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LIÇÃO 12 - ESTUDO, ORAÇÃO E AS SETENTA SEMANAS DE DANIEL

 

TEXTO PRINCIPAL
“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade […].” (Dn 9.24)

RESUMO DA LIÇÃO
Deus revela os seus planos, mas os fiéis devem buscar entendimento e interceder pelo povo da promessa.

LEITURA SEMANAL
SEGUNDA – Jr 25.12-14 Setenta anos profetizados por Jeremias.
¹² Acontecerá, porém, que, quando se cumprirem os setenta anos, visitarei o rei de babilônia, e esta nação, diz o SENHOR, castigando a sua iniqüidade, e a da terra dos caldeus; farei deles ruínas perpétuas.
¹³ E trarei sobre aquela terra todas as minhas palavras, que disse contra ela, a saber, tudo quanto está escrito neste livro, que profetizou Jeremias contra todas estas nações.
¹⁴ Porque também deles se servirão muitas nações e grandes reis; assim lhes retribuirei segundo os seus feitos, e segundo as obras das suas mãos.
Jeremias 25.12-14

TERÇA – 2 Pe 1.20,21 Homens que falaram inspirados pelo Espírito.
²⁰ Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação.
²¹ Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.
2 Pedro 1.20-21

QUARTA – Hb 1.14 Anjos, espíritos ministradores.
¹⁴ Não são porventura todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?
Hebreus 1.14

QUINTA – Ne 2 O início das Setenta Semanas.
¹ Sucedeu, pois, no mês de Nisã, no ano vigésimo do rei Artaxerxes, que estava posto vinho diante dele, e eu peguei o vinho e o dei ao rei; porém eu nunca estivera triste diante dele.
² E o rei me disse: Por que está triste o teu rosto, pois não estás doente? Não é isto senão tristeza de coração; então temi sobremaneira.
³ E disse ao rei: Viva o rei para sempre! Como não estaria triste o meu rosto, estando a cidade, o lugar dos sepulcros de meus pais, assolada, e tendo sido consumidas as suas portas a fogo?
⁴ E o rei me disse: Que me pedes agora? Então orei ao Deus dos céus,
⁵ E disse ao rei: Se é do agrado do rei, e se o teu servo é aceito em tua presença, peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a reedifique.
⁶ Então o rei me disse, estando a rainha assentada junto a ele: Quanto durará a tua viagem, e quando voltarás? E aprouve ao rei enviar-me, apontando-lhe eu um certo tempo.
⁷ Disse mais ao rei: Se ao rei parece bem, dêem-se-me cartas para os governadores dalém do rio, para que me permitam passar até que chegue a Judá.
⁸ Como também uma carta para Asafe, guarda da floresta do rei, para que me dê madeira para cobrir as portas do paço da casa, para o muro da cidade e para a casa em que eu houver de entrar. E o rei mas deu, segundo a boa mão de Deus sobre mim.
⁹ Então fui aos governadores dalém do rio, e dei-lhes as cartas do rei; e o rei tinha enviado comigo capitàes do exército e cavaleiros.
¹⁰ O que ouvindo Sambalate, o horonita, e Tobias, o servo amonita, lhes desagradou extremamente que alguém viesse a procurar o bem dos filhos de Israel.
¹¹ E cheguei a Jerusalém, e estive ali três dias.
¹² E de noite me levantei, eu e poucos homens comigo, e não declarei a ninguém o que o meu Deus me pôs no coração para fazer em Jerusalém; e não havia comigo animal algum, senão aquele em que estava montado.
¹³ E de noite saí pela porta do vale, e para o lado da fonte do dragão, e para a porta do monturo, e contemplei os muros de Jerusalém, que estavam fendidos, e as suas portas, que tinham sido consumidas pelo fogo.
¹⁴ E passei à porta da fonte, e ao tanque do rei; e não havia lugar por onde pudesse passar o animal em que estava montado.
¹⁵ Ainda, de noite subi pelo ribeiro e contemplei o muro; e, virando entrei pela porta do vale; assim voltei.
¹⁶ E não souberam os magistrados aonde eu fora nem o que eu fazia; porque ainda nem aos judeus, nem aos sacerdotes, nem aos nobres, nem aos magistrados, nem aos mais que faziam a obra, até então tinha declarado coisa alguma.
¹⁷ Então lhes disse: Bem vedes vós a miséria em que estamos, que Jerusalém está assolada, e que as suas portas têm sido queimadas a fogo; vinde, pois, e reedifiquemos o muro de Jerusalém, e não sejamos mais um opróbrio.
¹⁸ Então lhes declarei como a mão do meu Deus me fora favorável, como também as palavras do rei, que ele me tinha dito; então disseram: Levantemo-nos, e edifiquemos. E esforçaram as suas mãos para o bem.
¹⁹ O que ouvindo Sambalate, o horonita, e Tobias, o servo amonita, e Gesém, o árabe, zombaram de nós, e desprezaram-nos, e disseram: Que é isto que fazeis? Quereis rebelar-vos contra o rei?
²⁰ Então lhes respondi, e disse: O Deus dos céus é o que nos fará prosperar: e nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos; mas vós não tendes parte, nem justiça, nem memória em Jerusalém.
Neemias 2

