PLANO DE AULA
1- INTRODUÇÃO
Nesta lição, temos o propósito de
estudar os preceitos do culto cristão. Nos aprofundaremos em sua natureza,
observando-o como uma forma de servir, obedecer e adorar a Deus, que requer,
portanto, a reverência, ordem e santidade devidas. Através das Sagradas
Escrituras, veremos que tanto o conteúdo como a maneira de cultuar são
importantes, o que é evidenciado na adoração focada exclusivamente no Senhor e
na edificação da Igreja. E como marca na liturgia pentecostal, veremos a
adoração fervorosa e a exposição da Palavra como primazia.
2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:
I) Identificar a natureza do culto
a Deus, sua forma e conteúdo;
II) Compreender o genuíno propósito do culto cristocêntrico;
III) Enfatizar a primazia das
Escrituras e a importância da adoração entusiástica na liturgia pentecostal.
B) Motivação:
Com o passar dos anos de caminhada cristã, à medida que, constantemente nos relacionamos com a fé, podemos incorrer no erro de praticar de modo automático as disciplinas espirituais e, até mesmo, a forma de cultuar a Deus. Um antídoto poderoso contra este mal é estudar a sua Palavra, com a postura de um genuíno discípulo, sempre disposto a se deixar nortear, confrontar, corrigir e aperfeiçoar para a glória de Deus, a fim de que o culto público seja apenas o transbordar de uma vida de adoração legítima e agradável a Ele.
C) Sugestão de Método:
Propomos um exercício reflexivo, a fim de elucidar a importância que o culto tem para Deus, não apenas em sua existência, mas também quanto a sua “forma” e o seu “conteúdo”. Para tal, conduza a classe a uma reflexão, pedindo que cada um pense num presente, uma demonstração de afeto, que gostaria de ganhar do ser amado (filhos, marido, pais…). De maneira lúdica, a fim de exemplificar essa proposta, cite o seu caso – o que você mesmo gostaria de ganhar do seu cônjuge, numa celebração de aniversário de casamento, por exemplo. Permita que alguns comentem e, logo, a seguir indague coisas do tipo: Tal presente teria o mesmo valor se você descobrisse que ele foi roubado pela pessoa amada? Ou tal demonstração seria bem recebida se viesse como uma ‘barganha’ para o outro conseguir um interesse pessoal? E se fosse um presente dado por culpa, devido a uma traição, você ainda gostaria de recebê-lo? Conclua explicando que, se até mesmo nós, tão limitados e pecadores, temos critérios para aceitar uma demonstração de afeto, imagine o nosso Deus Santo. Você pode pedir que um voluntário leia 1 Samuel 15.22 e Salmos 51.17
3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação:
Comumente, ao final
de um culto, ouvimos comentários avaliando se ele foi bom ou ruim, como se o
propósito de tal reunião fosse saciar o nosso ego ou atender aos nossos
critérios. Contudo, como estudamos nesta lição, um culto precisa de fato seguir
alguns princípios, mas que não são humanos, e sim divinos. Portanto, antes,
durante e depois de tal momento solene perante o Senhor, cada um de nós
avalie-se a si mesmo, a fim de que ofereçamos a Deus um culto racional, como
fruto de uma vida genuína de adoração, santidade e serviço a Ele.
4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão.
Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 96, p.41, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais:
Ao final do
tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula:
1) O texto “O culto dirigido pelo
Espírito Santo”, localizado após o primeiro tópico, aprofunda a reflexão a
respeito da forma necessária para o culto ser agradável ao Senhor;
2) O texto “Os Elementos do Culto”, ao final do terceiro tópico, enfatiza a importância da integridade da adoração na liturgia desde o AT.
INTRODUÇÃO
Nesta lição vamos estudar o culto cristão sob diferentes aspectos, pois precisamos conhecê-lo em sua natureza. Aqui, veremos que o culto é santo e, por isso, deve ser solene. Assim, também, mostraremos que a glorificação de Deus e a edificação da igreja são os propósitos sublimes do verdadeiro culto cristão. E, por último, mostraremos que todo culto também tem um ritual. No contexto da igreja cristã, destacaremos o papel da Bíblia e da adoração entusiástica na dinâmica pentecostal.
