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Lição 6 - Igreja Organismo ou Organização?

TEXTO ÁUREO

“Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio.” (At 6.3)

VERDADE PRÁTICA

A Igreja é um organismo vivo. Contudo, como toda estrutura viva, precisa ser organizada.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Ef 5.23 Cristo, a cabeça da Igreja.
²³ Porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo.
Efésios 5.23

Terça – 1 Co 12.12-14 A Igreja como um organismo vivo, o Corpo de Cristo.
¹² Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também.
¹³ Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito.
¹⁴ Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos.
1 Corintios 12.12-14

Quarta – At 16.4 A Igreja organizada.
⁴ E, quando iam passando pelas cidades, lhes entregavam, para serem observados, os decretos que haviam sido estabelecidos pelos apóstolos e anciãos em Jerusalém.
Atos 16.4

Quinta – 1 Co 14.40 Mantendo a decência e a ordem.
⁴⁰ Mas faça-se tudo decentemente e com ordem.
1 Coríntios 14.40

Sexta – At 15.1-6 Resolvendo problemas de natureza doutrinária.
¹ Então alguns que tinham descido da Judéia ensinavam assim os irmãos: Se não vos circuncidardes conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos.
² Tendo tido Paulo e Barnabé não pequena discussão e contenda contra eles, resolveu-se que Paulo e Barnabé, e alguns dentre eles, subissem a Jerusalém, aos apóstolos e aos anciãos, sobre aquela questão.
³ E eles, sendo acompanhados pela igreja, passavam pela Fenícia e por Samaria, contando a conversão dos gentios; e davam grande alegria a todos os irmãos.
⁴ E, quando chegaram a Jerusalém, foram recebidos pela igreja e pelos apóstolos e anciãos, e lhes anunciaram quão grandes coisas Deus tinha feito com eles.
⁵ Alguns, porém, da seita dos fariseus, que tinham crido, se levantaram, dizendo que era mister circuncidá-los e mandar-lhes que guardassem a lei de Moisés.
⁶ Congregaram-se, pois, os apóstolos e os anciãos para considerar este assunto.
Atos 15.1-6

Sábado – 1 Co 16.1 Cuidando dos santos. 
¹ Ora, quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós também o mesmo que ordenei às igrejas da Galácia.
1 Coríntios 16.1

131 - De Valor Em Valor
Paulo Leivas Macalão

Só em Ti, meu Senhor eu desejo estar,
E também receber Tua luz;
De valor em valor só por Ti avançar,
Ó me traz junto a Ti, meu Jesus.

Eu desejo, ó Deus, em Jesus habitar;
Pois minh’alma suspira por Ti;
De valor em valor, e na fé aumentar,
Para que vejam Cristo em mim.


O caminho, Senhor, faz-me mais conhecer,
Que me leva à santa Sião;
Por Teu grande favor, e com muito prazer
Entrarei na eternal mansão.

Tua mão, ó Senhor! Queira me proteger,
E dos males daqui me livrar;
Na manhã d’esplendor, eu também quero ser
Dos fiéis, que vão ressuscitar.

455 - O Povo de Deus na Terra
Bruno Skolimowsky

O povo de Deus, aqui na terra tem um sinal:
Povo que vive em santa guerra contra o mal;
Povo que espera a Jesus Cristo, que presto vem
É pois Ele mesmo, quem nos diz isto: “Vigiei mui bem”.

A minha paz, sim, não a do mundo, Eu vos darei
O coração de gozo profundo, Eu encherei;
Com o Seu braço Ele nos guia, oh! grande amor
Para os que Lhe pedem, logo envia o Consolador!

Ó vinde a Mim, Jesus convida, quem sede tem!
Beber, ó vinde, da água da vida, celeste bem!
Cristo sacia a alma sedenta do pecador!
Salva, purifica e alimenta, enche de amor!

Em Cristo. crendo sempre O seguindo quão doce é
A paz profunda e o amor sentindo: Tudo por fé
Feliz o homem que guarde isto, pois vida tem
Há de reinar sempre com Jesus Cristo na mansão de além.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Atos 6.1-7
¹ Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano.
² E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas.
³ Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio.
⁴ Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra.
⁵ E este parecer contentou a toda a multidão, e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Filipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia;
⁶ e os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos.
⁷ E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.

