Lição 13: A assembleia de Jerusalém

 

TEXTO ÁUREO
“Na verdade, pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias.” (At 15.28).
 
VERDADE PRÁTICA
Em sua essência, a Igreja é tanto um organismo quanto uma organização e, como tal, precisa seguir princípios e regras para funcionar plenamente.
 
LEITURA DIÁRIA
Segunda
—  A igreja local como um organismo vivo.
¹² Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também.
1 Coríntios 13.12

Terça —  A igreja como organização.
⁵ Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam, e de cidade em cidade estabelecesses presbíteros, como já te mandei:
Tito 1.5

Quarta —  Estabelecendo líderes.
²³ E, havendo-lhes, por comum consentimento, eleito anciãos em cada igreja, orando com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido.
Atos 14.23

Quinta —  Dando voz à igreja.
²⁸ Na verdade pareceu bem ao Espírito Santo e a nós, não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias:
Atos 15.28

Sexta — A necessidade de possuir parâmetros.
³⁰ Tendo eles então se despedido, partiram para Antioquia e, ajuntando a multidão, entregaram a carta.
³¹ E, quando a leram, alegraram-se pela exortação.
Atos 15.30,31

Sábado —  Tudo com decência e ordem.
⁴⁰ Mas faça-se tudo decentemente e com ordem.
1 Coríntios 14.40

1 À Assembléia de Deus, vem comigo,
Ouvir a Palavra de Deus;
E terás a certeza, contigo,
Que Jesus é o caminho dos céus.

Ó vem, vem, vem, vem!
Vem à Assembléia e louvemos
Ao nosso bom Deus Redentor,
Pois maior alegria não temos,
Que fruir Seu imenso amor.

2 Vem, irmão, à Assembléia dos Santos,
Sentir o poder do Senhor
E ali entoar lindos cantos
Exultando no Consolador.

3 Na Assembléia de Deus tu estejas
Humilde aos pés do Senhor:
Santidade convém à Igreja,
P'ra gozarmos celeste amor.

4 Nós sentimos a santa presença
Do nosso querido Jesus;
Anulada foi tua sentença:
Deixa as trevas e vem para a luz.

Autor ou Tradutor: P.L.M Paulo Leivas Macalão


1 Da verdade, levantemos o estandarte,
Arvoremos o estandarte de Jesus.
Proclamemos, com valor, por toda parte,
A mensagem soleníssima da cruz.

O mundo está sem luz, sem paz;
Levemos paz, consolação,
A quem, na dor, no luto faz,
Sem luz, sem paz, sem salvação.

2 Da verdade, levantemos o estandarte;
Proclamaremos o Senhor, que é luz e paz;
Pecador, ouve! Jesus tem para dar-te
Salvação que nEle só, encontrarás.

3 Do Evangelho, levantemos o estandarte,
Vem, desperta do teu sono, pecador;
Que o teu Deus, que o teu Senhor tem para dar-te
Copiosas bênçãos do Seu grande amor.

Autor ou Tradutor: S.S Severino Silva


1 Ó companheiros desta causa santa
Anunciai que Cristo é Salvador,
E boa nova que o perdido salva
E do escravo faz um vencedor;
Do Amazonas, até ao Rio Grande,
O Evangelho, ousados, proclamai,
E a mensagem, que da paz nos fala;
Eterna glória vos dará do Pai.

2 A salvação perfeita e gloriosa,
Que, em Jesus, o Pai quis revelar,
Nós publicamos, sim, por toda a parta.
Aos que Jesus já veio pra salvar.
E muitos já a Cristo se entregaram,
E a estes outros vão se reunir,
Sim, a Palavra, em vão, não se semeia,
Pois quem a deu, também a faz fruir.

3 Poder do alto pra ser testemunha,
Foi a promessa qu’Ele nos deixou,
Bem poucos crentes, 'stão à Sua espera,
Desconhecendo o que Deus nos legou,
Mas, glória a Deus! Há outros que acordaram
E cheios de poder pentecostal,
Vão despertar os crentes ociosos,
P'ra acharem este dom celestial.

4 No nome de Jesus nós proclamamos,
A salvação pra todo o pecador,
E este nome cura os enfermos,
Que buscam nEle aliviar a dor;
E os demônios serão expulsos,
Porque Jesus poder nos prometeu,
E já um povo está se preparando
Pra encontrar Jesus, o Rei do céu.