PALAVRA-CHAVE: Culto
I – A NATUREZA DO CULTO
1- O culto como serviço a Deus.
Na Bíblia, o culto é mostrado como um serviço, isto é, uma vida entregue e consagrada a Deus (Dt 6.13 - ¹³O Senhor teu Deus temerás e a ele servirás, e pelo seu nome jurarás.). Em um primeiro plano tem a ver com a atitude com a qual se cultua o Altíssimo e, em um segundo plano, com a forma como se cultua. O culto, portanto, expressa uma combinação de obediência à Palavra de Deus e a forma ritual como essa adoração acontece. O livro de Atos dos Apóstolos, por exemplo, mostra a adoração no contexto do culto cristão (At 13.1-4). Enquanto os cristãos “serviam” Senhor, o Espírito Santo comissionou os primeiros missionários da igreja.
O termo culto tem sido definido a partir da palavra grega latreia e leitorgia, indicando o vocábulo adoratio, ou adoração, prática vital no culto cristão. Adorar é reverenciar, prostrar-se, curvar-se, reconhecer, celebrar e exaltar a majestade divina. Portanto, o culto leva o crente a reconhecer a grandeza e a santidade de Deus, assim como a sua própria pequenez e necessidade de perdão e santificação. Cultuar tem relação com adorar a Deus. Essas duas ações correspondem ao serviço em favor do Senhor e de sua Igreja. Isso levou Paulo a convocar os irmãos de Roma a que entregasse o corpo em “sacrifício” e renovassem a mente (que equivale à totalidade do homem) como um “culto racional” a Deus (Rm 12.1). Culto é entrega. É uma forma de consagrar tudo a Deus como reconhecimento de sua grandeza e graça.
Ponto 2, item 1 da lição dos jovens
A prática do culto a Deus tem a ver como nós prestamos esse culto a Ele, qual a nossa atitude e nossa devoção e ao mesmo tempo como fazemos esse culto a Ele, sua forma e sua execução.
Sabemos que não é de qualquer forma que devo me apresentar diante de Deus, Ele é Santo e como tal seus adoradores devem se apresentar também assim; com atitude, serviço e ato santos.
Da mesma forma a maneira como lhe prestamos culto deve ser santo também. Não deve ser de qualquer maneira, de qualquer forma; Ele é ordeiro e decente e como tal o culto a Ele deve ser assim também.
No ato do culto prestamos adoração a Deus, estamos servindo a Ele, estamos prestando honras, estamos reverenciando o Altíssimo, o Criador, o Soberano e Único Senhor. Portanto não é de qualquer maneira nem de qualquer forma.
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2- O culto deve ser solene.
Por “solene” nos referimos ao que traz respeito e é majestoso. Isso significa que tanto o conteúdo como a maneira de se cultuar são importantes (Ec 5.1; 1 Co 11.27). Por isso, o culto não pode ser destituído de significado nem realizado de qualquer jeito (Lv 10.1,2). Não por acaso, o apóstolo Paulo expõe princípios que regulamentaram o culto na igreja de Corinto (1 Co 12.14). Isso deixa claro que há uma ordem a ser observada na liturgia cristã ( É o modo, maneira, estilo como os cristãos prestam culto a Deus; adoram, reverenciam, prostram-se em louvor e adoração a Deus e ao mesmo tempo que são edificados, consolados, exortados, ensinados pela exposição da Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada). Para isso, temos na Bíblia o parâmetro para o bom ordenamento do culto. Por exemplo, aos coríntios, o apóstolo destacou o seguinte: “Mas faça-se tudo decentemente e com ordem” (1 Co 14.40). Nesse texto temos os termos gregos euschémonós, traduzido como “decentemente” e “decorosamente”; e taxis, traduzido como ordem. Isso nos leva a compreender, portanto, de acordo com a Bíblia, que o culto precisa ter decoro, decência e ordem.
