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Lição 9 – Vontade — O que move o ser humano

 TEXTO ÁUREO

“Digo, porém: Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne.” (Gl 5.16).

VERDADE PRÁTICA

Guiada por Deus, a vontade é uma bênção extraordinária, vital para a existência humana.
 
LEITURA DIÁRIA

Segunda — Poder sobre a própria vontade
 ³⁷ Todavia o que está firme em seu coração, não tendo necessidade, mas com poder sobre a sua própria vontade, se resolveu no seu coração guardar a sua virgem, faz bem.
³⁸ De sorte que, o que a dá em casamento faz bem; mas o que não a dá em casamento faz melhor.
³⁹ A mulher casada está ligada pela lei todo o tempo que o seu marido vive; mas, se falecer o seu marido fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor.
1 Coríntios 7.37-39

Terça — Jesus cumpriu inteiramente a vontade do Pai
³⁸ Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.
³⁹ E a vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia.
⁴⁰ Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.
João 6.38-40

Quarta — A mulher virtuosa trabalha de boa vontade
¹⁰ Mulher virtuosa quem a achará? O seu valor muito excede ao de rubis.
¹¹ O coração do seu marido está nela confiado; assim ele não necessitará de despojo.
¹² Ela só lhe faz bem, e não mal, todos os dias da sua vida.
¹³ Busca lã e linho, e trabalha de boa vontade com suas mãos.
Provérbios 31.10-13

Quinta — Trabalhando de boa vontade
⁵ Vós, servos, obedecei a vossos senhores segundo a carne, com temor e tremor, na sinceridade de vosso coração, como a Cristo;
⁶ Não servindo à vista, como para agradar aos homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus;
⁷ Servindo de boa vontade como ao Senhor, e não como aos homens.
⁸ Sabendo que cada um receberá do Senhor todo o bem que fizer, seja servo, seja livre.
⁹ E vós, senhores, fazei o mesmo para com eles, deixando as ameaças, sabendo também que o Senhor deles e vosso está no céu, e que para com ele não há acepção de pessoas.
Efésios 6.5-9

Sexta — Renunciando à própria vontade
¹⁵ Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.
¹⁶ Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo.
¹⁷ E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.
1 João 2.15-17

Sábado — Deus implanta bons desejos em nós
¹² De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor;
¹³ Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.
Filipenses 2.12,13

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Gálatas 5.16-21
¹⁶ Digo, porém: Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne.
¹⁷ Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne; e estes opõem-se um ao outro; para que não façais o que quereis.
¹⁸ Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei.
¹⁹ Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia,
²⁰ idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias,
²¹ invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus.

Tiago 1.14,15
¹⁴ Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.
¹⁵ Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.
 
Tiago 4.13-17
¹³ Eia, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos a tal cidade, e lá passaremos um ano, e contrataremos, e ganharemos.
¹⁴ Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco e depois se desvanece.
¹⁵ Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo.
¹⁶ Mas, agora, vos gloriais em vossas presunções; toda glória tal como esta é maligna.
¹⁷ Aquele, pois, que sabe fazer o bem e o não faz comete pecado.

HINOS DA HARPA CRISTÃ

Neweb Harpa Cristã - Compromisso com o louvor cristão

73 - Vem, Vem a Mim

1 Pecador escuta a voz do Senhor:
"Se estás cansado, ó vem descansar;
Vem, não te detenhas; sem nenhum temor,
Deixa o teu fardo e vem repousar”.

Vem, vem a Mim e descansarás;
Toma o Meu Jugo e Te guiarei;
Sou humilde, manso, dou-Te minha paz;
Ó vem, hoJe mesmo, e Te salvarei.

2 Vem a Deus, faminto, pobre mesmo assim;
Há maná celeste, preparado já;
Grátis é a festa, p'ra ti e p'ra mim,
Cristo te convida, vem e cearás.

3 Andas desviado, longe do redil?
Deixa de vagar e vem ao bom Pastor;
Pelos montes, vales, há perigos mil?
Volta ao rebanho do teu Salvador.

4 Crendo tu, em Cristo, salvação terás;
Gozo, paz perfeita, tudo que é mister;
Cristo não despreza, nem rejeitará
Todo o que contrito a Ele vier.

Autor ou Tradutor: P.L.M Paulo Leivas Macalão

360 - A Preciosa Fonte

1 Vem à fonte sanadora,
Que abriu o Salvador,
Cujas águas sedutoras
Têm um divinal sabor.

Oh! Preciosa fonte sanadora
Para todos corre, sim!
Oh! Preciosa fonte sanadora!
Glória a Deus, me sara a mim!