Autor ou Tradutor: S.N Samuel Nyström
 
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Atos 15.22-32.

²² Então, pareceu bem aos apóstolos e aos anciãos, com toda a igreja, eleger varões dentre eles e enviá-los com Paulo e Barnabé a Antioquia, a saber: Judas, chamado Barsabás, e Silas, varões distintos entre os irmãos.
²³ E por intermédio deles escreveram o seguinte: Os apóstolos, e os anciãos, e os irmãos, aos irmãos dentre os gentios que estão em Antioquia, Síria e Cilícia, saúde.
²⁴ Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras e transtornaram a vossa alma (não lhes tendo nós dado mandamento),
²⁵ pareceu-nos bem, reunidos concordemente, eleger alguns varões e enviá-los com os nossos amados Barnabé e Paulo,
²⁶ homens que já expuseram a vida pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo.
²⁷ Enviamos, portanto, Judas e Silas, os quais de boca vos anunciarão também o mesmo.
²⁸ Na verdade, pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias:
²⁹ Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação; destas coisas fareis bem se vos guardardes. Bem vos vá.
³⁰ Tendo-se eles, então, despedido, partiram para Antioquia e, ajuntando a multidão, entregaram a carta.
³¹ E, quando a leram, alegraram-se pela exortação.
³¹ Depois, Judas e Silas, que também eram profetas, exortaram e confirmaram os irmãos com muitas palavras.

 
PLANO DE AULA
1- INTRODUÇÃO

Nesta lição, encerramos nosso trimestre estudando um dos momentos mais importantes da história da Igreja Primitiva em Jerusalém: a Assembleia de Jerusalém. Diante de um grave conflito doutrinário sobre a salvação dos gentios, os líderes da Igreja buscaram, com sabedoria e submissão ao Espírito Santo, uma solução que preservasse a doutrina da graça e a unidade do Corpo de Cristo.

2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO
A) Objetivos da Lição:

I) Mostrar o contexto e os motivos que levaram à controvérsia sobre a salvação dos gentios;
II) Relatar os argumentos apresentados pelos apóstolos, especialmente por Pedro e Tiago, sobre a inclusão dos gentios na Igreja;
III) Reconhecer a importância da direção do Espírito Santo na resolução dos conflitos e na preservação da unidade da Igreja.

B) Motivação: 
Assim como os primeiros líderes buscaram a verdade com humildade e temor, somos chamados a valorizar a unidade da fé sem renunciar à sã doutrina. Que esta lição nos inspire a agir com discernimento e compromisso com a vontade de Deus.

C) Sugestão de Método: 
Para reforçar o tópico III — A Decisão da Assembleia de Jerusalém, você pode usar o método Estudo de Caso Guiado. Apresente à classe o contexto da decisão em Atos 15.28,29, destacando o papel do Espírito Santo e a sabedoria dos líderes em preservar a unidade da fé sem comprometer a doutrina. Em seguida, conduza uma reflexão coletiva, propondo perguntas como: “O que essa decisão nos ensina sobre lidar com conflitos na igreja hoje?”. Incentive a participação com exemplos práticos, criando um ambiente de aprendizado mútuo.

3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO
A) Aplicação: 
A direção do Espírito Santo e a fidelidade à Palavra devem guiar nossas decisões, promovendo a unidade da fé.

4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR
A) Revista Ensinador Cristão. 
Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 102, p.42, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: 
Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula:
1) O texto “A Lei e a Graça”, localizado depois do segundo tópico, traz a reflexão a respeito da relação entre Lei e Graça para aprofundar esse tópico;
2) O texto “A Liberdade Cristã”, ao final do terceiro tópico, correlaciona a decisão da Assembleia de Jerusalém com que de fato é a liberdade de Cristo em nós.

 

INTRODUÇÃO


Com esta lição, terminamos mais um trimestre de estudos sobre a igreja de Jerusalém. Aqui veremos como a igreja agiu para resolver seus conflitos de natureza doutrinária. Um grupo composto por fariseus convertidos à fé insistia que os gentios convertidos deveriam guardar a Lei, especialmente o rito da circuncisão. No entendimento dos apóstolos, se isso fosse exigido, a salvação deixaria de ser totalmente pela graça, o que era inaceitável. Devido à dimensão da questão e à sua importância para o futuro da Igreja, os líderes se reuniram em Jerusalém para buscar uma solução para o problema. Lucas deixa claro que a decisão tomada pela Igreja naquele momento foi guiada pelo Espírito Santo. É isso que veremos agora.
 