SEXTA – Lc 21.24 O tempos dos gentios.
²⁴ E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem.
Lucas 21.24

SÁBADO – 1Ts 1.10 A igreja preservada.
¹⁰ E esperar dos céus o seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.
1 Tessalonicenses 1.10

OBJETIVOS
APRENDER com a postura de Daniel de estudo e oração diante da profecia:
COMPREENDER a revelação de Deus sobre o futuro de Israel;
ENTENDER o teor da profecia das Setenta Semanas.

INTERAÇÃO
Prezado(a) professor(a), como tem sido a compreensão dos alunos sobre as aulas ministradas? É muito importante que você acompanhe a assimilação da sua classe, especialmente sobre temas escatológicos. Lembre-se de que o entendimento do significado das profecias bíblicas requer dedicação, como fez Daniel ao estudar com zelo os escritos; de Jeremias. Nesta aula, verifique se algum tópico da aula anterior permanece obscuro para eles ou se há alguma dúvida persistente que precisa ser esclarecida. Ressalta a relevância do tópico que abordaremos, uma das profecias escatológicas mais significantes: as Setenta Semanas de Daniel. Ela começou a se cumprir a partir do decreto da restauração de Israel por ordem do rei Artaxerxes (Ne 2.1-8), contudo, a última semana ainda não teve início. Esta profecia trata do plano de Deus para Israel e anuncia o Anticristo e a Grande Tribulação nos tempos do fim.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICAS
Prezado(a) professor(a), para facilitar a compreensão da profecia das Setenta Semanas, reproduza o esquema ao lado que mostra as etapas do seu comprimento ao longo da história. No terceiro tópico, enfatiza que estamos vivendo um hiato que antecede a septuagésima semana. De acordo com a nossa linha teológica, a igreja de Cristo será arrebatada e não estará na terra durante a última semana, período da Grande Tribulação.
TEXTO BÍBLICO
Daniel 9.1-4
¹ No ano primeiro de Dario, filho de Assuero, da nação dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus.
² No primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número de anos, de que falou o SENHOR ao profeta Jeremias, em que haviam de acabar as desolações de Jerusalém, era de setenta anos.
³ E eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração, e rogos, e jejum, e pano de saco, e cinza.
⁴ E orei ao SENHOR, meu Deus, e confessei, e disse: Ah! Senhor! Deus grande e tremendo, que guardas o concerto e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos.

Daniel 4.20-24
²⁰ Estando eu ainda falando, e orando, e confessando o meu pecado, e o pecado do meu povo Israel, e lançando a minha súplica perante a face do SENHOR, meu Deus, pelo monte santo do meu Deus.
²¹ Estando eu, digo, ainda falando na oração, o varão Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio voando rapidamente e tocou-me a hora do sacrifício da tarde.
²² E me instruiu, e falou comigo, e disse: Daniel, agora saí para fazer-te entender o sentido.
²³ No princípio das tuas súplicas, saiu a ordem, e eu vim, para te declarar, porque és mui amado; toma, pois, bem sentido na palavra e entende a visão.
²⁴ Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santo dos santos.

INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos o capítulo 9 do livro de Daniel, ocasião em que o profeta se acha profundamente preocupado com o destino de seu povo e de Jerusalém. Ele busca entender o plano de Deus para a restauração de Israel e o fim do exílio, Com fervor espiritual, orou a Deus buscando respostas, e sua oração sincera e atendida por uma revelação profunda por meio do anjo Gabriel Esta revelação divina contém a profecia das Setenta Semanas, por meio da qual Deus faz saber sobre um período de tempo decretado para o seu povo e sua cidade santa. Neste episódio, além de aprendermos mais uma vez com a postura piedosa de Daniel veremos a história redentora que se desdobra na Bíblia, incluindo a vinda do Messias, sua morte e o subsequente destino de Jerusalém.

I- ESTUDO E INTERCESSÃO DE DANIEL

1- Estudando as profecias. 
O reino dos caldeus havia chegado ao fim com a queda da Babilônia (Dn 5.30-31 - ³⁰ Naquela noite foi morto Belsazar, rei dos caldeus. ³¹ E Dario, o medo, ocupou o reino, sendo da idade de sessenta e dois anos.), e agora Israel encontrava-se sob o domínio do império Medo-Persa, sob o governo de Dario. Consciente acerca das visões que Deus lhe dera, a mente de Daniel se volta para o seu povo, dedicando-se ao estudo das antigas profecias por meio das Escrituras (v.2). Ele se recordou da referência de Jeremias, profeta que vaticinou sobre o cativeiro babilônico. Este tinha convicção de que Deus falava com Jeremias e que podia falar com ele também. Tendo estudado os livros, os pergaminhos trazidos de Jerusalém. Daniel teve entendimento acerca do cumprimento da desolação de Jerusalém no período de setenta anos. Esta profecia encontra-se nos capítulos 25 e 29 de Jeremias, referindo-se ao período de provação dos israelitas sob domínio estrangeiro.

2- Persiste em ler. 
É interessante perceber o zelo de Daniel em ler e estudar o ensino ministrado por outros profetas. O verdadeiro profeta, afinal, jamais despreza o estudo sistematizado das Escrituras. Daniel era um homem de oração e também dos livros, tinha visões, mas nunca abandonou a Palavra escrita de Deus. Eis um dos segredos de como viver na Babilônia, sem que a ‘Babilônia’ viva em você. Isso nos lembra de que a leitura da Bíblia e de livros de bons autores é vital para o entendimento do cristão sobre as questões espirituais. Por isso, Paulo aconselha o jovem Timóteo a persistir na leitura (1 Tm 4.13 - ¹³ Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá.).

3- Oração e jejum. 
Ao compreender a mensagem, Daniel buscou o Senhor em oração e súplicas, com jejum (v.3). Ele estava empenhado em uma busca profunda e sincera pela ajuda divina. Ao longo de sua jornada de fidelidade, Daniel sempre se mostrou um homem de oração. Ele orou por livramento; orou para agradecer, e agora orava para interceder. Daniel tinha convicção de que era preciso voltar-se ao Senhor com um coração contrito e arrependido por causa da sua nação. Por isso, ele põe-se a interceder pelo povo de Judá, de Jerusalém e de todo o Israel. O uso do pano de saco e as cinzas simboliza arrependimento. A oração do profeta foi, sobretudo, uma confissão de reconhecimento de culpa (vv.4-14). Embora íntegro, Daniel não se pôs acima do povo, mas na mesma condição. Ele não apresenta desculpas ou justificativas, antes reconhece a justiça do Senhor e suplica pelo seu perdão (vv.15-19). Com este exemplo bíblico, um verdadeiro modelo de influência que devemos seguir, somos inspirados em nossos dias a compreender o valor da oração intercessória e do jejum (Ef 6.18 - ¹⁸ Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos,; 1Ts 1.2 - ² Sempre damos graças a Deus por vós todos, fazendo menção de vós em nossas orações,; 1Tm 2.1,2 - ¹ Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens; ² Pelos reis, e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade; ; Mt 6.16-18 - ¹⁶ E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. ¹⁷ Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto, ¹⁸ Para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.).

PENSE! 
Você tem se dedicado à leitura da Bíblia para compreender as profecias?

PONTO IMPORTANTE! 
Daniel tinha convicção de que era preciso voltar-se ao Senhor com um coração contrito e arrependido por causa da sua nação.