2 Nesta fonte, que nos sara,
Encontrei real perdão;
Minha veste fez-se clara,
Tenho purificação.

3 Nesta fonte, que nos cura,
Deu-me Cristo, salvação;
Sã tornou minh'alma e pura,
E lhe deu consolação.

4 Vem à fonte que te cura;
Hoje vem purificar
A tu'alma. que impura,
Lá no céu não pode entrar.

Autor ou Tradutor: P.L.M Paulo Leivas Macalão

568 - Manso e Suave

1 Manso e suave, é Cristo chamando:
Chama por ti e por mim.
Eis que Ele às portas espera velando:
Vela por ti e por mim,

Vem já! vem já! alma cansada, vem já!
Manso e suave, Jesus convidando,
Chama: - “Vem, pecador, vem!”

2 Com paciência, Ele está esperando,
Hoje, por ti e por mim.
Oh! não desprezes a quem, convidando,
Chama por ti e por mim.

3 Correm os dias, as horas se passam,
Passam por ti e por mim.
Transes de morte, por fim, vão chegando,
Tanto por ti e por mim.

4 Oh! quanto amor que Jesus nos tem dado!
Tudo por ti e por mim!
Seu sangue foi sobre a Cruz derramado,
Sim, foi por ti e por mim.

Autor ou Tradutor: B.S Bruno Skolimowsky
 
PLANO DE AULA

1. INTRODUÇÃO

Nesta lição, vamos refletir biblicamente sobre a vontade humana - faculdade essencial que, quando guiada por Deus, se torna uma poderosa ferramenta para escolhas sábias e vida frutífera. Ao explorar o conflito entre carne e Espírito, estimule seus alunos a entenderem como pensamentos e desejos moldam ações. Que esta aula seja marcada por despertamento espiritual e prática cristã consciente.

2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

A) Objetivos da Lição: 
I) Explicar o conceito bíblico de vontade  capacidade dada por Deus para escolher e agir; 
II) Mostrar como os desejos podem escravizar o ser humano, mas também como a redenção em Cristo capacita o crente a vencer a carne e viver guiado pelo Espírito; 
III) Ensinar a identificar o processo de tentação, compreendendo como o desejo se desenvolve até o pecado.
 
B) Motivação: 
As nossas escolhas refletem nossa maturidade espiritual. Teologicamente, a vontade revela o conflito entre carne e Espírito e a necessidade de rendição ao senhorio de Cristo. Pedagogicamente, ela desperta consciência e responsabilidade diante das decisões diárias.
 
C) Sugestão de Método: 
Para introduzir a lição, sugerimos que escreva em cartazes ou projete no quadro algumas frases como “Eu faço o que quero”, “Sigo meu coração”, “Minha vontade é lei”, e peça que os alunos opinem sobre cada uma, relacionando-as com atitudes do cotidiano. Em seguida, conduza um breve debate perguntando: “Nossa vontade sempre nos leva ao melhor caminho?”. Essa abordagem desperta o interesse, estimula a reflexão e prepara os alunos para entender, à luz da Bíblia, como a vontade humana precisa ser submetida à direção do Espírito Santo para produzir frutos espirituais e escolhas abençoadas.

3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO
 
A) Aplicação: 
Ao final desta lição, cabe a seguinte indagação: “Tenho escolhido agradar a Deus ou satisfazer a mim mesmo?”. Aqui, temos a oportunidade de orar com a classe a fim de que a nossa vontade seja moldada pela Palavra e guiada pelo Espírito Santo.
 
4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR

A) Revista Ensinador Cristão. 
Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 103, p.40, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
 
B) Auxílios Especiais: 
Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula: 
1) O texto “Os Componentes Básicos dos Seres Humanos”, localizado depois do primeiro tópico, aprofunda o assunto “Vontade: Motivação e Ação”; 
2) O texto “A Imagem de Deus nos Seres Humanos”, ao final do segundo tópico, aprofunda o assunto “Desejos: Da Escravidão à Redenção”.
 
INTRODUÇÃO
 
Nas lições anteriores estudamos sobre duas das principais faculdades da alma: o intelecto e a sensibilidade. Vimos a relação entre o que pensamos e sentimos e como pensamentos e sentimentos podem influenciar a vontade e as decisões. Pensar, sentir, desejar e agir costumam compor um mesmo fenômeno na experiência humana. É fundamental compreender como isso funciona à luz da Palavra de Deus. Nesta lição estudaremos mais especificamente a respeito da vontade.
 