PLANO DE AULA

1- INTRODUÇÃO

Nesta lição, temos o propósito de evidenciar a importância da organização eclesiástica, diferenciando-a do institucionalismo e legalismo. Para tal, tomaremos como base de estudo o exemplo da Igreja Primitiva que, embora possuísse uma estrutura organizacional simples e ainda em desenvolvimento, era visível e eficaz. Tanto que, como estudaremos, vem servindo de inspiração para diferentes formas de governo eclesiástico ao longo dos séculos de tradição cristã. Conheceremos os principais modelos vigentes nas igrejas evangélicas do país, incluindo o aderido pela nossa denominação.

2- APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

A) Objetivos da Lição:

I) Aprofundar o entendimento acerca da Igreja, enquanto Corpo de Cristo, como um organismo ordenado;

II) Compreender, por meio do exemplo da Igreja Primitiva, a necessidade de organização para uma igreja viva e saudável;

III) Aprender sobre as principais formas de governo da Igreja, segundo a tradição cristã, e a escolha do modelo de nossa igreja.

B) Motivação: 

Todo organismo e organização humana necessitam de ordem que, segundo o dicionário da língua portuguesa, é “a relação inteligível estabelecida entre uma pluralidade de elementos; organização; estrutura”. Ou seja, embora, nenhuma liturgia ou forma de governo humano seja perfeita, ela é necessária para o bem comum, para o desenvolvimento e boa convivência mútua de um grupo. Como Igreja de Cristo temos a maior das vantagens: um perfeito manual de conduta que é a Palavra de Deus, bem como o Espírito Santo, nosso fiel Conselheiro.

C) Sugestão de Método: 

Como método pedagógico, propomos o uso de uma dinâmica, a fim de exemplificar de forma prática as lições estudadas nesta aula. Previamente, imprima em tamanho grande o trecho de 1 Coríntios 12.20-27. Prepare duas cópias, para dividir a classe em dois grupos. Recorte cada versículo em duas ou três partes, como um quebra-cabeças, que deverá ser igual para ambas as equipes. Explique que os grupos terão alguns minutos para juntos desvendarem e montarem corretamente a passagem bíblica, o detalhe é que estarão sem a sua referência. Por isso, precisarão se organizar para descobri-la e a colocarem na ordem correta, dentro do tempo estabelecido. Enquanto mediador, vá anotando alguns comportamentos dos integrantes, ligados ao tema da aula: a importância da organização; de uma liderança; da submissão necessária; da boa comunicação; de cada um desempenhar sua função; e o que mais julgar que enfatize a forma como um grupo de pessoas necessita de alguns critérios organizacionais para o seu progresso, tanto individual quanto coletivo, em prol de uma missão em comum.

3- CONCLUSÃO DA LIÇÃO

A) Aplicação: 

Muitos cristãos não compreendem a importância do zelo quanto à doutrina e liturgia eclesiásticas, confundindo-as com institucionalismo ou legalismo. De fato, precisamos ter vigilância para não incorrer nesses erros. Contudo, não é a organização em si que nos incita a eles. Na Criação, o Espírito de Deus pôs ordem no caos (Gn 1.2). Assim como, desde o Antigo Testamento, o Senhor já ensinava o seu povo, de maneira detalhada, a organização e ritos necessários na devida adoração e santificação, em prol de uma íntima comunhão com Ele e uns com os outros. Embora ainda em desenvolvimento, podemos observar no Novo Testamento, a importância da organização na Igreja Primitiva para uma expressão de fé e convivência harmônica, sadia e frutífera.

4- SUBSÍDIO AO PROFESSOR

A) Revista Ensinador Cristão. 

Vale a pena conhecer essa revista que traz reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na edição 96, p-39, você encontrará um subsídio especial para esta lição.

B) Auxílios Especiais: 

Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão suporte na preparação de sua aula:

1) O texto “A organização na Igreja de Cristo”, localizado depois do segundo tópico, elucida que uma estrutura formal e ordenada na igreja visível não secundariza a condição espiritual do indivíduo, nem a Igreja invisível.

