TEXTO
PRINCIPAL
“Levai as
cargas uns dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo.” (Gl 6.2).
RESUMO DA
LIÇÃO
A espiritualidade
também é fruto daquilo que se planta, seja na carne, seja no Espírito.
LEITURA DA
SEMANA
SEGUNDA — Mt
26.41 Vigiando e orando.
TERÇA — Rm
12.16 Deseje coisas humildes.
QUARTA — Gl
6.1 A mansidão como marca do cristão.
QUINTA — Ef
4.32 Aprendendo a perdoar.
SEXTA — Gl
6.7 A colheita e a semeadura.
SÁBADO — Gl
6.8 Semeando para a vida eterna.
OBJETIVOS
EXPLICAR
como devemos tratar do pecado dos irmãos;
COMPREENDER
que precisamos levar as cargas uns dos outros;
APRESENTAR a
lei da semeadura.
INTERAÇÃO
Professor(a),
na lição deste domingo veremos a respeito do modo como devemos tratar um irmão
que pecou. Veremos também a respeito do cuidado que devemos ter com o que
semeamos, pois colheremos depois. Cuidar uns dos outros com misericórdia,
restaurar o irmão que pecou e vigiar no que semeamos são orientações de Deus
para os nossos dias. Veremos que há leis no mundo natural que não podem ser
quebradas, e no mundo espiritual vale o mesmo. Se desejamos ser tratados com
misericórdia caso pequemos, ajamos da mesma forma com aqueles que pecaram,
conduzindo-os ao arrependimento.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor(a),
escreva no quadro a palavra “semeador”. Em seguida, pergunte aos alunos o que
vem à mente deles quando ouvem essa palavra. Vá anotando as respostas no
quadro. Depois de ouvir os alunos e fazer suas considerações, explique que
“semeador é um agricultor ou o que planta sementes espalhando-as. Profissão
muito comum nos tempos bíblicos, era usada metaforicamente para referir-se às
recompensas naturais de viver uma vida de santidade ou pecado, ou de colher o
que se planta (Pv 11.18; 2Co 9.6; Gl 6.7). Jesus comparou o ‘semeador’ com o
‘ceifeiro’ para ilustrar as diferentes responsabilidades que os indivíduos têm
em participar da ‘colheita’ de Deus (Jo 4.36). Ele também usou esse exemplo em
uma das suas parábolas mais famosas para ilustrar várias respostas das pessoas
à Palavra de Deus (Mt 13.1-9)”. Conclua, mostrando que a espiritualidade também
é fruto daquilo que se planta, seja na carne, seja no Espírito. (Adaptado de
Dicionário Bíblico Baker. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.457).Bíblia para
crianças
TEXTO
BÍBLICO
Gálatas
6.1-8.
¹ Irmãos,
se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois
espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão, olhando por ti mesmo,
para que não sejas também tentado.
² Levai as
cargas uns dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo.
³ Porque,
se alguém cuida ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo.
⁴ Mas
prove cada um a sua própria obra e terá glória só em si mesmo e não noutro.
⁵ Porque
cada qual levará a sua própria carga.
⁶ E o que
é instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui.
⁷ Não
erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso
também ceifará.
⁸ Porque o
que semeia na sua carne da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no
Espírito do Espírito ceifará a vida eterna.
INTRODUÇÃO
O apóstolo Paulo
se detém no início do último capítulo a tratar da forma como a verdadeira
liberdade cristã pode ser vivenciada na comunhão dos santos. Para isso, ele
destaca os seguintes pontos: como tratar um irmão que pecou? Como pensar o que
é o correto sobre nós mesmos para não nos enganarmos? Como ter cuidado com o
que plantamos, pois colheremos depois? São três pontos importantes que mostram,
na prática, a espiritualidade que Deus espera que tenhamos.
I- COMO
TRATAR DOS PECADOS DOS IRMÃOS
1- A
possibilidade de se cometer um pecado.