Palavra-Chave: VONTADE
 
I. VONTADE: MOTIVAÇÃO E AÇÃO

1. Conceito de vontade. 
Volição ou vontade é a capacidade humana de desejar, querer, almejar, escolher e agir. Pode ser entendida também como motivação. Sem desejo ou vontade não há motivação e, via de consequência, ação. Nesse conceito amplo, há manifestação da vontade mesmo quando o que fazemos não era originariamente nossa vontade, mas de outrem, se a ela aderimos voluntariamente (Sl 143.10; Lc 22.42). A conversão é um exemplo de mudança na vontade humana por meio do arrependimento (At 3.19). Todo verdadeiro cristão é alguém que, impulsionado pela graça de Deus, renunciou sua própria vontade para fazer a vontade de Cristo (Mt 16.24). É o livre-arbítrio funcionando (Hb 2.3; 3.7-13; Ap 22.17).
 
2. Do pensamento à ação. 
Um pensamento pode ser apenas um pensamento, sem relação alguma com um sentimento ou um desejo. Por exemplo: podemos pensar em uma viagem que fizemos sem que isso nos traga qualquer emoção. Mas também podemos recordar com nostalgia e desejar viajar novamente. E esse desejo pode nos motivar a comprar a passagem e repetir a experiência. Em um caso assim ocorre um fenômeno completo: pensamento, sentimento, desejo e ação. Aconteceu com Eva no Éden. Em sua conversa com a serpente, a mulher refletiu sobre o significado do fruto da árvore da ciência do bem e do mal até ser enganada (1Tm 2.14). Ao acreditar na falsa elevação que obteria (“sereis como Deus”, Gn 3.5) certamente sentiu alguma emoção. O próximo passo foi a manifestação do desejo, que gerou a ação: tomou do fruto e comeu (Gn 3.6).
 
3. Fraqueza de vontade. 
Adão pecou sem ser enganado. Isso significa que seu entendimento da proibição e consequências relativas ao fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal não foi alterado. O problema de Adão se deu na esfera da vontade. Em vez de permanecer firme em seu propósito de obedecer a Deus, decidiu pecar aderindo à vontade de Eva, que lhe deu o fruto (Gn 3.6; Rm 5.12). Quantas decisões erradas tomamos plenamente conscientes de suas consequências! Da violação de uma restrição alimentar a condutas mais graves, muitas vezes o desejo fala mais alto que a razão. A busca do prazer pelo prazer é uma característica da cultura hedonista. Vícios e compulsões arrastam multidões, mesmo que elas conheçam seus destrutivos efeitos. Assim, só Jesus pode libertar o ser humano de prisões espirituais (Jo 8.36; Rm 1.16).
 
SINOPSE I

A vontade é a capacidade humana de desejar e agir, sendo influenciada por pensamentos, sentimentos e decisões espirituais.
 
AUXÍLIO DE TEOLÓGICO
“OS COMPONENTES BÁSICOS DOS SERES HUMANOS"

O Novo Testamento menciona ainda a ‘mente’ (nous, dianoia) e a ‘vontade’ (thelema, boulema, boulêsis). A ‘mente’ denota a faculdade da percepção intelectual, bem como a capacidade de fazer julgamentos morais. Em certas ocorrências no pensamento grego parece formar um paralelo com o pensamento do Antigo Testamento. Em outros termos, parece que os gregos distinguiam os dois (ver Mc 12.30). Ao considerar a ‘vontade ou volição’ humana pode ser representada, por um lado, como um ato da mente que se dirige a uma escolha livre. Mas, por outro lado, pode ser motivada por um desejo que provém pressuroso do inconsciente. Posto que os escritores sagrados usavam esses termos de várias maneiras (assim como fazemos na linguagem cotidiana), é difícil determinar com precisão, pelas Escrituras, onde termina a ‘mente’ e começa a ‘vontade.’” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2024, pp.245,246).
 
II. DESEJOS: DA ESCRAVIDÃO À REDENÇÃO

1. A experiência do deserto. 
O povo de Israel tornou-se escravo dos seus desejos durante a peregrinação pelo deserto: “deixaram-se levar da cobiça, no deserto, e tentaram a Deus na solidão. E ele satisfez-lhes o desejo, mas fez definhar a alma” (Sl 106.14,15). Apesar das grandes maravilhas operadas por Deus, os hebreus, tomados de ingratidão, lembravam-se das comidas do Egito e se deixavam dominar por seus desejos (Nm 11.5,6). Pensavam, sentiam e desejavam o que lhes era servido na casa da escravidão, de onde haviam sido libertos com mão forte (Êx 20.2; Dt 26.8). O culto aos desejos lhes trouxe terríveis consequências: perecimento e morte (Sl 78.29-33; Nm 11.33,34; 14.29). Como nos adverte Paulo, tudo isso foi escrito para aviso nosso. Não nos deixemos levar por nossos próprios desejos (1Co 10.1-13).
 