2) O texto “O modelo de liderança assembleiano”, ao final do tópico três, oferece um breve panorama histórico de como e por qual razão se deu a liderança eclesiástica adotada pela nossa denominação.

INTRODUÇÃO

Nesta lição, vamos conhecer a Igreja como um organismo ( Na biologia é o conjunto de todos os sistemas, formando um ser vivo. Biblicamente a igreja é algo que possui e gera vida; organismo.)   e uma organização. ( Em administração é  a associação de pessoas que combinam esforços individuais e em equipe com a finalidade de realizar propósitos colectivos. Biblicamente é a posicao da igreja como algo que precisa de uma estrutura organizacional; líderes, liderados,  Veremos que não existe função sem forma nem organismo sem organização. Isso nos ajudará a evitar os extremos: uma igreja sem nenhum tipo de liderança visível; ou uma igreja estruturada em um institucionalismo ‘ rígido que acaba por sacrificá-la. Conheceremos também os três principais sistemas de governos adotados na tradição cristã ao longo dos anos e em qual, ou quais, deles a nossa igreja se enquadra. Sublinhamos que nenhum desses modelos de governo eclesiástico é mal em si mesmo. Porém, como tudo o que é humano, estão sujeitos a acertos e erros. Portanto, o padrão exposto no Novo Testamento deve ser buscado como parâmetro.

Palavras-Chave: Organização e Organismo

I – A ESTRUTURA DA IGREJA CRISTÃ

1- A Igreja como organismo. 

Um organismo é visto como um conjunto de órgãos que constituem um ser vivo. Nesse aspecto, um corpo com as diferentes funções de seus órgãos e membros é entendido como estrutura física de um organismo vivo. Metaforicamente, a Igreja é definida como “o corpo de Cristo” (1 Co 12.27), um organismo vivo, cuja cabeça é Cristo (Ef 5.23) "²³ Porque o marido aé a cabeça da mulher, como também Cristo, a bcabeça da cigreja; e ele é o salvador do corpo." Assim como um corpo funciona pela harmonia de seus membros, da mesma forma também a Igreja (1 Co 12.12). Os membros não existem independentemente um dos outros (1 Co 12.21). Portanto, como Corpo Místico de Cristo, a Igreja existe organicamente.

2- A Igreja como organização. 

A forma de organização da Igreja Primitiva era simples, todavia, existia. Por exemplo, a igreja seguia a liderança centralizada dos apóstolos (At 16.4). Dessa forma, os apóstolos doutrinavam a igreja (At 2.42); cuidavam da parte administrativa (At 4.37); instituíam lideranças locais (At 6.6; At 14.23); reuniam-se em Concilio (At 15.1-6). Por outro lado, precisamos diferenciar uma igreja organizada de uma igreja institucionalizada. A organização é saudável, o institucionalismo, (O Institucionalismo é o movimento na qual a igreja recebe influência de pressões normativas do meio exterior; o estado, e as vezes, e na maioria, de dentro dela mesma; de pessoas ou líderes que se acham donos ou que acham que podem determinar os rumos da igreja por decisões majoritariamente humanas.) não.  A organização permite à igreja, como estrutura social, se movimentar; o institucionalismo a enrijece e a neutraliza. Uma igreja organizada se mantém viva; uma igreja institucionalizada caminha para a morte.

3- Organismo e organização. 

Vimos que a Igreja como o Corpo de Cristo é um organismo vivo e uma organização. Ela existe como organismo e como organização. Nesse aspecto, podemos dizer que não há organismo sem organização. Todo organismo precisa de organização, mesmo as estruturas mais simples. Alguns acreditam que a Igreja existe somente na forma de organismo e rejeitam toda forma de organização para ela. Então, por exemplo, para essas pessoas, não deve haver liderança ou estrutura alguma. Entretanto, de acordo com a Bíblia, encontramos a Igreja como forma de organismo e de organização.

SINOPSE I

Assim como o corpo humano funciona ordenadamente pela harmonia de seus membros, da mesma forma é o Corpo de Cristo.

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Organismo é o conjunto de todos os órgãos e membros que compõem um corpo.

O Corpo por sua vez é a estrutura física desse conjunto, onde cada órgão e membro desempenha seu papel principal, único e inerente ao que cada um é, ou seja, todos os órgãos e membros teem papéis diferentes, porém essenciais ao bom e harmonioso funcionamento do corpo, que por sua vez faz o organismo está vivo.