SUBSÍDIO 1
Professor (a), explique aos alunos que “Daniel entendeu, a partir das profecias de Jeremias, que o exílio na Babilônia duraria setenta anos (Dn 9.2; Jr 25.11; 29.10). Ele reconheceu que a restauração dependia do arrependimento nacional (Jr 29.10-14), de modo que Daniel intercedeu pessoalmente por Israel com penitência e petições. Ele orou especificamente pela restauração de Jerusalém e do Templo (Dn 9.3-19). Aparentemente, Daniel esperava o cumprimento imediato e completo da restauração de Israel com a conclusão do cativeiro dos setenta anos. No entanto, a resposta que lhe foi entregue por Gabriel (a profecia dos setenta anos) revelou que a restauração de Israel seria progressiva e se cumpriria definitivamente somente no tempo do fim.”

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II – DEUS REVELA O FUTURO DO SEU POVO

1- A resposta da oração. 
Antes mesmo de terminar a sua intensa oração, o anjo Gabriel ( Gabriel é um anjo que assiste diante de Deus e que foi enviado em momento oportuno pra trazer mensagens divinas a determinada situação. Primeira aparição em Daniel 8:16 para explicar a visão do bode e do carneiro, depois em Daniel  9:21-27 para explicar a profecia das setentas semanas. Depois ele aparece, com quase 500 anos depois, a Zacarias sobre o nascimento de João Batista em Lucas 1:11,12, no mesmo tempo aparece a Maria sobre o nascimento de Jesus em Lucas 1:26-48. Gabriel é um anjo mensageiro de Deus.) aparece repentinamente diante dele (v.21). Este ser angelical, o mesmo registrado no capítulo 8, é mencionado na Bíblia como mensageiro de Deus (Lc 1.19, 20, 26 - ¹⁹ E, respondendo o anjo, disse-lhe: Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui enviado a falar-te e dar-te estas alegres novas. ²⁰ E eis que ficarás mudo, e não poderás falar até ao dia em que estas coisas aconteçam; porquanto não creste nas minhas palavras, que a seu tempo se hão de cumprir. ²⁶ E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré,). Foi enviado nesta ocasião em resposta à súplica do profeta, para lhe dar entendimento sobre a visão (vv. 22.23). Apesar do espanto, Daniel deve ter experimentado um conforto indescritível ao ouvir a voz do anjo. Seu pedido moveu o céu. Muitas vezes, em nossas vidas, não recebemos uma resposta divina rápida, daí a necessidade da perseverança (Cl 4.2 - ² Perseverai em oração, velando nela com ação de graças;). No caso de Daniel, porém, o Senhor apressou-se em atender ao seu servo, porque era ele ‘mui amado” (v.23). A verdade maravilhosa é que Deus tem prazer em ouvir a oração dos seus filhos, sobretudo quando se concentram na glória do seu nome!

2- Oração aos anjos? 
Você deve notar que Daniel dirigiu a sua oração a Deus e não ao anjo Gabriel. Em lugar algum das Escrituras temos autorização para orar aos seres angelicais. Esse tipo de prática é chamada de angelolatria, ou seja, idolatria aos anjos. Embora eles sejam seres espirituais com poderes extraordinários superiores aos homens (Sl 8.4,5 - ⁴ Que é o homem mortal para que te lembres dele? e o filho do homem, para que o visites? ⁵ Pois pouco menor o fizeste do que os anjos, e de glória e de honra o coroaste. ; 103.20 - ²⁰ Bendizei ao Senhor, todos os seus anjos, vós que excedeis em força, que guardais os seus mandamentos, obedecendo à voz da sua palavra.; 2 Pe 2.11 - ¹¹ Enquanto os anjos, sendo maiores em força e poder, não pronunciam contra eles juízo blasfemo diante do Senhor.), são criaturas limitadas. Não são oniscientes (1 Pe 1.12 - ¹² Por isso não deixarei de exortar-vos sempre acerca destas coisas, ainda que bem as saibais, e estejais confirmados na presente verdade.) e recusam a adoração (Ap 22.8.9 - ⁸ E eu, João, sou aquele que vi e ouvi estas coisas. E, havendo-as ouvido e visto, prostrei-me aos pés do anjo que mas mostrava para o adorar. ⁹ E disse-me: Olha, não faças tal; porque eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus.), antes, adoram a Deus e a Cristo. (Ap 5.11 12 - ¹¹ E olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos animais, e dos anciãos; e era o número deles milhões de milhões, e milhares de milhares, ¹² Que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças.). Eles são espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação” (Hb 1.14 - ¹⁴ Não são porventura todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?). Assim, supostas mensagens angelicais não podem perverter o Evangelho revelado em sua Palavra (Gl 1.8 - ⁸ Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.). Por essas mesmas razões, conforme consta em nossa Declaração de Fé das Assembleias de Deus no Brasil, a ideia de que todas as pessoas possuem um anjo da guarda designado para acompanhá-las durante toda a sua vida não tem sustentação bíblica.