O vocábulo “liturgia” advém dos termos gregos “leit” (“laós”, povo) e “urgia” (trabalho, ofício) que, conjuntamente, significam “serviço ou trabalho público”. É um termo amplo, mas que no mundo grego passou a ter uma conotação sagrada, indicando um “ofício religioso”. Foi usado, originalmente pelos sacerdotes levíticos no Templo de Jerusalém, e só mais tarde foi aplicado ao contexto do culto cristão. A liturgia cristã deve estar pautada nas Escrituras Sagradas, conduzindo os crentes à adoração. O Dicionário Teológico da CPAD afirma que “a liturgia, em si, não se constitui em culto; é necessário que venha acompanhada de verdadeira disposição espiritual para a adoração ao Senhor. A liturgia é a roupagem e o amor a Deus, a verdadeira substância do culto.” Rito e culto também são termos correlatos, contribuindo para que o culto tenha o padrão bíblico (Rm 12.1,2).
Ponto 1, item 1 da lição dos jovens
3- O culto é santo.
A santidade de Deus é afirmada por toda a Bíblia (Lv 11.44; Is 433; 1 Pe 1.15,16). Visto que Deus é santo (Lv 20.26), o culto também deve ser santo. Dessa forma, nada que fosse profano deveria fazer parte do culto e da vida de quem o praticava no Antigo Testamento (Ez 44.9; Am 5.21-27; Is 1.13). Assim, o limite entre o santo e o profano deveria ser mantido (Ez 22.26; 44.23). Por outro lado, o Novo Testamento também põe em destaque o viver cristão na esfera do culto, isto é, de uma vida a serviço de Deus (Rm 15.5). A igreja é o espaço sacro (relativo ao que é divino, à religião, aos rituais e ao culto; sagrado, santo.) onde o culto acontece (At 13.2). Assim como no Antigo Testamento, o culto cristão também não deve ser profanado (1 Co 11.17,18). Nesse caso, tanto a conduta como o modo de viver são levados em conta na esfera do culto (1 Co 11.22).
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
EXPRESSÕES DA ADORAÇÃO NO CULTO
CRISTÃO
“Dois princípios essenciais ajudam a dirigir e orientar a adoração cristã, a adoração genuína acontece em espírito e em verdade (veja Jo 4.23). Em outras palavras, a adoração não é apenas uma atividade física ou mental, mas também um exercício espiritual – uma resposta apropriada à maneira como Deus se revelou a nós, especificamente por meio do seu Filho, Jesus Cristo, (cf. Jo 14.6).” A adoração envolve a interação sincera entre o espírito humano e o Santo Espírito de Deus (1 Co 12.7-12).” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a Bíblia de Estudo Pentecostal, editada pela CPAD, p.818.
SINOPSE I
Sendo o culto uma forma de serviço a Deus, sua prática requer reverência, ordem e santidade.
AUXÍLIO TEOLÓGICO
O CULTO DIRIGIDO PELO ESPÍRITO
SANTO
Todos sabemos que o culto divino deve ser orientado pelo Espírito Santo, e consideraríamos uma temeridade se houvesse nestes escritos a pretensão de tomar para o homem prerrogativas que são exclusivas do Senhor. Cabe-nos, no entanto, dizer que o Espírito de Deus usa, para todos os atos que se praticam na igreja, o homem que se coloca à sua disposição. É maravilhoso notar que somos instrumentos do Espírito, e é do agrado do Senhor que seus servos estejam devidamente informados sobre qualquer procedimento nas atividades que a cada um têm sido conferidas. A direção de um culto, cabe prioritariamente ao Espírito Santo, mas a participação humana é indispensável. O elemento humano na direção de um culto a Deus precisa estar primeiramente em sintonia com o Espírito Santo. Dirigir um culto requer muita responsabilidade, porque, neste ato, se está trabalhando com matéria prima do Céu, alimento do Céu, que se distribui com os famintos espirituais. A meta de quem dirige um culto nunca pode ser a de cumprir um anseio humano nem de encontrar uma oportunidade para expor os frutos do eu e da vaidade, mas, sim, fazer tudo para glorificar o nome do Senhor” (OLIVEIRA, Timóteo. Ramos. Manual de cerimônias. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.16).
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II- O PROPÓSITO DO CULTO
1- Glorificar a Deus.