Nenhum órgão e membro pode afirmar que não precisa dos demais, pois para dá vida ao corpo todos precisam estarem em paridade uns com os outros.

A falta de um desorganiza o trabalho do corpo, ou até mesmo anula o trabalho.

Em Cristo não existe órgão ou membro menor ou maior, melhor ou não, todos somos iguais e de extrema importância para o perfeito funcionamento do corpo de Cristo, a Igreja.

A cabeça é Cristo, é Dele que vem as ordens pra os órgãos e membros do corpo estarem em harmonia e concordância em suas funções e tarefas. É Ele quem comanda, dirige, encaminha, direciona e instrui o que cada um deve fazer para o bem de si e de todos. Nenhum membro ou órgão faz o que quer ou que acha que vai ser melhor pra si em detrimento ao bem estar do outro, mas que todos desempenhem seus papéis, antes para o bem do todo, ou seja, do corpo.

O Institucionalismo é o movimento na qual a igreja recebe influência de pressões normativas do meio exterior; o estado, e as vezes, e na maioria, de dentro dela mesma; de pessoas ou líderes que se acham donos ou que acham que podem determinar os rumos da igreja por decisões majoritariamente humanas.

A igreja é um organismo vivo, o corpo de Cristo, e é uma organização, uma instituição religiosa. Agora quando separamos essas duas dimensões, corremos o risco de institucionalizar a igreja. A igreja não é a denominação, não é o edifício; a denominação é o conjunto de pessoas que fazem parte da igreja universal de Cristo (em qualquer lugar do mundo). O edifício é apenas um local visível e estruturado onde a igreja (pessoas) se reúnem.

Quando retiramos da igreja seu papel como agência evangelizadora, noiva do Cordeiro e tantos outros significados, corremos o perigo de institucionalizar a igreja, fazendo dela uma empresa ou algo do tipo. Quando empregamos métodos e conceitos de vivência que não sejam os biblicos corremos o perigo de infiltrar no meio dos cristãos regras, pressões e conceitos humanos que visam somente lucro ao invés de salvação.

Retiramos dos corações a adoração e implantamos uma obediência cega nos cristãos que deixam de terem Deus e sua obra como alvo principal e colocam os interesses da instituição e dos seus líderes como meta.

Deixamos de discipular, evangelizar e ensinar ouvintes da exposição da Palavra pra termos meros expectadores de palestras e conferências coaching.

Os interesses divinos não são mais as prioris do Reino, mas o da instituição. Será que com isso não perdemos a outra dimensão da igreja como Corpo Místico de Cristo?

A Igreja precisa exercer suas duas dimensões; organismo e organização. Mas não podemos sobrepor a dimensão da organização acima do organismo, pois corremos o risco de sermos mera instituição religiosa sem sermos corpo, porém não devemos esquecer que a igreja necessita de organização pra poder desenvolver seu papel. Ela precisa de líderes fortes e comprometidos com o corpo de Cristo, que ensine, oriente e discípule seus membros a fim de que cresçam, desenvolvam e gerem mais frutos. Assim como os apóstolos lutaram pela organização da Igreja Primitiva velando pela sã doutrina, pelos bons costumes, pelas boas práticas, fazendo com que heresias e vitupérios que se levantam contra a Igreja fossem postos por terra e enfrentados pelo argumento da palavra, precisamos de líderes hoje pra seguir avante no crescimento da igreja como Corpo e organização.

Eis a razão porque defendemos a igreja como organização, pois ela precisa dessa estruturação para que haja crescimento organizado, ela precisa de liderança que enxergue a urgência da igreja crescer quando o evangelho é pregado e anunciado por seus membros em obediência a grande comissão, e ao mesmo tempo que esses líderes vejam os talentos e os vocacionados que se tem na comunidade pra darem continuidade a obra de Deus e a expansão de seu reino.

Os líderes é para igreja, não a igreja é para os líderes.

Os lideres trabalham em prol da igreja, do bem dela, do crescimento dela, da vida dela. Eles administram segundo a direção divina seus membros, repartem tarefas, fiscaliza as ofertas, fazem a manutenção da estrutura física, e reparte de igual modo tudo pra que não haja necessitados nem escândalos no meio do povo.