3- A revelação das Setenta Semanas e o Messias. 
A mensagem de explicação do anjo celeste revela um tempo determinado de setenta semanas decretadas por Deus para o seu povo e sua cidade santa (v. 24). Fazendo uma contagem histórica da profecia de Jeremias, Daniel compreendia que o cativeiro estava terminando. Isso viria a se cumprir por intermédio do Decreto de Ciro, não muito tempo depois. Contudo, o anjo dá um entendimento mais profundo e apocalíptico das Setenta Semanas, que se aplica não somente a Israel, mas a todo o mundo. Semelhantemente a Daniel, Deus quer que você amplie o seu entendimento e tenha uma dimensão mais profunda da sua Palavra e da vida espiritual. As Setenta Semanas simbólicas destacam sobretudo o tempo e a obra do Messias. Ele é descrito como o Ungido e o Príncipe (vv. 25.26). O verso 24 apresenta seis aspectos da sua obra redentora: acabar com a transgressão, dar fim ao pecado, expiar a iniquidade, trazer a justiça eterna, selar a visão e a profecia, e ungir o lugar santíssimo.

SUBSÍDIO 2
Professor (a), mostre aos seus alunos as principais escolas escatológicas: Preterista, Progressista e Futurista. A “Preteristo, interpreta as profecias de Daniel e do Apocalipse como já cumpridas, com exceção de umas poucas Progressista como o próprio nome já indica, interpreta Daniel e o Apocalipse como o desenvolvimento histórico do mundo e a Futurista, segundo essa escola. quase todas as profecias de Daniel e do Apocalipse se cumprirão durante os sete anos que se seguirão ao arrebatamento da Igreja, que, por sua vez ocorrerá repentinamente (ALMEIDA, A Israel. Gogue e o Anticristo 11 ed. Rio de Janeiro CPAD 1999, pp.122.123)

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III- ENTENDENDO AS SETENTA SEMANAS

1- Semanas de anos. 
Na Bíblia o número setenta possui um sentido profético. Nesta profecia, das Setenta Semanas são semanas de anos, não de dias. A leitura da passagem (vv. 24-27) mostra que as semanas estão divididas em três grupos, sendo semanas de anos, totalizam 490 anos.
Os três grupos são: 
a) 7 semanas (49 anos), 
b) de 62 semanas (434 anos), 
c) uma semana (7 anos).
a) Sete semanas (49 anos). O início deu-se com o decreto da reconstrução de Jerusalém (v.25). Os principais estudiosos do assunto concordam que se trata do decreto de Artaxerxes Longímano, baixado em 445 aC. (cf. Neemias 2).
b) Sessenta e duas semanas (434 anos!). Refere-se ao período do advento do Messias, Jesus de Nazaré (vv.25.26). Neste tempo o Senhor foi morto e mais tarde Jerusalém foi novamente destruída através da liderança do general do exército romano, Tito, em 70 d.C
c) Uma semana (7 anos). Esta semana ainda não aconteceu (v. 27). Compare Daniel 9.27  - ( ²⁷ E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador.) com Mateus 24.15 - (¹⁵ Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, entenda;)  e veja como se trata de uma profecia que ainda não se cumpriu. Esta última semana refere-se, então, ao período que implicará o advento do Anticristo e o início do tempo de tribulação para Israel e para o mundo. A Grande Tribulação será o período de maior angústia da história humana (Ap 6.15-17 - ¹⁵ E os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e todo o servo, e todo o livre, se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas; ¹⁶ E diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro; ¹⁷ Porque é vindo o grande dia da sua ira; e quem poderá subsistir?), quando o mundo testemunhará a ira do Senhor (Jr 30.7 - ⁷ Ah! porque aquele dia é tão grande, que não houve outro semelhante; e é tempo de angústia para Jacó; ele, porém, será salvo dela.). Essa etapa da A história foi determinada por Deus para fazer justiça contra a rebelião dos moradores da Terra e preparar a nação de Israel para o encontro com o seu Messias.