O culto é uma celebração que se faz a Deus. Celebramos a grandeza de Deus e seus poderosos feitos (SI 48.1). Assim o culto é uma celebração pelo que Deus é e pelo que Ele faz (SI 103.1-5). Nesse aspecto, o culto é sempre cristocêntrico (Teologicamente centrado em Jesus Cristo. Um culto é cristocêntrico quando Cristo é o seu centro. Nada mais tem espaço para primazia, somente Ele), nunca antropocêntrico (Quando o homem torna-se o centro. É a teoria, ideologia, doutrina filosófica que coloca o homem como centro do universo e das atenções.). Cristo é a esfera ou lugar onde deve acontecer o verdadeiro culto (Jo 2.18-22; Mc 14.58). Ele é o único mediador entre Deus e os homens (1 Tm 2.5) e o Eterno Sumo-Sacerdote (Hb 2.17; 5.5,10). Se Deus não é celebrado, se Ele não é glorificado, então, o culto perdeu o seu real sentido.
2- Quando não se cultua a Deus.
De fato, há cultos que não cultuam a Deus. Paulo censurou os coríntios afirmando que: “Quando vos ajuntais num lugar, não é para comer a Ceia do Senhor” (1 Co 11.20). Era como se dissesse: “o que vocês estão celebrando não é a Ceia”. Não era um culto o que eles estavam fazendo. Não daquela maneira. Infelizmente há muitas reuniões envernizadas para se parecerem com um culto, mas, de fato, não são. Parecem reuniões profanas tanto na sua forma quanto na sua essência. Não buscam glorificar a Deus.
3- Edificar a igreja.
Um dos propósitos principais do culto é trazer edificação à igreja. Assim, na esfera do culto, tudo deve buscar a edificação (1 Co 14.26). O verbo grego oikodoméo, traduzido como “edificar”, ocorre 40 vezes no Novo Testamento enquanto substantivo oikodomé, traduzido como “edificação”, ocorre 18 vezes. O sentido é de algo que está sendo construído, como na parábola da casa edificada sobre a rocha (Mt 7.24,26; Lc 6.48). Ele é usado muitas vezes no contexto do culto. O fato mais claro de que um dos propósitos do culto é trazer edificação para a igreja está revelado no capítulo 14 de 1 Coríntios. Nesse capítulo, o apóstolo disciplina os usos dos dons na igreja pelo fato de seu uso não estar trazendo edificação à igreja. Assim, aquele que falava línguas na esfera do culto público deveria interpretar para que a igreja fosse edificada (1 Co 14.5). Todos os demais dons deveriam seguir esse critério (1 Co 14.12). Da mesma forma, os dons ministeriais (Ef 4.11) deveriam contribuir para “edificação do corpo de Cristo” (Ef 4.12).
² Porque o que fala em língua desconhecida não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala mistérios.
³ Mas o que profetiza fala aos homens, para edificação, exortação e consolação.
⁴ O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja.
⁵ E eu quero que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que profetizeis; porque o que profetiza é maior do que o que fala em línguas, a não ser que também interprete para que a igreja receba edificação.
⁶ E agora, irmãos, se eu for ter convosco falando em línguas, que vos aproveitaria, se não vos falasse ou por meio da revelação, ou da ciência, ou da profecia, ou da doutrina?
⁷ Da mesma sorte, se as coisas inanimadas, que fazem som, seja flauta, seja cítara, não formarem sons distintos, como se conhecerá o que se toca com a flauta ou com a cítara?
⁸ Porque, se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha?
⁹ Assim também vós, se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz? porque estareis como que falando ao ar.
¹⁰ Há, por exemplo, tanta espécie de vozes no mundo, e nenhuma delas é sem significação.
¹¹ Mas, se eu ignorar o sentido da voz, serei bárbaro para aquele a quem falo, e o que fala será bárbaro para mim.
¹² Assim também vós, como desejais dons espirituais, procurai abundar neles, para edificação da igreja.
¹³ Por isso, o que fala em língua desconhecida, ore para que a possa interpretar.
¹⁴ Porque, se eu orar em língua desconhecida, o meu espírito ora bem, mas o meu entendimento fica sem fruto.
¹⁵ Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento.
¹⁶ De outra maneira, se tu bendisseres com o espírito, como dirá o que ocupa o lugar de indouto, o Amém, sobre a tua ação de graças, visto que não sabe o que dizes?
¹⁷ Porque realmente tu dás bem as graças, mas o outro não é edificado.
¹⁸ Dou graças ao meu Deus, porque falo mais línguas do que vós todos.