Paulo nos diz que é possível que um
irmão na fé seja surpreendido praticando algo que desagrada a Deus. A descrição
feita não se refere a uma pessoa que vive pecando, ou que deliberadamente
desobedece à Palavra de forma costumeira. Aqui é tratado a respeito de um servo
ou serva de Deus que cometeu um erro, um pecado, mas que não era intencional. A
palavra “restaurar”, no grego, é katartizo, que trazia a ideia de colocar no
lugar um osso que havia saído do lugar. É certo que fazer isso não é simples, e
no mundo antigo poderia causar bastante dor, mas era necessário para a
restauração do corpo. Mesmo como cristãos, nascidos de novo, precisamos da
ajuda do nosso próximo em alguns momentos difíceis. A restauração de um irmão
que pecou e se arrependeu começa na Casa de Deus, na comunhão dos santos. É
certo que há casos em que a disciplina na igreja deve existir, e ela é
necessária, mas deve ter um caráter terapêutico. Se uma parte do nosso corpo
sofre um ferimento, tratamos dele, mas há casos em que um membro do corpo está
tão infeccionado que precisa ser amputado, pois não está respondendo aos
tratamentos que lhe estão sendo administrados.
2- O que define uma pessoa espiritual?
A vida espiritual do cristão é um tema muito
discutido na atualidade, no entanto, não é algo exclusivo do nosso tempo, ele
também era conhecido nos dias de Paulo. As pessoas buscam algo que lhes conecte
com Deus, ou com alguma outra divindade. Buscam reverenciar algo ou alguém que
lhes oriente, que lhes dê um senso de direção e um propósito de vida. Um
espírito de mansidão é apresentado por Paulo nesta Carta como um sinal de
espiritualidade. É provável que esse conselho tenha mais importância em nossos
dias, onde os meios de comunicação e as redes sociais se tornaram um campo
fértil para brigas, contendas e disputas. Há crentes que amam a Jesus, mas se
veem envolvidos em um pecado e precisam passar por um processo de restauração.
Observe que o Senhor não ordena, através do apóstolo, para que o mundo ajude um
crente que pecou. Ele ordena que aqueles que são espirituais, a igreja, ajudem
esses irmãos que caíram. Pessoas livres em Cristo valorizam tanto a liberdade
que cuidam para que seus irmãos não só recebam os cuidados necessários se
pecarem, como também buscam restaurar à comunhão aquele que se arrependeu,
confessou e abandonou o pecado. A nossa vida espiritual, aos olhos de Deus, não
é medida somente pelos nossos momentos com o Senhor, mas também pelos nossos
momentos com nossos irmãos. Gritarias, grosserias e maus-tratos vão na
contramão do que Deus planejou para a comunhão do seu povo.
3- Todos podemos ser tentados.
Ninguém está imune à tentação.
“Olhando por ti mesmo,
para que não sejas também tentado” (v.1). Não basta perceber quando um irmão
falha, ou corrigi-lo com espírito de mansidão: é preciso que estejamos atentos,
vigilantes para não cairmos no mesmo pecado. Se mesmo o Senhor Jesus, cheio do
Espírito, foi tentado por Satanás após ter jejuado, nós também podemos ser
tentados em diversas áreas. Não se pode negar que o pecado tem uma força
destruidora, e que não estamos livres de, em algum momento, nos deixar levar
pela antiga natureza e pecar contra Deus. O pecado domina a vida dos não
salvos, e tenta demover dos santos a comunhão com o Senhor. Irmãos podem corrigir
uns aos outros. E a igreja espiritual incentiva que os espirituais possam
corrigir os seus irmãos que falham. Da mesma forma que um medicamento busca
tratar uma pessoa doente, somos chamados a tratar dos nossos irmãos que pecaram
e demonstram arrependimento e vontade de trilhar novamente o caminho da
comunhão com Deus e a igreja.
