida a Cristo (vv.27-29).” (Bíblia de Estudo Pentecostal para Jovens. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.1627).
III. OS VERDADEIROS FILHOS DE DEUS
1. Somos filhos de Deus pela fé. O que faz com que sejamos feitos filhos de Deus não é a observância da Lei. Não somos filhos de Deus pelas coisas que fazemos, e sim pela fé em Jesus. É possível que resquícios da mensagem dos judaizantes estejam sendo ensinados em nossos dias, quando se exige que uma pessoa cumpra uma série de preceitos para que possa ser abençoada ou salva.
2. Não há judeu nem grego. Na graça de Deus, todos somos iguais para a salvação: pecadores. Sem fé, um hebreu não terá a salvação, e pela fé, um gentio verá a Deus. Por isso Paulo diz que “nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gl 3.28).
3. Somos descendentes de Abraão (Gl 3.29). Paulo não diz que somos herdeiros de Abraão por força da Lei de Moisés, mas sim por causa da promessa de Deus. Os judeus ainda são descendência física de Abraão, mas todos os que creem em Jesus, pela fé, são igualmente filhos de Abraão. Nós fomos feitos filhos de Deus por adoção, mas nem por isso somos menos filhos de Deus. A adoção traz para nós as prerrogativas de uma herança que nos está destinada pela fé.
CONCLUSÃO
A salvação é um presente de Deus, uma herança, que nos é dada por intermédio da fé, que nos justifica e nos faz filhos de Deus por adoção. Ela não é nem pode ser fruto de troca, como algumas pessoas queiram sugerir. E a Lei de Deus não se opõe à promessa dEle, pois aceita o homem pela fé, e esse é o padrão que Ele estabeleceu para que os homens se aproximassem dEle. Somos filhos de Deus e descendência do patriarca Abraão pela fé.
HORA DA REVISÃO
1. Qual a promessa feita a Abraão e que alcança todas as famílias da Terra?
Deus fez promessas a Abraão, e destacamos a de que ele seria pai de uma grande nação (Gn 12.1-3).
2. Quais são as duas expressões gregas para a palavra “aliança”?
A primeira e synthehe, “colocar junto”, onde um pacto é feito entre partes iguais, com direitos iguais de discutir o acordo a ser proposto. A segunda palavra é diatheke “colocar por”, e traz a ideia de um acordo onde as partes são desiguais, onde uma parte coloca os termos e a outra aceita ou rejeita.
3. Por que a Lei existe?
A Lei existe por causa das transgressões.
4. Qual o objetivo da Lei?
A Lei tinha por objetivo regular as relações entre o homem e Deus, entre o homem e o seu próximo e o homem consigo mesmo.
5. A Lei invalida as promessas de Deus?
Não. A Lei não é contra as promessas de Deus.

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