Eles velam, como já foi dito, pela doutrina. Devem ser capazes de se doarem pela obra, pelo desenvolvimento sadio da igreja, eles se dão ao trabalho, podem perder noites de sono, horas de repouso, horas de lazer em prol do trabalho, sabendo que por isso serão recompensados. Claro que devem, e é pra tirarem tempo pra suas famílias, pra seus filhos e pra si, e sabem fazer isso com muita diligência, pois entendem que antes de serem bons líderes na igreja o são em casa.

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II – IGREJA: UM ORGANISMO VIVO E ORGANIZADO

1- No seu aspecto local. 

No contexto do Novo Testamento, a Igreja existe localmente como comunidade organizada. Dessa forma, havia a igreja que estava em Roma, Corinto, Éfeso etc. Como um organismo vivo, a igreja do Novo Testamento era organizada. Por exemplo, ela se reunia (At 2.42) e orava (At 2.42; 12.12). Contudo, enxergava as demandas sociais que precisavam ser atendidas (At 4.35): instituiu o diaconato (At 6.2-6); elegeu lideranças (At 14.23); enviou seus primeiros missionários (At 13.1-4). Todos esses fatos mostram um organismo vivo agindo de forma organizada.

2- No seu aspecto litúrgico e ritual. 

Toda igreja organizada possui sua liturgia (conjunto dos elementos e práticas do culto religioso) e rituais (conjunto de praticas, normas, regras, hábitos e padrões de uma religião ou culto). A organização, portanto, é necessária para uma igreja viva. Uma igreja organizada, por exemplo, mantém a decência e a ordem no culto (1 Co 14.40). Estabelece costumes que devem ser observados (1 Co 11.16). Da mesma forma, em relação ao aspecto ritual. Nesse sentido, vemos a Igreja Primitiva batizando os primeiros crentes em águas (At 8.38,39) e realizando a Ceia do Senhor (1 Co 11.23).

SINOPSE II

Organização é diferente de institucionalismo. A Igreja Primitiva nos exemplifica como a ordem é importante para uma comunidade de fé sadia e eficaz.

AUXÍLIO TEOLÓGICO

A ORGANIZAÇÃO NA IGREJA DE CRISTO

A tendência, no curso da história da Igreja, tem sido oscilar entre um extremo e outro. Por exemplo: algumas tradições, como a Católica Romana, a Ortodoxa Oriental e a Anglicana, enfatizam a prioridade da Igreja institucional ou visível. Outras, como a dos quacres e dos Irmãos de Plymouth, ressaltando uma fé mais interna e subjetiva, têm desprezado e até mesmo criticado qualquer tipo de organização e estrutura formal, e buscam a verdadeira Igreja invisível. Conforme observa Millard Erickson, as Escrituras certamente consideram prioridade a condição espiritual do indivíduo e sua posição na Igreja invisível, mas não a ponto de desconsiderar ou menosprezar a importância da organização da Igreja visível. Sugere que, embora haja distinções entre a Igreja visível e a invisível, é importante adotarmos uma abordagem abrangente, de maneira que procuremos deixar as duas serem tão idênticas quanto possível” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.550).

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III – O GOVERNO DA IGREJA NAS DIFERENTES TRADIÇÕES CRISTÃS

1- Episcopal. 

Essa palavra traduz o grego “episkopos” e aparece algumas vezes no Novo Testamento (At 20.28; 1 Tm 3.2; Tt 1.7). No contexto atual, o episcopalismo (¹. Forma episcopal de administração eclesiástica. ². Doutrina protestante que afirma a superioridade hierárquica do bispo em relação ao presbítero.) defende que Cristo confiou o governo da igreja a uma categoria de oficiais denominados de “bispos” ou “supervisores”. Com o tempo, esse sistema passou a defender a primazia (Prioridade,  primado) de um bispo (Um bispo (do grego antigo επίσκοπος ou episcopos; e do latim episcopus: "inspetor", "diretor", "superintendente" ou, literalmente, "supervisor", de ἐπί (epi), sobre/super + σκοπος (skopos), vista, ou seja, "aquele que vê por cima, pelo alto, que supervisiona") é um título religioso presente em diversas confissões cristãs, tendo cada uma o seu conceito e suas tradições específicas.) sobre o outro e terminou culminando no papado romano. Esse modelo é seguido pelo Catolicismo, por algumas denominações protestantes e pentecostais.