SUBSÍDIO 1
“A palavra
‘encaminhar’ — ou ‘restaurar’ (gr. katartizō) é usada no Novo Testamento no
sentido de remendar redes de pescar (Mt 4.21) ou de desenvolver e aperfeiçoar o
caráter humano (2Co 13.11). Tendo isto em mente, os cristãos devem ajudar os
crentes rebeldes a se modificar e a se curar espiritualmente, levando-os a
deixar os seus caminhos de desafio a Deus e se entregar ao controle de Cristo,
e renovar a sua plena devoção a Jesus Cristo. Isto pode envolver atos de
disciplina (veja Mt 13.30), o que deve ser feito com humildade e firmeza, mas
‘gentilmente’, isto é, com espírito de mansidão.
(1) Paulo
não está pensando aqui nos pecados graves e nas flagrantes violações morais que
trazem desgraça pública a Cristo e à congregação (cf. 1Co 5.5). Esses pecados
podem exigir a temporária exclusão da igreja antes que aconteça a restauração
(1Co 5.11).
(2) A
restauração que Paulo menciona não se refere à restauração ou recolocação de
pessoas em posições de liderança ou em funções de ensino na igreja. As
qualificações e normas para os que desejam servir em posições de liderança
ministerial envolvem algo mais que a condição espiritual da pessoa. É preciso
haver um histórico de fidelidade aos princípios de Deus, incluindo perseverança
espiritual e caráter comprovado, para que os líderes possam ser exemplos dignos
para todos na igreja (1Tm 4.12).” (Bíblia de Estudo Pentecostal para Jovens.
Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.1633).
II- LEVAI AS
CARGAS UNS DOS OUTROS
1- Levai as
cargas uns dos outros.
A palavra “carga” é a tradução da palavra grega baros,
que traz a ideia de um fardo. Não é a representação de um pecado, mas de uma
pressão, uma provação. Nem todos temos os mesmos desafios ou lutas. Há irmãos,
em nossas igrejas, que passam por situações difíceis, que se tornam verdadeiras
cargas, acrescentando peso na caminhada. Essas lutas podem ser uma doença na
família, um desemprego, um divórcio, um luto etc. É preciso que sejamos
sensíveis com nossos irmãos, na mesma medida em que desejamos ser
compreendidos. Quem leva as cargas uns dos outros cumpre a lei de Cristo. Os
judaizantes inseriram nas igrejas da Galácia a ideia da circuncisão como o
início da prática da Lei para os gentios, mas se esses irmãos queriam mesmo
cumprir a lei de Cristo (Gl 6.2), e não a de Moisés, deveriam ajudar uns aos
outros.
2- O que você acha de si mesmo?
É notório que temos, todos nós, uma imagem do que somos.
É possível que vejamos a nós mesmos de uma forma e Deus nos veja de outra. Um
dos elementos facilitadores da tentação é a arrogância (Gl 6.3). É um cuidado
que todos devemos ter, pois não raro, acreditamos que somos mais do que
realmente somos. É da natureza humana pecaminosa a arrogância, e por isso
devemos cultivar um espírito humilde. Observe que Paulo apresenta esse
pensamento através de uma hipótese: “Se alguém cuida ser alguma coisa” (Gl
6.3). Ele se vale dessa premissa não para apontar pessoas, e sim para que seus
leitores olhassem para si mesmos e não fossem descuidados. O orgulho pode nos
fazer pensar que somos superiores aos outros, que merecemos muito mais do que
nos é dado, ou que estamos sendo preteridos no trabalho, nos estudos e até
mesmo na igreja.
3- O que é instruído na Palavra.
Uma pessoa que é abençoada recebendo um ensino das
Escrituras deve ter uma mente e um coração aberto à generosidade, pois aquele
que o está instruindo passou tempo aprendendo, entendendo um conteúdo e se
esmerando em repassá-lo para que o seu aluno possa crescer diante de Deus. A
palavra instruir, no grego, é katecheo, de onde vem a palavra catecismo, que
significa “instruir”, ensinar. Uma pessoa espiritual compartilha o que possui
com outras pessoas, e no caso do ensino bíblico, isso é uma ordenança: “E o que
é instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui”
(v.6). Quem ensina precisa se qualificar, estudar, aprender e usar o seu
conhecimento para o crescimento do Reino de Deus. Portanto, é justo que esse
tipo de obreiro seja reconhecido na igreja e ajudado a cumprir o seu
ministério.