Palavra-Chave: Assembléia 
 

I- A QUESTÃO DOUTRINÁRIA


1- O relatório missionário. 
A questão doutrinária que se tornou objeto de discussão no Concílio de Jerusalém, abordada no capítulo 15 de Atos dos Apóstolos, teve seu início na igreja de Antioquia. Ela começou quando Paulo e Barnabé apresentaram à igreja de Antioquia um relatório sobre a Primeira Viagem Missionária que haviam realizado. Nesse relatório, os missionários narraram o que Deus havia feito entre os gentios e como estes aceitaram a fé (At 14.27 - ²⁷ E, quando chegaram e reuniram a igreja, relataram quão grandes coisas Deus fizera por eles, e como abrira aos gentios a porta da fé.). O relatório deixa implícito que a salvação dos gentios ocorreu inteiramente pela graça de Deus, sem que nenhuma exigência da Lei, como a circuncisão, fosse imposta a eles. Tanto Paulo quanto Barnabé viam a ação de Deus — manifestada por meio de milagres extraordinários entre os gentios — como um sinal de sua aprovação, demonstrando que nenhuma outra exigência, além da fé em Jesus, era necessária para a salvação. Em outras palavras, a salvação é um dom de Deus, concedido inteiramente por sua graça.

A primeira viagem missionária de Paulo aconteceu entre 45 e 50 d.C., partindo de Antioquia da Síria com Barnabé e João Marcos, e passando por Chipre e várias cidades da Ásia Menor, como Perge, Antioquia da Pisídia, Icônio, Listra e Derbe, antes de retornar.

2- O legalismo judaizante. 
Lucas mostra que um grupo de judaizantes se sentiu incomodado com o relatório dos missionários (At 15.1 - ¹ Então alguns que tinham descido da Judéia ensinavam assim os irmãos: Se não vos circuncidardes conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos. ). Esse grupo, composto por fariseus supostamente convertidos à fé, que haviam vindo de Jerusalém para Antioquia, se opôs ao ingresso de gentios na Igreja sem que estes, antes, cumprissem as exigências da Lei. Houve, portanto, um confronto entre esse grupo judaizante e os missionários Paulo e Barnabé. A questão tomou grandes proporções, correndo o risco até mesmo de dividir a igreja em Antioquia, o que exigia uma resposta rápida por parte da liderança. Contudo, por se tratar de um tema complexo e de amplo alcance, a igreja de Antioquia considerou adequado remeter a questão para Jerusalém, a igreja-mãe, onde o assunto seria analisado e amplamente discutido pelos apóstolos e presbíteros (At 15.2 - ² Tendo tido Paulo e Barnabé não pequena discussão e contenda contra eles, resolveu-se que Paulo e Barnabé, e alguns dentre eles, subissem a Jerusalém, aos apóstolos e aos anciãos, sobre aquela questão.).
 

SINÓPSE I


A exigência da circuncisão aos gentios gerou um sério questionamento sobre a natureza da salvação em Cristo.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO


“PARECEU BEM AO ESPÍRITO SANTO
O Espírito Santo dirigiu aqueles que participaram do Concílio de Jerusalém a tomarem as decisões certas. Jesus prometeu que o Espírito os guiaria em toda a verdade (Jo 16.13). As decisões da igreja não devem ser tomadas apenas pelos seres humanos. Os líderes devem buscar e aceitar a direção do Espírito através da oração, do jejum e da devoção à Palavra de Deus até que possam discernir claramente a sua vontade (cf. 13.2-4). A igreja, se quiser ser verdadeiramente leal a Cristo, deve ouvir o que o Espírito lhe diz (cf. Ap 2.7).” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a Bíblia de Estudo Pentecostal — Edição Global, edita pela CPAD, p.1973.