2- As duas metades da septuagésima semana. 
A Septuagésima Semana pode ser dividida em duas metades distintas. A primeira metade será marcada pelo reinado absoluto do Anticristo – "o príncipe”, de acordo com Daniel 9.26b. Ele enganará Israel fazendo uma aliança com o povo judeu (Dn 9.27a), e buscará a adoração como se fora Deus (2 Ts 2.4b), profanando o santuário, o lugar santo para o povo de Israel, como alertou o próprio Senhor Jesus (Mt 24.15 - ¹⁵Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, entenda;). A segunda metade terá inicio quando Israel se negar a adorá-lo, e então o Anticristo quebrará o acordo de paz, depois de três anos e meio (Dn 9.27b) e perseguirà o povo judeu. Essa segunda metade é A Grande Tribulação propriamente dita (1 Ts 5.3 - ³ Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão. : Jr 30.7). Ao final do período de sete anos, aparecerá o Libertador de Israel “E, assim, todo o Israel será salvo" (Rm 11.26 - ²⁶ E assim todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador, E desviará de Jacó as impiedades.).

3- O intervalo e a igreja. 
O estudo das Escrituras demonstra um longo intervalo de tempo que precede a septuagésima semana. A Bíblia identifica este intervalo profético como “o tempo dos gentios” (Lc 21.24). Atualmente, estamos no tempo da graça de Deus e temos de anunciar o ano aceitável do Senhor para o mundo inteiro (Lc 4.18.19 - ¹⁸ O Espírito do Senhor é sobre mim, Pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados de coração, ¹⁹ A pregar liberdade aos cativos, E restauração da vista aos cegos, A pôr em liberdade os oprimidos, A anunciar o ano aceitável do Senhor.) É importante ressaltar que a profecia de Daniel refere-se a Israel e a Jerusalém. A Igreja de Cristo não passará pela Grande Tribulação (Ap 3:10 - ¹⁰ Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra.), pois terá sido arrebatada. Neste período, receberemos nossos galardões consoante ao trabalho que executamos na expansão do Reino de Deus. A promessa de Jesus à sua Igreja é a de preservá-la desse sofrimento (1 Ts 1.10 - ¹⁰ E esperar dos céus o seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.: 5.9 - ⁹ Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo,: Lc 21.35.36 - ³⁵ Porque virá como um laço sobre todos os que habitam na face de toda a terra. ³⁶ Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que sejais havidos por dignos de evitar todas estas coisas que hão de acontecer, e de estar em pé diante do Filho do homem.)

CONCLUSÃO

Ao término desta aula, a profecia das Setenta Semanas de Daniel nos leva a reconhecer a importância da dedicação ao estudo e da vigilância constante. Aprofundar nosso entendimento dessas profecias escatológicas requer esforço contínuo e atenção aos detalhes, pois são temas complexos que nos desafiam a ir além da superfície. Que o Senhor nos dê graça e continue guardando a sua igreja.

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HORA DA REVISÃO

1- Qual outro profeta, mencionado pela lição, profetizou sobre o cativeiro?
Jeremias.

2- O que simbolizava o uso de saco e as cinzas?
Simboliza arrependimento.

3- Qual o nome da prática de orar aos seres angelicais?
Angelolatria, ou seja, idolatria aos anjos.

4- Quais os grupos de anos que compõem as Setenta Semanas de Daniel?
Os três grupos são: a) 7 semanas (49 anos), b) de 62 semanas (434 anos), c) uma semana (sete anos).

5- A septuagésima semana pode ser dividida em quantas metades?
Em duas metades distintas.

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Pb. Rogério Faustino
Escola Bíblica ︱3º Trimestre de 2024︱

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