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Lição 08: Filhos e Herdeiros

 
TEXTO PRINCIPAL
 “Assim que já não és mais servo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo.” (Gl 4.7).
RESUMO DA LIÇÃO
A maturidade exige de nós um comportamento diferenciado, pois por ela recebemos a herança em Cristo.
LEITURA DA SEMANA
SEGUNDA — 1Co 13.11Quando era menino
TERÇA — Gl 4.3Meninos estão sujeitos à servidão
QUARTA — Gl 4.5Em Jesus recebemos a adoção
QUINTA — Gl 4.8Desconhecer a Deus leva à idolatria
SEXTA — Gl 4.14Paulo foi recebido como um anjo de Deus
SÁBADO — Gl 4.17Nosso zelo por Deus
OBJETIVOS
CONSCIENTIZAR que somos herdeiros de Deus em Cristo;
COMPREENDER a nossa posição em Deus pela fé em Jesus Cristo;
SABER que o herdeiro de Deus precisa viver com maturidade e responsabilidade.
INTERAÇÃO
Prezado(a) professor(a), na lição anterior vimos que Paulo tratou a respeito da descendência de Abraão: todos os que creem em Jesus pela fé, quer sejam judeus, quer sejam gentios. Nesta lição, veremos a comparação que Paulo faz entre o herdeiro criança e o que já atingiu a maioridade. Vamos aprender com ele a respeito da importância de se ter o zelo correto para com as coisas de Deus e com as pessoas que são dEle. Paulo vai nos revelar o zelo espiritual que caracterizava o seu ministério e a sua maturidade cristã, juntamente com suas responsabilidades. Veremos que um crente maduro não pode agir como uma criança.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a), depois de orar com os alunos e fazer a leitura do texto bíblico, faça a seguinte pergunta: “Você acredita que Deus é soberano e age no momento sempre certo?”. Incentive a participação dos alunos e ouça as respostas com atenção. Depois diga que na “plenitude dos tempos”, período específico e certo, Deus enviou Jesus ao mundo. Ele tem o controle do tempo e tudo acontece na hora certa. Jesus veio para remover todas as barreiras étnicas, raciais e de gênero. Paulo revela tal verdade aos gálatas. Explique que “Paulo mostrou que todas as barreiras étnicas, raciais, nacionais, socioeconômicas e de gênero com respeito ao relacionamento espiritual de uma pessoa com Jesus Cristo foram removidas. Todos os que estão ‘em Cristo’ são herdeiros iguais ‘da graça da vida’ (1Pe 3.7), do Espírito prometido (v.14; 4.6) e da renovação espiritual, na imagem de Deus (Cl 3.10,11). Por outro lado, no contexto da igualdade espiritual, os homens continuam sendo homens, e as mulheres continuam sendo mulheres (Gn 1.27). As suas funções dadas por Deus para o casamento e as suas distinções singulares em outros aspectos da vida e da sociedade permanecem inalteradas (1Pe 3.14)”. (Adaptado de Bíblia de Estudo Pentecostal para Jovens. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.1630).
TEXTO BÍBLICO
Gálatas 4.1-7.
1 — Digo, pois, que, todo o tempo em que o herdeiro é menino, em nada difere do servo, ainda que seja senhor de tudo.
2 — Mas está debaixo de tutores e curadores até ao tempo determinado pelo pai.
3 — Assim também nós, quando éramos meninos, estávamos reduzidos à servidão debaixo dos primeiros rudimentos do mundo;
4 — mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,
5 — para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos.
6 — E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai.
7 — Assim que já não és mais servo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
Vimos na lição anterior que Paulo tratou a respeito da descendência de Abraão: todos os que creem em Jesus pela fé, quer sejam judeus, quer sejam gentios. Nesta lição, trataremos a respeito da maturidade. É ela que faz o herdeiro menino se tornar um herdeiro completo e apto para receber a herança. Ao se colocarem debaixo da Lei, os gálatas estavam não somente se colocando num caminho de retrocesso para com o Evangelho, mas estavam igualmente renunciando à sua maturidade e sua herança em Cristo.