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II- O DEBATE DOUTRINÁRIO


1- Uma questão crucial. 
A questão gentílica chegou a Jerusalém para ser tratada. Contudo, judaizantes, que ali se encontravam, deixaram claro que a igreja deveria circuncidar os gentios convertidos e ordenar que eles “guardassem a lei de Moisés” (At 15.5 - ⁵ Alguns, porém, da seita dos fariseus, que tinham crido, se levantaram, dizendo que era mister circuncidá-los e mandar-lhes que guardassem a lei de Moisés.). No entendimento desse grupo, sem a observância da Lei, ninguém podia se salvar. Pedro é o primeiro a ver a gravidade da questão e percebe que ela não pode ser tratada de forma subjetiva. A questão deveria ser tratada com a objetividade que o caso exigia, e a experiência da salvação dos gentios em Cesareia, ocorrida anos antes, deveria servir de parâmetro (At10.1-46). Pedro, então, evoca a experiência pentecostal gentílica como prova da aceitação deles por Deus: “E Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, dando-lhes o Espírito Santo, assim como também a nós” (At 15.8).
 
2- A experiência do Pentecostes na fé dos gentios. 
O derramamento do Espírito sobre os gentios, anos antes, em Cesareia, na casa de Cornélio (At 10), havia sido uma experiência objetiva, física e observável por todos os presentes ali (At 10.44-46 - ⁴⁴ E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. ⁴⁵  E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios. ⁴⁶ Porque os ouviam falar línguas, e magnificar a Deus.; At 2.4 - ⁴ E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.). Pedro espera que seu argumento seja aceito da mesma forma que fora aceito, anos antes, pelos judeus que haviam questionado a salvação dos gentios de Cesareia. Convém lembrar que esse mesmo argumento de Pedro já havia sido usado pelo apóstolo Paulo por ocasião de seu debate com os crentes da Galácia. Da mesma forma, ali, Paulo deixou claro que o recebimento do Espírito era um fato observável e que todos, portanto, tinham consciência de que o haviam recebido (Gl 3.5 - ⁵ Aquele, pois, que vos dá o Espírito, e que opera maravilhas entre vós, o faz pelas obras da lei, ou pela pregação da fé?).
 
3- A fundamentação profética da fé gentílica. 
Enquanto Pedro recorreu à experiência do Pentecostes como sinal de validação da fé gentílica. Por outro lado, Tiago, o irmão do Senhor Jesus, recorre às profecias (Atos 15.16-18 - ¹⁶ Depois disto voltarei,e reedificarei o tabernáculo de Davi, que está caído, levantá-lo-ei das suas ruínas, e tornarei a edificá-lo. ¹⁷ Para que o restante dos homens busque ao Senhor,e todos os gentios, sobre os quais o meu nome é invocado,diz o Senhor, que faz todas estas coisas, ¹⁸ Conhecidas sào a Deus, desde o princípio do mundo, todas as suas obras.; Amós 9.11-12 - ¹¹ Naquele dia tornarei a levantar o tabernáculo caído de Davi, e repararei as suas brechas, e tornarei a levantar as suas ruínas, e o edificarei como nos dias da antigüidade; ¹² Para que possuam o restante de Edom, e todos os gentios que são chamados pelo meu nome, diz o Senhor, que faz essas coisas. ) para fundamentar sua defesa da aceitação dos gentios na Igreja. Para ele, a inclusão dos gentios na igreja estava predita nos profetas: “E com isto concordam as palavras dos profetas” (At 15.15). A aceitação dos gentios na Igreja não era uma inovação sem respaldo nas Escrituras. Pelo contrário, Deus já havia mostrado aos antigos profetas que os gentios também fariam parte de seu povo. Esse era um favor divino, fruto de sua graça, e que nada mais precisava ser acrescentado.
 

SINÓPSE II


Os apóstolos usaram experiências espirituais e fundamentos proféticos para afirmar a aceitação dos gentios por Deus.
 

AUXÍLIO BÍBLICO-TEOLÓGICO      


“A LEI E A GRAÇA
Quando judaizantes queriam sobrecarregar os gentios com o sistema mosaico, Pedro protestou (At 15.10). Poderia ter mencionado a libertação de muitos gentios dos tremendos fardos impostos pelos sacerdotes pagãos. E que não deveriam ser submetidos de novo a sistemas de exigências para ‘merecerem a salvação’. […] Há ocasiões em que pregar a Lei é necessário, para levar os ouvintes à convicção de pecados. Porém, antes de tudo, o Evangelho é o oferecimento da livre graça de Deus. O Evangelho não aceita o conceito de um Deus sem misericórdia. Um Deus que exige rituais, flagelações e boas obras mediante as quais seja gracioso para conosco. Não. Deus já revela sua natureza de graça e misericórdia. E quer nos justificar, de tal modo que sirvamos a Ele sem medo de perder a salvação. A Lei diz: ‘Faça isso, e viverá’. O Evangelho diz: ‘Receba a vida, e faça’. A Lei diz: ‘Pague!’. O Evangelho diz: ‘Está pago!’.” (PEARLMAN, Myer. Atos: Estudo do  Livro de Atos e o Crescimento da Igreja Primitiva. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, pp.171,172).