¹⁹ Todavia eu antes quero falar na igreja cinco palavras na minha própria inteligência, para que possa também instruir os outros, do que dez mil palavras em língua desconhecida.
²¹ Está escrito na lei: Por gente de outras línguas, e por outros lábios, falarei a este povo; e ainda assim me não ouvirão, diz o Senhor.
²² De sorte que as línguas são um sinal, não para os fiéis, mas para os infiéis; e a profecia não é sinal para os infiéis, mas para os fiéis.
²³ Se, pois, toda a igreja se congregar num lugar, e todos falarem em línguas, e entrarem indoutos ou infiéis, não dirão porventura que estais loucos?
²⁴ Mas, se todos profetizarem, e algum indouto ou infiel entrar, de todos é convencido, de todos é julgado.
²⁵ E, portanto, os segredos do seu coração ficam manifestos, e assim, lançando-se sobre o seu rosto, adorará a Deus, publicando que Deus está verdadeiramente entre vós.
²⁶ Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.
²⁷ E, se alguém falar em língua desconhecida, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e por sua vez, e haja intérprete.
²⁸ Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus.
²⁹ E falem dois ou três profetas, e os outros julguem.
³⁰ Mas, se a outro, que estiver assentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro.
³¹ Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros; para que todos aprendam, e todos sejam consolados.
³² E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas.
³³ Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos.
³⁴ As vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não lhes é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei.
³⁵ E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é vergonhoso que as mulheres falem na igreja.
³⁶ Porventura saiu dentre vós a palavra de Deus? Ou veio ela somente para vós?
³⁷ Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor.
³⁸ Mas, se alguém ignora isto, que ignore.
³⁹ Portanto, irmãos, procurai, com zelo, profetizar, e não proibais falar línguas.
⁴⁰ Mas faça-se tudo decentemente e com ordem.
SINOPSE II
Embora o alvo do culto seja Deus e não o ser humano, um culto legitimamente cristocêntrico edifica toda a igreja.
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III- A LITURGIA DO CULTO
1- A exposição da Bíblia.
O Movimento Pentecostal tem firmado seu compromisso com a autoridade da Bíblia para governar toda crença, experiência e prática. Dessa forma, os pentecostais viram a necessidade de julgar o mérito de todo ensino, manifestações espirituais e conduta à luz da Palavra objetiva e revelada de Deus, a Bíblia. Esse fato mostra que a leitura e a exposição da Bíblia devem ocupar o lugar de primazia na dinâmica da liturgia do culto. Nesse aspecto, o pastor que está à frente de uma igreja, e responsável pela liturgia do culto, deve ficar atento ao lugar que as Escrituras têm no culto. O Senhor Jesus, nosso maior exemplo, fez da exposição das Escrituras a base de seu ministério (Lc 4.16-18). Escrevendo sobre a liturgia do culto na igreja de Corinto, o apóstolo Paulo pôs a “doutrina”, “instrução” (gr. didaché) como uma das necessidades da igreja (1 Co 14.26). Encontramos esse mesmo apóstolo, juntamente com seu companheiro Barnabé, expondo e ensinando a Palavra de Deus (At 15.35). Da mesma forma, o apóstolo ficou em Corinto durante muito tempo expondo as Escrituras (At 18.11).
2- A adoração entusiástica.
A adoração aparece em primeiro lugar na liturgia sugerida pelo apóstolo Paulo à igreja de Corinto (1 Co 14.26). A palavra “salmo” usada nesse texto traduz o grego psalmon e é uma referência ao hinário usado pelos primeiros cristãos. É possível que o apóstolo esteja se referindo aos Salmos de Davi. Não há dúvida de que a adoração na Igreja Primitiva era entusiástica ( adjetivo: 1. que tem ou demonstra entusiasmo; 2. em que há entusiasmo.) Isso porque Paulo se refere a cristãos cheios do Espírito que se reuniam para adorar (Ef 5.18-20).
Com relação a adoração através dos cânticos na igreja Primitiva não temos muitas informações, a não ser o que Paulo nos diz: "salmos, hinos e cânticos espirituais; Efésios 5:19 e Colossenses 3:16". Com certeza eram os salmos de Davi e hinos e cânticos de autoria das igrejas locais.
"¹⁹ Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração; Efésio 5.19
¹⁶ A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração. Colossences 3.16"
3- O lugar da adoração no culto pentecostal.