III-
COLHENDO O QUE SE PLANTA
1- Deus não
se deixa escarnecer.
Pode parecer estranho Paulo dizer que Deus não se deixa
escarnecer para a igreja, mas foi necessário. Em nossos dias, o Eterno tem sido
apresentado erroneamente por alguns, como uma divindade boazinha, que existe
para ser acionada quando algumas pessoas se veem em problemas. Quantas
pregações têm sido veiculadas com o objetivo de mostrar um deus que obedece às
vontades humanas, que isenta os homens de seus pecados sem que haja
arrependimento. Mas esse não é o Deus da Bíblia. Cremos na misericórdia do
Senhor, na sua presença quando invocado, e no seu poder de transformar
situações, mas isso não anula a nossa responsabilidade para com nossos erros. A
expressão “não erreis” deixa claro que quem pensa que plantará na carne e
colherá frutos no espírito está agindo fora do conhecimento natural e
espiritual.
2- Plantando e colhendo (v.7).
O que o homem semear, isso haverá de colher. A lei da
semeadura é opcional, mas a da colheita é obrigatória. Paulo não fala aqui da
simples ação da natureza levando sementes pelo vento para serem depositadas em
terrenos férteis, como ocorre com certas plantas. Paulo aqui foca a ação do
homem ao plantar o que vai ser colhido no futuro. Deve se ter em mente que há
uma lacuna de tempo entre a semeadura e a colheita. Nem sempre as nossas ações,
sejam elas boas, sejam elas más, terão frutos imediatos, mas esses frutos, um
dia nos alcançarão.
3- Carne e Espírito como campos de semeadura.
A carne e o espírito são terrenos férteis
para serem semeados. Não é sem razão que no capítulo 5 o apóstolo fala acerca
das obras da carne e o Fruto do Espírito: dois “terrenos” a que, se dada a
devida atenção, trazem seus frutos. Ao longo da Carta, ele usa as palavras
Carne e Espírito algumas vezes. Ele queria que os gálatas soubessem, e nós
também, que essa luta é real, diária e precisa ser levada a sério. Não basta
saber quais são as obras da carne e o Fruto do Espírito. É preciso tomar uma
decisão: semear na carne e colher as obras da carne ou semear no espírito e
colher o Fruto do Espírito.
CONCLUSÃO
Cuidar uns
dos outros com misericórdia, restaurar o irmão que pecou e vigiar no que
semeamos são orientações de Deus para os nossos dias. Há leis no mundo natural
que não podem ser quebradas, e no mundo espiritual vale o mesmo. Se desejamos
ser tratados com misericórdia caso pequemos, ajamos da mesma forma com aqueles
que pecaram, conduzindo-os ao arrependimento e à restauração.
HORA DA REVISÃO
1- Segundo a
lição, qual a ideia da palavra restaurar no grego?
A palavra
restaurar, no grego, é katartizo, que trazia a ideia de colocar no lugar um
osso que havia saído do lugar.
2- Onde
começa a restauração de um irmão que pecou e se arrependeu?
A
restauração de um irmão que pecou e se arrependeu começa na Casa de Deus, na
comunhão dos santos.
3- Qual
caráter deve ter a disciplina?
É certo que
há casos em que a disciplina na igreja deve existir, e ela é necessária, mas
deve ter um caráter terapêutico.
4- Qual o
sinal da vida espiritual apresentado por Paulo aos Gálatas?
Um espírito
de mansidão é apresentado por Paulo nesta Carta como um sinal de
espiritualidade.
5- Qual a
ideia da palavra grega para carga?
A
palavra carga é a tradução da palavra grega baros, que traz a ideia de um fardo.
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