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III- A DECISÃO DA ASSEMBLEIA DE JERUSALÉM


1- O Espírito na Assembleia. 
É digno de nota o papel atribuído ao Espírito Santo na tomada de decisões da Igreja: “[…] pareceu bem ao Espírito Santo e a nós” (At 15.28). O Espírito Santo não era apenas visto como uma doutrina na Igreja, mas como uma pessoa com participação ativa nela. Esse texto faz um paralelo com Atos 5.32, onde também se destaca a participação ativa do Espírito Santo na vida da Igreja: “E nós somos testemunhas acerca destas palavras, nós e o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem” (v.32).
 
2- A orientação do Espírito na Assembleia. 
O texto de Atos 15.28 não nos diz como era feita a orientação do Espírito na primeira Igreja; contudo, a observação feita por Lucas, de que Judas e Silas “eram profetas” (At 15.32 - ³² Depois Judas e Silas, que também eram profetas, exortaram e confirmaram os irmãos com muitas palavras.) e que eles fizeram parte da comissão que levou a carta com a decisão tomada pela Assembleia, indica que o Espírito Santo se manifestava na Igreja por meio de seus dons (cf. At 13.1-4 - ¹ E na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé e Simeão chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes o tetrarca, e Saulo. ² E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. ³ Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram. ⁴ E assim estes, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre. ). Isso explica por que as coisas funcionavam na primeira Igreja. Esse era o padrão da Igreja Primitiva e deve ser também o padrão na Igreja de hoje.
 
3- O parecer final da Assembleia. 
Depois dos intensos debates, o parecer da Assembleia foi de que os gentios deveriam se abster “das coisas sacrificadas aos ídolos, do sangue, da carne sufocada e da fornicação” (At 15.29). Fica óbvio que a Igreja procurou resolver a questão mantendo-se rigorosamente fiel à doutrina da salvação pela graça, isto é, sem os elementos do legalismo judaico, mas evitando os extremos de rejeitar os irmãos judeus que também compartilhavam da mesma fé. O legalismo deveria ser rejeitado, os crentes judeus, não. Assim, ficou demonstrado que os gentios eram salvos pela graça, mas deveriam impor alguns limites à sua liberdade cristã, a fim de que o convívio com seus irmãos judeus não fosse conflituoso.
 

SINÓPSE III


Guiada pelo Espírito Santo, a Igreja decidiu preservar a graça e promover a comunhão entre judeus e gentios convertidos.

AUXÍLIO BÍBLICO-TEOLÓGICO      


“A LIBERDADE CRISTÃ.
Agostinho, grande estudioso da igreja antiga, disse certa vez: ‘Ame a Deus e faça o que quiser’. À primeira vista, esta declaração parece um pouco arriscada. Mas pensando bem, quem ama a Deus não vai querer desagradá-lo mediante a desobediência à sua Palavra. Aquele que verdadeiramente ama a Deus está livre da Lei e vive sob sua graça. Sua nova natureza espiritual não desejará fazer nada contrário à vontade revelada de Deus. Existem leis civis hoje em dia para punir mães que tratam com crueldade aos seus filhos. Há, porém, milhares de mães que desconhecem tais leis e tratam seus filhos com bondade. Explicação: já têm a lei do amor maternal escrita nas suas consciências. Quem foi transformado pela graça tem a lei de Deus escrita no seu coração (Jr 31.33). E, com grande alegria, faz aquilo que é certo.” (PEARLMAN, Myer. Atos: Estudo do  Livro de Atos e o Crescimento da Igreja Primitiva. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.172).

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CONCLUSÃO


A Igreja sempre será desafiada a enfrentar os problemas que surgem em seu meio. No capítulo 6 de Atos, vimos como ela resolveu um conflito de natureza social, provocado por reclamações de crentes helenistas (hebreus de fala grega). Aqui, o problema foi de natureza doutrinária: uma questão melindrosa que requeria muita habilidade por parte da liderança para ser resolvida. Graças ao parecer de uma liderança sábia e orientada pelo Espírito Santo, a Igreja tomou a decisão certa. A unidade da Igreja foi preservada e Deus foi glorificado.
 