I. HERDEIRO, MAS COMO SE NÃO FOSSE AINDA
1. Herdeiro, mas como escravo. Paulo começa dizendo que “todo o tempo em que o herdeiro é menino, em nada difere do servo, ainda que seja senhor de tudo” (Gl 4.1). Nesse texto, podemos ver a importância da maioridade. Ainda que uma criança fosse considerada herdeira, não é diferente de um escravo enquanto não atingir a maioridade. À medida que a criança vai crescendo e se desenvolvendo, ela vai se tornando menos dependente do aio (daquele que a conduz e que exerce sobre ela uma tutela, uma guarda). A criança não é uma escrava, mas é “considerada” como se fosse, em relação a herança, até que atinja a maturidade. Paulo comenta que o herdeiro, enquanto menino, por mais que seja dono de tudo, não tem acesso à herança e não possui diferença de um escravo. Falta a ele a maturidade que só o tempo poderá trazer. Um comentarista diz que aquela criança era chamada de “jovem senhor”, sendo “senhor” porque um dia, na maioridade, poderia usufruir dos bens e direitos que lhe seriam entregues, e “jovem” para não se esquecer que sua hora não havia chegado e se colocar no seu lugar. Mas a hora da sua maioridade chegaria, e ele poderia usufruir dos seus bens e títulos. A função da Lei era conduzir as pessoas a Cristo, da mesma forma que o aio conduzia a criança até a escola e se responsabilizava pela sua educação (Gl 4.3).
2. Na plenitude dos tempos. O momento da história humana em que Deus interveio para transformar uma promessa em um fato consumado é chamado de “plenitude dos tempos”. Nesse período específico, Deus enviou a Jesus, e o apóstolo ainda reforça: “nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gl 4.4). Essas duas colocações têm importância pois, mostram não somente a humanidade de Jesus, mas igualmente o fato de que por ter nascido sob a Lei e tê-la cumprido até a morte, seu sacrifício foi único e perfeito, colocando a salvação disponível a todos que creem, independentemente da sua cultura de origem. Paulo destaca que foi Deus que enviou seu Filho do Céu para este mundo. Essa vinda fazia parte da promessa dada a Abraão, de que nele, todas as famílias seriam benditas. A bênção de Deus não estaria restrita aos descendentes de Abraão que guardavam a Lei. Essa bênção seria dada, pela fé, aos que cressem no sacrifício de Jesus.
3. Remir os que estavam debaixo da Lei. A vinda de Jesus foi para remir os que estavam debaixo da Lei. Remir é comprar novamente. Paulo aqui nos mostra que as ações de Deus sempre têm um propósito. Nessa remissão Jesus pagou a nossa dívida, e com seu sangue, nos comprou para Deus (Ap 5.9). Certo estudioso comentou que os judeus dos tempos de Jesus, de forma geral consideravam a Lei como “um capataz cujas ordens precisavam ser obedecidas por temor à penalidade decorrente da infração”. Ela é o paidagogos, responsável por preparar e levar as crianças de uma família para a escola, onde seriam entregues ao “mestre-escola”. Uma vez entregue as crianças ao mestre-escola, a responsabilidade do paidagogos estava concluída. Nada mais há de ser feito por ele.
SUBSÍDIO I
Professor(a), explique que a “expressão ‘servir de aio’ traduz a palavra grega paidagogos, da qual deriva a palavra pedagogo (isto é, professor, educador, guardião). Nos tempos do Novo Testamento, isto era uma referência ao servo pessoal que acompanhava o filho de um senhor, onde quer que o filho fosse — inclusive à escola — agindo como guardião e exercendo disciplina sobre a criança. Este papel era mais o de uma babá, do que o de um professor. O propósito da lei de Deus, durante algum tempo, foi guiar o povo nos caminhos de Deus, proteger o seu comportamento e dar disciplina. Mas o propósito supremo da lei de Deus é revelar o pecado, expor a nossa própria incapacidade de viver em conformidade com o padrão perfeito de Deus e nos mostrar a nossa necessidade de Cristo e da sua obra de salvação espiritual.