2- Presbiteral. 

O ofício de presbítero (A palavra presbítero etimologicamente deriva do grego πρεσβύτερος (presbyteros), a forma comparativa de πρέσβυς (presbys), "homem velho". O termo ancião vem do latim antianus via francês arcaico ancien referindo-se a pessoa de idade avançada, antigo, velho, venerável, respeitável. A palavra hebraica equivalente é za·qen e identificava os líderes do Antigo Israel, quer no âmbito de uma cidade, da tribo ou em nível naciona) l.(gr. presbyteros) é encontrado no Novo Testamento (At 11.30; At 15.2). Contudo, no atual sistema presbiteral a igreja elege os presbíteros para um Conselho. Dessa forma, o Conselho possui autoridade para conduzir a igreja local. Há um supremo Concílio ou Assembleia Geral que exerce autoridade sobre as igrejas de uma determinada região ou país. É o sistema seguido pelas igrejas reformadas e algumas igrejas pentecostais na América do Norte.

3- Congregacional. 

A prática de eleger os dirigentes da igreja local no contexto do Novo Testamento é vista em Atos 14.23. Nesse atual sistema, o pastor é eleito pela Assembleia Geral da igreja local. Assim, as igrejas locais são autônomas nas suas tomadas de decisões, não estando sujeitas a nenhuma interferência que venha de fora. É o modelo seguido pelos batistas.

4- O sistema de governo de nossa igreja. 

No contexto norte-americano, as Assembleias de Deus se aproximam mais do modelo de governo presbiteral. Por outro lado, no contexto brasileiro, nossa igreja reúne elementos dos sistemas episcopal e congregacional. É, portanto, um modelo híbrido. Isso porque até o início dos anos 1930, a Assembleia de Deus, por haver sido fundada por batistas, seguia o modelo congregacional. Contudo, esse sistema de governo sofreu modificações a partir da criação da Convenção Geral de 1930, quando elementos do modelo episcopal foram somados a sua estrutura de governo. Assim, no atual modelo de governo, em sua grande maioria, embora mantenham certa autonomia administrativa em relação às convenções Geral e Estadual, a quem são filiadas, as igrejas possuem um modelo de liderança regional e local centralizado. Por exemplo, a autoridade de estabelecer lideranças pastorais nas igrejas locais pertence às Convenções Estaduais. Em alguns casos, essa função cabe a uma igreja-sede que preside sobre um conjunto de congregações locais a ela filiadas.

SINOPSE III

O modelo de estrutura organizacional no Novo Testamento inspira a tradição cristã ao longo dos anos a regulamentar seus ministérios.

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Governo Eclesiástico Episcopal:

O modelo de governo Episcopal centraliza as decisões na pessoa do presidente da Igreja. Pelo fato de o governo Episcopal dar ao presidente total poder de decisão, o mesmo deve sempre manter todas as suas decisões esclarecidas, a fim de evitar qualquer tipo de questionamento por parte dos membros.

Governo Eclesiástico Congregacional:

O governo da Igreja é atribuído aos membros da mesma, que tomam as decisões através de uma assembléia geral. Nesse modelo, todos os membros em comunhão possuem direito de voto sobre questões que vão desde a reforma da Igreja até a eleição da Diretoria.

Governo Eclesiástico Presbiterial:

A administração é exercida por um conselho, que é eleito pelos membros, (presbíteros,  diáconos e anciãos) para em conjunto governar a igreja. Nesse regime de governo, um grupo de líderes eleitos pela Igreja toma as decisões, impedindo a participação de membros que talvez não estejam preparados para tratar de alguns assunto.