REVISANDO O CONTEÚDO


1- Como a questão doutrinária da salvação dos gentios se tornou objeto de discussão do Concilio de Jerusalém?
Começou quando Paulo e Barnabé apresentaram à Igreja de Antioquia um relatório sobre a primeira viagem missionária.

2- O que Lucas mostra a respeito de um grupo de judaizantes?
Lucas mostra que esse grupo, formado por fariseus convertidos, insistia que os gentios só poderiam ser salvos se guardassem a Lei, especialmente a circuncisão, promovendo confusão e divisão na Igreja.

3- O que Pedro evoca como prova da aceitação dos gentios por Deus?
Pedro evoca a experiência pentecostal gentílica como prova da aceitação deles por Deus (At 15.8).

4- A que o apóstolo Tiago recorre para fundamentar a defesa da aceitação dos gentios na Igreja?
Tiago recorre às profecias para fundamentar sua defesa da aceitação dos gentios na Igreja. Para Tiago, a inclusão dos gentios na igreja estava predita nos profetas (At 15.15).

5- Qual foi o parecer da Assembleia de Jerusalém?
O parecer da Assembleia foi de que os gentios deveriam se abster “das coisas sacrificadas aos ídolos, do sangue, da carne sufocada e da fornicação” (At 15.29).

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Pb. Rogério Faustino Escola Bíblica 3º Trimestre de 2025 Compromisso com a Palavra

ARQUIVOS:

Revista Ensinador Cristão
Estimado(a) professor(a), a paz do Senhor! Nesta última lição, veremos detalhes da assembléia geral realizada pela Igreja Primitiva em Jerusalém (At 15.1-35). Este concilio ficou marcado na história cristã porque definiu quais seriam as exigências impostas aos gentios para ingressarem na plena comunhão com a igreja de Cristo. A questão foi levantada por um grupo de judeus convertidos ao Cristianismo que entedia ser necessáiio dar continuidade à observância de preceitos da Lei, mesmo após aceitarem a fé em Jesus. Dentre as práticas que deveriam ser preservadas estava a da circuncisão. No entanto, o entendimento dos apóstolos era de que os gentios foram chamados por Deus para a liberdade cristã. Impor aos gentios práticas que faziam parte da religião judaica não fazia sentido algum. Por essa razão, o Concilio foi de fundamental importância para que o Evangelho continuasse a ser pregado entre os gentios. 
Ao final do Concilio, foram acordadas as exigências impostas ao gentios recém-convertidos. Como frisa o Dicionário Bíblico Beacon (CPAD), "somente quatro restrições foram colocadas para os gentios cristãos (v. 20). Eles deveriam se abster das contaminações dos ídolos, isto é, das coisas oferecidas aos ídolos (cf. v. 29; 21.25) — e da prostituição, do que é sufocado e do sangue. A primeira destas restrições se referia a uma preocupação real da Igreja Primitiva, da qual Paulo tratou em toda a sua extensão (1 Co 8.1-10; 10.19). Os animais eram sacrificados aos deuses pagãos e depois a sua carne era vendida nos mercados. Alguns entenderam que, de acordo com a decisão do concilio, os gentios convertidos eram proibidos de comer esta carne conscientemente, e que Paulo adotou a mesma posição. A prostituição era um pecado extremamente comum entre os pagãos, e praticado muitas vezes como parte do seu culto. Os judeus se orgulhavam dos seus elevados padrões morais e a igreja, naturalmente, tinha toda razão de fazer esta exigência aos seus membros. Comer o que era sufocado era evidentemente proibido principalmente porque o sangue não era retirado da carne. Portanto, esta exigência estava muito ligada a quarta proibição de comer sangue. Este mandamento vem desde o tempo de Noé, quando os homens tiveram a primeira permissão de comer os animais (Gn 9.4), e foi repetido na lei mosaica (Lv 3.17; 7.26; 17.10,14; 19.26)" (2006, p. 322). 
Uma vez acordada a decisão em relação aos gentios, importava agora que estes vivessem uma vida sossegada e temente a Deus. O Senhor nos chama para viver na mesma liberdade do Espírito, adorando em servindo a Deus por meio dos dons espirituais e ministeriais, a fim de que o Evangelho continue a ser proclamado até os confins da Terra.

Ensinador Cristão 42

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