4.2 TUTORES E CURADORES ATÉ AO TEMPO DETERMINADO PELO PAI. A declaração que Paulo faz aqui é usada, principalmente, para mostrar a situação de um crente sob o concerto do Antigo Testamento (isto é, a maneira de manter um relacionamento com Deus com base nas leis e sacrifícios do Antigo Testamento, antes que Cristo fizesse o sacrifício perfeito pelo pecado com a sua própria vida). No entanto, o princípio desta passagem também indica que os pais piedosos normalmente supervisionavam a instrução de seus filhos (veja Dt 6.7). Esta supervisão seria feita por meio da educação na própria casa ou colocando as crianças sob os cuidados e a instrução de professores piedosos. As Escrituras ensinam claramente que os pais devem fazer tudo o que puderem para assegurar que seus filhos recebam uma educação centrada em Deus e que honre a Cristo, em todos os aspectos da vida, começando no lar”. (Adaptado de Bíblia de Estudo Pentecostal para Jovens. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.1630).
II. A NOSSA POSIÇÃO EM DEUS
1. Somos filhos e herdeiros. Antes os gálatas serviam aos ídolos, pois não conheciam a Deus. Mas agora, eles haviam sido salvos, e não foram deixados à própria sorte. Eles foram recebidos como filhos (Gl 4.6). Paulo prossegue dizendo que somos filhos e herdeiros, coisa que um escravo não é. Pelo Espírito Santo, os gentios poderiam chamar Deus de “paizinho”, não uma expressão que remonte a ideia de um diminutivo, mas sim de intimidade. Os gentios agora, em Cristo, obedecem a Deus para agradá-lo, e não porque podem ser punidos, como os ídolos faziam com aqueles que os adoravam. Mas essa nova posição para os gálatas estava sendo abalada: “como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir? Guardais dias, e meses, e tempos, e anos” (Gl 4.9,10).
2. Guardando preceitos e regras. Eles eram filhos e herdeiros de Deus pela fé, mas observando a Lei de Moisés, estavam como que voltando à época em que serviam a ídolos. Mais que isso, eles passaram a se preocupar com a guarda das festas hebraicas e os dias santos, uma regra para que a cultura judaica fosse prolongada entre os gentios. Eles aprenderam com os judaizantes a guardar rituais que se iniciavam com datas importantes do judaísmo. O que comer, o que não comer, não deixar de celebrar tal data. Na prática, pouca diferença tinha o legalismo do paganismo, dos ídolos que antes os gálatas adoravam. Não há nenhum impedimento em se guardar um dia para a adoração a Deus. Os hebreus tinham seu próprio calendário, e dele se valiam para não descumprir os mandamentos. Guardamos o domingo pois foi nele que Jesus ressuscitou, vencendo a morte e nos garantindo que seremos vitoriosos com Ele nesse mesmo aspecto. Mas a guarda de datas e dias como um misticismo não é o que Deus tem para nós. Há algum problema em se seguir regras? De forma alguma. As regras nos ajudam a saber como nos portar em diferentes contextos e trazem organização. No trabalho ou nos estudos, regras como cumprir horários e estar fazendo as suas atividades no departamento onde se trabalha ou na sala onde a aula vai acontecer, ajudam na organização e no bom relacionamento. Mas quando o comprimento de regras se torna o referencial de espiritualidade, tal ideia não é correta, como no caso dos gálatas.
3. Fraqueza de Paulo quando esteve com os gálatas. Paulo relembra seus leitores que esteve com eles em fraqueza, uma forma de dizer que estava acometido de uma enfermidade. E por que ele faz isso? Diferente de pessoas que ensinam que quem serve a Deus não pode ficar doente, ou se está, é porque cometeu algum pecado ou porque não tem fé, Paulo nos permite entender que estamos sujeitos às mazelas deste “corpo de humilhação” (Fp 3.21). Ele acrescenta: “E não rejeitastes, nem desprezastes isso que era uma tentação na minha carne” (Gl 4.14). Os gálatas tinham um coração aparentemente disposto à generosidade e à misericórdia, tanto que “se possível fora, arrancaríeis os olhos, e mos daríeis” (Gl 4.15) A receptividade dos gálatas foi relembrada para mostrar que Paulo não lhes era um oponente. Ele tinha gratidão pelos gálatas. A graça de Deus, pregada pelo apóstolo, foi suficiente não só para alcançar seus ouvintes, mas igualmente poderosa para que eles recebessem a Paulo como um mensageiro de Deus, mesmo quando estava adoecido. E os judaizantes estavam se aproveitando dessa boa vontade dos gálatas para semear entre eles a desobediência.