Um grande teólogo pentecostal, William W. Menzies, (Pastor pentecostal americano. Ele estudou no Assemblies of God Central Bible College em Springfield (EUA) e no Wheaton College (BA, M.A.). Ele recebeu seu doutorado em história do Cristianismo na América pela Universidade de Iowa (1968). Ordenado ao ministério das Assembleias de Deus em 1956, pastoreou e fundou diversas igrejas em sua denominação, além de três escolas dedicadas ao ensino bíblico. É o autor da história oficial das Assembleias de Deus, intitulada Ungidos para Servir. Com Vinson Synan (v.) fundou a Sociedade de Estudos Pentecostais, da qual foi presidente (1979-83). Interessado pela educação no contexto missionário, viajou pela Europa, América do Norte e do Sul e Filipinas. Foi presidente da Escola Avançada de Teologia do Extremo Oriente em Baguio (Filipinas). Ele partiu para sua pátria celestial em 15 de agosto de 2011.) destaca o lugar que a adoração tem entre os pentecostais. De acordo com ele, desde o começo, os pentecostais foram conhecidos no mundo todo pelas reuniões de cultos alegres e ruidosas. Isso era visto nas reuniões de oração nas quais todos os presentes, coletiva e eloquentemente, derramavam o coração perante Deus em oração e louvor. Isso também acontece no levantar das mãos como resposta a percepção de que Deus se faz presente. Faz parte também da liturgia pentecostal louvar a Deus em alta voz e exercitar os dons espirituais durante o culto.
SINOPSE III
O culto Pentecostal segue o modelo de liturgia neotestamentária, com expressão fervorosa de adoração e primazia ao ensino da Palavra.
AUXÍLIO DOUTRINÁRIO
OS ELEMENTOS DO CULTO
Havia diversos elementos na adoração nos tempos do Antigo Testamento, como oração, sacrifício, oferta, louvor e cântico. Fazia parte da liturgia judaica nas sinagogas do primeiro século d.C. a oração antífona do Shema, (oração em forma de cânticos que era feita durante o dia e durante a noite (pelo fato de estar escrito: e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te).[2] Os rabinos interpretaram que deveria ser recitado na hora de acordar e antes de dormir.) feito no inicio ‘ouve’, a confissão de fé dos judeus, a leitura bíblica e a exortação. Nossa liturgia é simples e pentecostal, conforme o modelo do Novo Testamento: ‘Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação’ (1 Co 14.26). Ela consiste em oração, louvor, leitura bíblica, exposição das Escrituras Sagradas ou testemunho e contribuição financeira, ou sejam ofertas e dízimos. Entendemos que a adoração está incompleta na falta de pelo menos um desses elementos, exceto se as circunstâncias forem desfavoráveis ou contrárias” (SOARES, Esequias. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p. 145).
CONCLUSÃO
Nesta lição, vimos os princípios que devem reger um culto cristão. O culto não pode ser de qualquer forma, pois ele tem princípios e normas para seguir. Como Deus é um Deus de ordem, então, o culto que se presta a Ele também tem de ser ordenado. Contudo, ordenado não significa frio e sem vida. O culto deve ser um momento de celebração, alegria e dinamizado pelo Espírito Santo.
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REVISANDO O CONTEÚDO
1- Como a Bíblia mostra o culto a
Deus?
Na Bíblia, o culto é mostrado como
um serviço, isto é, uma vida entregue e consagrada a Deus (Dt 6.13).
2- De acordo com a Bíblia, o que o
culto precisa ter?
De acordo com a Bíblia, o culto
precisa ter decoro, decência e ordem.
3- Quando que o culto perde o
sentido?
O culto perde o sentido quando
Deus não é celebrado, se ele não é glorificado.
4- Além de glorificar a Deus, qual
é o outro propósito do culto de acordo com a lição?
Um dos propósitos principais do
culto é trazer edificação à igreja. Assim, na esfera do culto, tudo deve buscar
a edificação (1 Co 14.26).
5- Qual compromisso o Movimento
Pentecostal tem firmado?
O Movimento Pentecostal tem
firmado seu compromisso com a autoridade da Bíblia para governar toda crença,
experiência e prática.
Pb. Rogério Faustino
Neweb
Compromisso com a Palavra
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