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AUXÍLIO HISTÓRICO

O MODELO DE LIDERANÇA ASSEMBLEIANO

As Assembleias de Deus, especialmente no Brasil, certamente em razão de se constituírem inicialmente de crentes de diversos grupos evangélicos, atraídos pela crença bíblica do batismo no Espírito Santo, do ponto de vista administrativo, ministerial, adotaram uma posição intermediária mais aproximada do sistema presbiteriano. Não admitem hierarquia. Não aceitam o episcopado formal, senão o conceito bíblico de que o pastor é o mesmo bispo mencionado no Novo Testamento. Admitem, entretanto, o cargo separado de presbítero. O presbítero (anteriormente chamado ‘ancião’) é o auxiliar do pastor. Porém, em algumas regiões, em campo de evangelização das Assembleias de Deus, de certo modo, é lhe dado cargo correspondente ao de pastor, onde, na ausência deste, ele desempenha todas as funções pastorais: unge, ministra a Ceia e batiza. Entre esses, há os que possuem dignidade, capacidade e verdadeiro dom de pastor.

[…] Porém, na Convenção Geral de 1937, na AD de São Paulo (SP), foi debatida a questão sobre se os anciãos (presbíteros) não poderiam ser considerados pastores. Os convencionais compreenderam, citando textos como 1 Pedro 5.1, Atos 20.28 e 1 Timóteo 5.17, que, em alguns casos, parece haver uma diferença entre anciãos e anciãos com chamada ao ministério, e estabeleceram, assim, a hierarquia eclesiástica que até hoje existe nas Assembleias de Deus: diáconos, presbíteros e ministros do evangelho (pastores e evangelistas).

[…] Nas Assembleias de Deus, embora o trabalho do presbítero tenha a sua definição, passou a ser também visto como o penúltimo cargo a ser exercido pelo obreiro, na sucessão das ordenações, antes de ser consagrado a evangelista ou pastor” (ARAÚJO, Isael. Dicionário do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, pp.715-16).

CONCLUSÃO

Nesta lição, fizemos uma análise da Igreja como organismo e organização. O que ficou claro é que as Escrituras destacam a Igreja como um organismo vivo e organizado. Nesse aspecto, juntamente com os presbíteros e diáconos, o colégio apostólico dava corpo e forma ao ministério local da igreja neotestamentária. Embora essa igreja possuísse uma estrutura organizacional muito simples, contudo, ela existia. Por outro lado, embora não haja nenhuma norma específica de como deve ser o governo da igreja no Novo Testamento, ao longo dos anos os cristãos têm procurado se inspirar no texto bíblico para regulamentar seus ministros e ministérios.

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REVISANDO O CONTEÚDO

1- Conceitue “organismo”. 

Um organismo é visto como um conjunto de órgãos que constituem um ser vivo.

2- Caracterize a organização da Igreja Primitiva. 

A forma de organização da Igreja Primitiva era simples, todavia, existia. Por exemplo, a igreja seguia a liderança centralizada dos apóstolos (At 16.4). Dessa forma, os apóstolos doutrinavam a igreja (At 2.42); cuidavam da parte administrativa (At 4.37); instituíam lideranças locais (At 6.6; At 14-23); reuniam-se em Concílio (At 15.1-6).

3- Quais fatos mostram a Igreja como um organismo vivo agindo de forma organizada? 

Como um organismo vivo, a igreja do Novo Testamento era organizada. Por exemplo, ela se reunia (At 2.42) e orava (At 2.42; 12.12). Contudo, enxergava as demandas sociais que precisavam ser atendidas (At 4-35)- Instituiu o diaconato (At 6.2-6); elegeu lideranças (At 14.23); enviou seus primeiros missionários (At 13.1-4).

4- Explique o sistema de governo episcopal e congregacional. 

No contexto atual, o episcopalismo defende que Cristo confiou o governo da igreja a uma categoria de oficiais denominados de “bispos” ou “supervisores”. Já no sistema congregacional atual, o pastor é eleito pela Assembleia Geral da igreja local. Assim, as igrejas locais são autônomas nas suas tomadas de decisões, não estando sujeitas a nenhuma interferência que venha de fora.

5- Explique o sistema de governo de nossa igreja. 

No atual modelo de governo de nossas igrejas, a sua grande maioria, embora mantenham certa autonomia administrativa em relação às convenções Geral e Estadual, a quem são filiadas, possuem um modelo de liderança regional e local centralizado.

 Pb. Rogério Faustino

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