III. MATURIDADE E RESPONSABILIDADE
1. Inimigo fala a verdade? É possível que os judaizantes estivessem ensinando que Paulo era um inimigo dos gálatas por falar daquela forma com eles. Mas o apóstolo o fazia com o coração de um verdadeiro pastor, não como um aventureiro. Ele falava a verdade em amor. O questionamento do apóstolo sobre a sua forma de falar com os leitores deixa claro a diferença entre ser um bajulador e ser um mestre que se preocupa não com o que pode receber, mas com o que pode entregar.
2. O zelo inconveniente. Nem toda demonstração de zelo é do Espírito. É possível que haja na igreja pessoas que apresentam o que seria tido por um comportamento aceitável diante de Deus, mas sem o aval dEle. O zelo dos judaizantes não era espiritual, mas religioso, e esses dois zelos são diferentes. O zelo espiritual se preocupa com a vida espiritual das pessoas de uma congregação, ao passo que o zelo religioso se prende ao formato como a religião é manifesta. Eles queriam aumentar a sua influência entre os gálatas demonstrando um zelo religioso, e isso era contrário ao Evangelho: “Eles têm zelo por vós, não como convém; mas querem excluir-vos, para que vós tenhais zelo por eles” (Gl 4.17). O zelo dos judaizantes era inconveniente. Paulo era contrário ao zelo espiritual? De forma alguma. Ele diz: “É bom ser zeloso, mas sempre do bem e não somente quando estou presente convosco” (Gl 4.18). Ele não estava ali com os gálatas, mas demonstrava, mesmo à distância, o zelo espiritual que marcava o seu ministério.
3. A maioridade exige responsabilidades. Crescer implica ter responsabilidades. Uma pessoa que atinge a maioridade tem obrigações das quais não pode se esquivar. É possível que uma pessoa tenha direito à herança, mas não possa possuí-la devido à idade. Os gálatas já tinham conhecido Jesus, e com o Senhor, a maturidade. Agora estavam se colocando como crianças, sendo guiados pela Lei, e considerados sem acesso à herança. A maturidade tem por preceito a diferenciação da infantilidade. Um adulto não pode agir como criança, como se precisasse passar por todo o processo de crescimento e amadurecimento. De um adulto se espera diversas características, como: inteligência, experiência, responsabilidade por seus atos, seriedade e conhecimento. Não esperamos isso de uma criança, que ainda está em desenvolvimento e não possui essas competências.
CONCLUSÃO
Nesta lição, vimos que Paulo faz uma comparação entre o herdeiro criança e o herdeiro que já atingiu a maioridade e mostra a importância de se ter o zelo correto para com as coisas de Deus e as pessoas de Deus. Ele mostra o zelo espiritual que caracterizava o seu ministério, e que a maturidade tem suas responsabilidades, não sendo, portanto, compatível a uma pessoa madura agir como uma criança para com as coisas de Deus.
HORA DA REVISÃO
1. Segundo a lição, qual era a responsabilidade do aio?
Conduzir a criança até a escola e exercer sobre ela uma tutela, uma guarda.
2. Explique, segundo a lição, o que é a “plenitude dos tempos”.
O momento da história humana em que Deus interveio para transformar uma promessa em um fato consumado é chamado de “plenitude dos tempos”.
 3. O que significa “remir”?
Remir é comprar novamente.
4. Qual é a nossa posição em Deus?
Somos filhos e herdeiros.
5. Toda demonstração de zelo é do Espírito?
Nem toda demonstração de zelo é do Espírito. É possível que haja na igreja pessoas que apresentam o que seria tido por um comportamento aceitável diante de Deus, mas sem o aval dEle.

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