2. Os desejos na era cristã. 
O drama dos desejos continua na era cristã, com uma diferença fundamental: Cristo venceu o pecado e nos dá poder para também vencê-lo (Rm 6.3-6,11-14). Contudo, enquanto estivermos neste corpo mortal enfrentaremos um conflito espiritual constante. Todo o cristão precisa decidir diariamente entre sua vontade carnal e a vontade do Espírito: “Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro; para que não façais o que quereis” (Gl 5.17). A carne (sarx, natureza pecaminosa) tem seus próprios desejos, que são contrários ao Espírito. Vê-se, então, em nosso interior, uma luta travada. Cabe-nos decidir entre satisfazer os desejos da carne, que são pecaminosos, ou atender a voz do Espírito e viver segundo sua direção (Gl 5.18).
 
3. A decisão do homem redimido. 
A obra da salvação realizada por Cristo nos liberta do poder do pecado. Diante dos desejos da carne e da vontade do Espírito, o homem redimido inclina-se “para as coisas do Espírito” (Rm 8.5). Isso é resultado de sua nova natureza (Ef 4.24; 2Co 5.17). Significa que não podemos nos conformar com os desejos do velho homem, mas, pelo poder do Espírito, nos dedicar ao processo de mortificação de nossa carne, a velha natureza (Rm 8.11-13; Cl 3.5). Nossos desejos pecaminosos não deixam de existir, mas em Cristo triunfamos sobre eles; vivendo, andando e frutificando no Espírito (Gl 5.22-25; 1Jo 3.6).

SINOPSE II

Os desejos podem escravizar o ser humano, mas em Cristo há poder para vencê-los e viver segundo o Espírito.
 
AUXÍLIO DE TEOLÓGICO
“A IMAGEM DE DEUS NOS SERES HUMANOS"

A respeito da imagem moral de Deus nos seres humanos, ‘Deus fez ao homem reto’ (Ec 7.29). Até mesmo os pagãos, que não possuem conhecimento da Lei escrita de Deus, conservam uma Lei moral escrita por Ele em seus corações (Rm 2.14,15). Em outras palavras, somente os seres humanos possuem a capacidade de sentir o que é certo e errado, bem como o intelecto e a vontade necessários para escolher entre eles. Por esta razão, os seres humanos são chamados livres agentes morais. Diz-se também que possuem autodeterminação. Efésios 4.22-24 parece indicar que a imagem moral de Deus, embora não completamente erradicada na Queda, foi afetada negativamente até certo ponto. Para ter restaurada a imagem moral ‘em verdadeira justiça e santidade’, o pecador precisa aceitar a Cristo e se tornar uma nova criação.” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1ª Edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2024, p.260).
 
III. O ENSINO SOBRE OS DESEJOS, EM TIAGO

1. Atração e engano. 
Tiago 1.14,15 trata dos desejos carnais e suas consequências. Empregando o conhecido termo “concupiscência” (epithumia) com o sentido de “maus desejos”, o apóstolo refere-se ao processo de tentação e pecado: “Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado por sua própria concupiscência” (Tg 1.14). A faculdade da vontade é retratada neste texto como um elemento de comunicação interna que tem a capacidade de atrair e enganar. Assim sendo, o mau desejo é capaz de afetar a própria razão, levando-a a acreditar que o pecado não produz consequências ruins, mas boas. Nesse processo, a mente é entorpecida depois do desejo ter sido aguçado.
 
2. Abortando o processo. 
Na lição 7 estudamos sobre a importância de interromper maus pensamentos para evitar a prática de pecados. Pelo texto de Tiago observamos que é preciso, também, abortar os maus desejos. Aliás, eles são ainda mais perigosos, pois podem influenciar diretamente nossas decisões. Quando encontra seu objeto ou alvo, o desejo se torna intenso. Se não for rejeitado, não descansa até convencer, derrubando as barreiras da consciência: “Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte” (Tg 1.15). Que o Senhor nos livre de toda a tentação (Mt 6.13). Não nos esqueçamos, contudo, de fazer a nossa parte: viver em constante vigilância e oração (Mt 26.41).
 
SINOPSE III

Tiago revela como os maus desejos geram o pecado, alertando sobre a necessidade de vigilância e domínio espiritual.
 
CONCLUSÃO

Apesar de nossa tendência pecaminosa, não podemos encarar os desejos apenas de forma negativa. A vontade humana é uma faculdade essencial para a nossa existência. Quando guiada por Deus é uma grande bênção, responsável por nos mover para pequenas e grandes realizações. Como é bom amanhecer motivado todos os dias! O ânimo e o entusiasmo fazem parte de uma vontade sadia e ativa. São dados por Deus e servem para nos impulsionar para as tarefas cotidianas, independentemente da fase da vida (Sl 92.12-14; Jl 2.28; Tg 4.15).
 
REVISANDO O CONTEÚDO

1. Qual o conceito de vontade?
Volição ou vontade é a capacidade humana de desejar, querer, almejar, escolher e agir. Pode ser entendida também como motivação.
 
2. Como se dá um fenômeno completo, envolvendo vontade e ação?
Em um caso assim ocorre um fenômeno completo: pensamento, sentimento, desejo e ação.
 
3. Como se dá o conflito entre vontade e razão?
Da violação de uma restrição alimentar a condutas mais graves, muitas vezes o desejo fala mais alto que a razão. A busca do prazer pelo prazer é uma característica da cultura hedonista

4. Como deve agir o homem redimido diante dos desejos da carne?
Diante dos desejos da carne e da vontade do Espírito, o homem redimido inclina-se “para as coisas do Espírito” (Rm 8.5).
 
5. Como os desejos atuam para nos enganar?
Assim sendo, o mau desejo é capaz de afetar a própria razão, levando-a a acreditar que o pecado não produz consequências ruins, mas boas.
 
ARQUIVOS:

PDF DO ESBOÇO DA LIÇÃO
VIDEO DO ESBOÇO DA LIÇÃO

REVISTA ENSINADOR CRISTÃO
VONTADE — O QUE MOVE O SER HUMANO

Nesta aula, veremos mais um aspecto inerente à natureza humana. Não menos importante do que os demais, vamos compreender com maiores detalhes a vontade ou volição como também é chamada. Na cosmovisão cristã, a vontade é um tema muito discutido, haja vista ser uma capacidade humana que ficou comprometida pela ação do pecado após a Queda. Vale destacar que a volição não é por natureza ruim. Antes, é a motivação inerente da alma, que nos leva a agir e a tomar decisões. Foi o Criador quem nos concedeu essa capacidade e, portanto, nos cabe o dever de submetê-la a Deus, conforme os ensinamentos de sua santa Palavra.
As Escrituras são contundentes em mostrar que a vontade divina, muitas vezes, contraria os anseios da natureza humana sem Deus. Grande parte dos desejos humanos é influenciada diretamente pela ganância do possuir o que não lhe pertence, do ser na intenção de satisfazer ao ego e do poder para ostentação e status (1Jo 2.16, 17). O grande desafio da vida cristã é viver neste mundo de tal forma que os desejos da natureza humana não comprometam as decisões ou mesmo a conduta cristã. Nesse sentido, os anseios da natureza humana devem ser disciplinados pelo ensino da Palavra de Deus. O apóstolo Paulo ressalta que “a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne; e estes opõem-se um ao outro; para que não façais o que quereis” (Gl 5.17).
De acordo com o estudo doutrinário da Bíblia de Estudo Pentecostal — Edição Global (CPAD), “’A natureza pecaminosa’, ou a ‘carne’ (gr. ‘sarx’), indica a natureza humana com os seus desejos corruptos e a sua tendência de desafiar a Deus e seguir o seu próprio caminho. Isto tem acontecido desde que o primeiro homem e a primeira mulher desobedeceram a Deus e permitiram que o pecado entrasse no mundo e infectasse a existência humana (Gn 3; Rm 5.12-21). A natureza pecaminosa permanece nos cristãos, mesmo depois que eles decidem aceitar e seguir a Cristo; ela continua a ser o seu inimigo mortal, que batalha contra o seu espírito (Rm 8.6-8,13; Gl 5.17,21). Os que seguem as tendências e os comportamentos da natureza pecaminosa não podem fazer parte do Reino de Deus (Gl 5.21). Por este motivo, é preciso resistir a esta natureza pecaminosa e matá-la, espiritualmente, por meio de uma contínua batalha espiritual que os cristãos devem travar e vencer, pelo poder do Espírito Santo (Rm 8.4-14)” (2022, p.2126). Por essa razão, o crente deve ter sua mente ocupada continuamente com coisas espirituais (Cl 3.2-7), buscando a sabedoria que vem do Alto (Tg 3.13-18), a fim de que o exercício diário resulte em uma vida que mortifique a carne e cultive o Fruto do Espírito (Gl 5.19-22).
 
Pb. Rogério Faustino 
Neweb 


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